17º A entrevista.

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Bianca

Acordei antes do relógio tocar, estava ansiosa, resolvi que deveria usar o tempo que me sobrava para correr como a muito tempo eu não fazia e foi muito revigorante.

No caminho de volta encontrei com Sebastian, meu amigo me abraçou preocupado perguntando se eu estava bem, eu o despreocupei dizendo que me sentia ótima, dei as boas novas sobre a entrevista e Seb disse que torceria por mim e que também precisava conversar comigo quando tivesse mais tempo, marcamos um jantar então, afinal eu também precisava falar com ele, o que tinha na cabeça para me deixar sozinha no apartamento de Henrique? Mas deixei isso para quando fossemos jantar hoje a noite, quando eu diria se havia sido contratada ou não já que fui informada por Helena que a resposta da entrevista seria de imediato.

Quando cheguei em casa exitei na frente da porta de Henrique, eu havia pensado muito sobre o nosso beijo e definitivamente eu não deixaria que aquilo acontecesse novamente, queria deixar claro para Henrique que eu queria me manter o mais distante possível dele. Porém, passei reto, não deveria me preocupar com outra coisa hoje além da entrevista.

Tomei um banho e coloquei minha melhor roupa social, afinal se eu fosse escolhida para assistente do sócio da empresa teria que passar uma boa primeira impressão. Imaginava como meu possivel chefe seria, um baixinho gorducho e careca, ou então, um cara grande e barbudo com cara de mal? Eu não sabia ao certo no que pensar só sabia de uma coisa, eu tinha que conseguir esse emprego de qualquer jeito!

Sai de casa e cheguei no prédio da empresa em poucos minutos, o que era outra coisa boa, não teria que viajar cidade em meio para chegar em casa. Assim que adentrei o lugar, o barulho de pessoas falando em seus celulares era alto, me assustei um pouco, mas afinal aquilo era uma empresa de uma revista famosa, noticias chegavam a todo momento.

Falei para a recepcionista que eu era uma das candidatas a vaga de assistente do senhor Andrade e a mulher com um sorriso simpático pediu para que eu subisse até o ultimo andar que lá eu já seria chamada, no fim das instruções ela me mandou um boa sorte e baixinho ainda pude escutar a moça dizer, "você vai precisar". Imaginei que talvez fosse por causa da minha aparência ou algo assim, porém quando pedi ajuda ao segurança para que lado eu deveria ir o homem me lançou um olhar de pena, deduzi que não era o meu jeito de falar ou vestir, era algo bem pior que isso. Meu chefe provavelmente era o cara barbudo do mal que eu temia.

Ao chegar na sala que me foi designada respirei fundo pedindo a Deus que me ajudasse, eu estava tremendo! Entreguei minha ficha a mulher que estava lá e com um sorriso pediu que eu esperasse cinco minutos, quando meu nome foi chamado eu desejei ter que ficar mais cinco minutos naquele sofazinho, eu estava muito nervosa.

Entrei na sala depois de dois toques na porta assim que ouvi a permissão.

Meu possível chefe estava de costas quando entrei, digitava rapidamente algo em seu computador, fiquei parada lá sem saber o que fazer e então com um susto sua voz grossa me atingiu.

- Pode se sentar Senhorita Emills. - Disse ele. Respirei fundo e caminhei até a mesa onde haviam duas cadeiras para que eu pudesse escolher onde sentar.

- Se me permite, não sabia que o Senhor me entrevistaria pessoalmente. - Declarei. O cara é o sócio da revista mais famosa do Brasil e entrevistava seus próprios funcionários? O mais logico seria ele pagar alguém para fazer esse serviço.

- Gosto de conhecer pessoalmente as pessoas com quem vou trabalhar, não sou conhecido por confiar muito nas pessoas. - Disse ele e se virou. E talvez um tiro na minha cara teria sido menos impactante, o cara era o maior gato! Fiquei muda por alguns momentos tentando racionalizar direito, sentia minhas expectativas descendo ralo a fora, adeus cara barbudo e do mal! Quer dizer, a parte do mal poderia ficar já que, digamos que o homem á minha frente não tinha um sorriso amigável no rosto. Por incrível que pareça também senti surpresa em seu olhar quando se virou, claro que não foi muito perceptível, mas eu jurava que havia visto o homem se mexer desconfortavelmente em sua cadeira assim que me avistou. Será que tinha alguma coisa de errado em meu rosto?

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