27° O Recomeço

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Henrique

Abri meus olhos e me encontrei deitado no sofá da casa de Helena, olhando ao redor encontrei Hugo sentado em uma poltrona a minha frente, tinha um saco de gelo na mão e um maxilar avermelhado, ao seu lado Helena mantinha sua cabeça entre as mãos. Tentei me levantar e não conti um gemido ao senti a dor se apoderando do meu corpo, acabei atraindo dois pares de olhos um tanto infelizes.

- Helena...- Comecei. Eu sabia que tinha feito merda, uma grande merda, mas eu fiquei tão furioso que eu não pensava direito na hora, diferente de agora.

- Não. Não fala comigo. - Disse ela com a voz embargada e se levantou. Suspirei pesadamente e me sentei no sofá. A sala onde deveria ter sido o aniversário de Heitor estava em destroços no chão, lembrava perfeitamente de minha briga com Hugo e como ele conseguiu me parar somente quando acertou minha cabeça, pior ainda era eu me lembrar dos olhares de minha irmã e de Bianca, e aquilo me quebrava.

- Que droga...- Declarei quase num sussurro, mas mesmo assim meu cunhado conseguiu escutar.

- Realmente Henrique, uma droga. Mas acho que era exatamente isso que você queria não é? Sua irmã está muito decepcionada e Bianca... acho que a única chance que você tinha com ela com certeza agora não existe mais. - Disse Hugo e se levantou.

- Hugo, eu sinto muito, eu...

- Não quero saber que merda passou na sua cabeça naquela hora! Eu só quero que você saia da minha casa Henrique! - Disse ele apontando para mim com sua expressão furiosa, e Hugo que era um cara calmo, vê - lo assim foi realmente inesperado.

Levantei-me e segui para a porta, mas assim que levantei, um emaranhado de cabelos loiros apareceu no canto da sala.

- Você vai embora? - Perguntou Heitor.

- Vou sim. - Eu disse.

- Posso perguntar uma coisa? - Disse ele.

- Pode. - Declarei suspirando.

- O titio não gosta de mim? - Perguntou Heitor com os olhos marejados. Engoli a seco, eu não podia culpar a criança pelos meus erros, muito menos pela fatalidade que havia acontecido comigo, não podia fazer isso com meu único sobrinho.

- Vem cá. - Chamei o garoto, Heitor veio correndo até os meus braços.

- Eu amo você Heitor Ok? Eu só fiquei muito bravo aquela hora, mas já passou ta bom? O titio está um pouco confuso com as coisas e ... - O loirinho surpreendentemente deu - me um abraço apertado.

- Tudo bem, também te amo titio. - Disse Heitor. Suspirei pesadamente abraçando o pequeno corpo fortemente, concluindo mais uma vez que eu era definitivamente um merda.

- Heitor! - Helena apareceu no corredor e puxou o garoto dos meus braços.

- Helena eu sinto...

- Não quero ouvir nada de você Henrique! Deixe minha família longe dos seus problemas! Eu me recuso a ajudar alguém que não quer ser ajudado! Por mais que me doa sendo você o meu irmão eu não vou deixar que te destrua e leve todos ao seu redor! - Disse Helena com os olhos marejados e pegando Heitor no colo seguindo corredor a dentro, virando - se uma única vez.

- Vai embora Henrique. - Disse ela e sumiu na curva do corredor.

Peguei um táxi minutos depois e cheguei em meu apartamento já a noite, me sentindo a pior pessoa do mundo, e eu era.

Depois do dia em que recebi aquela ameça pelo meu celular, eu não exitei em querer acabar com aquele bastardo desgraçado, e não foi difícil de encontra - lo.
Assim que cheguei naquele prédio que eu temi por anos, estava tão cego de raiva que não pensei duas vezes antes de subir e ir atrás daquele desgraçado, e lembro perfeitamente do sorriso que ele tinha no rosto assim que eu o encontrei, era como se já me esperasse a muito tempo.

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