Henrique
Eu estava deitado ao lado de Bianca sem um sequer vestígio de sono, milhares de coisas passavam pela minha cabeça, uma delas era se o melhor foi ter vindo até essa cidade.
Quando chegamos da delegacia e eu fui tomar banho enquanto Bianca estava com sua mãe, no bolso do meu palito encontrei o envelope que Luiz Carlos me entregou, e depois de todo aquele dia louco eu só quis rasgar aquilo e colocar fogo, porem minha intuição gritou mais alto e eu acabei abrindo - o. Para minha completa surpresa haviam dois documentos, dois laudos da policia investigativa para ser mais exato, e nele estava escrito sobre o carro que eu dirigia na noite do acidente com Margot.
Em um dos documentos citavam o meu nome dizendo que foi um erro humano, que eu havia perdido o controle e que os exames toxicológicos apontaram que eu estava alcoolizado ao volante, o que era pura mentira porque eu não bebi uma gota de álcool aquela noite, eu estava consciente de que dirigia um carro com minha noiva e meu filho em seu ventre, eu não seria louco de beber sequer um gole. Já o outro laudo foi o que me deixou mais chocado...Nele dizia que a perícia encontrou os freios do carro cortados e que o freio de mão também havia sido adulterado.
Me faltou ar, o choro ficou engasgado na garganta, porem Bianca entrou no quarto logo em seguida, e a primeira coisa que eu pensei em fazer foi esconder o que tinha acontecido, eu não conseguia nem pensar sobre isso, muito menos compartilhar ainda...Eu mal podia acreditar.
Agora eu observava Bianca enquanto dormia, tão pacifica e tão linda...Éramos dois cacos, um tentando concertar o outro porem ambos sabendo que as rachaduras nunca iriam embora, por mais que estivéssemos juntos, muito mais do que eu imaginava ficar com alguém, ainda sentia que exitia mais uma parede para ser quebrada, mesmo que já tivéssemos quebrado muitas.
tzzzzzzz....tzzzzzz....
Meu celular vibrou ao lado da cama, estranhamente as 3h da manhã. Levantei - me, peguei o telefone e sai do quarto.
- Ligação da Delegacia Central, aceita a cobrança adicional? - Disse uma voz automática. Engoli a seco.
- Sim. - Declarei e esperei o que aquela ligação significava.
- Tendo uma boa noite de sono Henrique? - A voz de Luiz Carlos soou do outro lado.
- Você? O que quer? - Questionei tentando fazer o minimo barulho possivel, tentando controlar minha raiva.
- Sem perguntas idiotas Mitchell, vamos ao que interressa porque só tenho alguns minutos.
- Ótimo, você gastou sua unica ligação para infernizar um pouco mais a minha vida? - Indaguei. Luiz Carlos riu do outro lado da linha.
- Se esta acordado essa hora tenho certeza que você não precisa estar falando comigo para que eu te pertube, não é? - Disse ele fazendo com que eu fechasse meus punhos em ira.
- Fala logo o que voce quer? - Declarei entredentes.
- Quero que pague a minha fiança. - Disse ele.
- Esta louco? Por que eu faria isso?
- Já que não esta óbvio pra você...Não quer saber mais sobre o envelope que eu lhe dei?
- O que voce sabe sobre isso? - Questionei.
- Ah Senhor Mitchell...- Então ligação acabou.
Minha vontade era de quebrar qualquer coisa que aparecesse na minha frente, porem a unica coisa que apareceu eu nunca faria nenhum mal.
- Henrique? - Bianca sonolenta pareceu na porta de seu quarto enrolada no cobertor. Só depois da raiva passar que eu realmente percebi que estava frio.

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Ao Seu Lado
Roman d'amourBianca Emills Bia, como os amigos a chamam vinha de uma família humilde do interior do estado, seus pais eram donos de um restaurante da cidade e tinham muito orgulho do seu grande negócio, porém Bianca nunca se encaixara nesses padrões e queria mud...