48° Não suportaria te perder.

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Bianca

Respira fundo Bianca, respira fundo!

Já havia se passado alguns minutos que havíamos chegado na delegacia, estava eu e Augusto aguardando em uma sala junto a outras pessoas que estavam esperando conversar com o delegado. Henrique ficou para avisar minha mãe que tínhamos ido embora da festa, ainda me prometeu que arrumaria um jeito de me encontrar aqui.

Luiz Carlos passou algemado pelo vidro que dividia a sala, tinha um olho roxo e uma bolsa de gelo, seu olhar mortal sobre mim fez com que eu sentisse um calafrio percorrer meu corpo. Como eu odiava esse homem.

Desde do que havia acontecido na cozinha eu mal conseguia fazer as coisas, minha cabeça parecia estar em outro lugar, me sentia suja, horrível, o pior ser humano do mundo, mal podia olhar nos olhos de Henrique e muito menos que ele me tocasse, por isso o evitei todo o dia.

A todo momento daquele dia inúmeras mensagens de Henrique chegavam em meu celular perguntando se eu estava bem, eu não queria engana - lo e dizer que estava e por isso tentei o máximo ignorar todas as tentativas, só o respondi faltando pouco para a cerimonia. Henrique estava incrível naquele terno, eu já havia visto usando um desses mas agora...parecia que todo o mundo girava ao seu redor contemplando sua beleza.

A cerimonia parecia nunca ter fim para minha completa agonia, encontrei Augusto pelo olhar, e por mais que eu torcesse para não encontra - lo lá estava ele me encarando com cara de ''cachorro pidão'' e para piorar Luiz Carlos olhava para o altar a cada 5 minutos. Não havia ninguém mais ansioso que eu para aquele casamento finalmente terminar.

Eu estava me sentindo muito mal, a vontade de fazer qualquer coisa aquele dia havia sumido, eu não queria mais barulho para minha cabeça, meus pensamentos já eram o suficiente, e como que quase um aviso de que eu realmente deveria ir para casa para piorar Luiz Carlos me pegou de surpresa me deixando sem saída. Eu podia odiar Augusto com todas as minhas forças, mas não podia negar que se não fosse ele eu não sabia como eu poderia ter me livrado daquilo.

Agora estávamos na delegacia e a palavra alivio passava bem longe da minha cabeça, se antes Luiz Carlos me infernizava imagina agora! O medo não havia diminuído nem um pouco.

- Amor! - Levei um susto quando a porta da sala abriu com uma mulher gritando e correndo loucamente para os braços de Augusto. Encarei o policial que a acompanhava sem entender nada, ele somente deu de ombros e fechou a porta, as outras pessoas na sala se entre olharam confusas.

- Vida minha me perdoe! Eu não deveria ter sido tão dura com você meu amor! - Exclamou enquanto se afastava e então eu pude reconhece - la, conclui que o dia podia sim ficar muito pior.

- Milene, a gente pode conversar sobre isso depois? Aqui não é um bom lugar para falarmos sobre isso. - Disse Augusto. Senti vontade de vomitar.

- Tudo bem, tudo bem... Você precisa de alguma coisa? Posso trazer se quiser...

- Não Milene, quero que vá embora para o seu bem, você me entende? - Disse Augusto. Pela a cara que ele fazia estava de saco cheio e praticamente mandando a garota embora. Segurei o riso.

A garota, no caso "Milene" estava completamente sem graça ao ver que Augusto estava a dispensando, ainda mais porque estava na minha presença, que obviamente me reconheceu.

- Tudo bem então, e-eu to indo ta? Te amo. - Disse isso se afastando e saindo tão rápido que eu quase não pude ver, mas infelizmente vi...Sua pequena barriga marcava no vestido de festa e mesmo por baixo do casaco era perceptível sua gravidez. Um frio na barriga me alcançou ao me lembrar da cena em meu apartamento quando descobri toda a traição de Augusto.

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