62• Conversa sincera

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Henrique

- Voce tem certeza? - Perguntei pela milionésima vez. Bruna que estava sentada a minha frente assentiu com a cabeça e pegou de sua bolsa um envelope.

- Fiz esse exame de sangue quando desconfiei, quando eu recebi a notícia foi quando eu te liguei apavorada. Eu sinto muito... - Disse Bruna me entregando o envelope. Bianca suspirou ao meu lado no sofá.

- Bruna eu...eu não sei o que dizer, eu mal me lembro daquela noite! Não acredito que possa ter acontecido algo. - Declarei lhe entregando de volta o envelope depois de não entender nada que estava escrito nele.

- Henrique quais provas você quer além dessa? Ela está grávida! Não tem prova mais concreta que essa para entender que aquela noite realmente aconteceu. - Disse Bianca sem olhar para mim, tinha seus olhos fixos na janela, e eu nem podia imaginar como se sentia naquele momento, nem eu mesmo sabia o que eu estava sentindo.

- Mas...eu ainda te perguntei se tínhamos usado camisinha já que você tinha tanta certeza que havíamos realmente... realmente dormido juntos. - Declarei sentindo o nó na minha garganta. Eu não me lembrava de nada! Mas que merda!

- Eu sei que disse isso! Mas era mentira, você ficou tão estranho comigo, dizia que não lembrava da nossa noite, então eu fiquei brava, menti e...

- Já chega! Eu vou deixar vocês dois conversarem sozinhos, eu não aguento mais ouvir essa conversa. - Bianca disse enquanto se levantava e seguia em direção a porta.

- Bia! - Exclamei correndo atrás e a parando.

- Por favor não me faça ficar aqui Henrique, por favor. - Disse ela finalmente me encarando e então pude ver as lágrimas se formando em seus olhos, aquilo partiu meu coração. Não pude impedi - lá mais, Bianca entendeu meu silêncio e saiu rapidamente pela porta.

- Foi melhor assim, a gente precisa conversar. - Disse Bruna vindo até mim.

- Bruna eu vou deixar claro uma coisa para você, eu não tenho certeza que esse filho é meu e até que ele nasça e possamos fazer um teste, não me procure mais! - Exclamei de costas sem conseguir olhar para Bruna. Isso tinha que acontecer logo agora? Logo agora?

- Henrique mas eu não fiquei com mais ninguém! Eu sei que esse bebê é seu! Sei que você sempre quis ser pai mesmo depois de Margot! Essa é sua chance! Sei que ele não veio numa boa hora, mas se você perder isso...- Bruna pegou em minha mão me fazendo virar e a colocou em sua barriga. -...Se perder isso, todo o seu crescimento, você se arrependerá para sempre.

- Bruna eu...- Engoli a seco e retirei minha mão de sua barriga.

- Eu vou te dar um tempo para esfriar a cabeça, preciso contar para minha mãe também...enfim, a gente se fala já que voce não esta disposto a fazer isso agora. - Disse isso e logo depois de me dar um beijo na bochecha saiu da minha casa pela mesma porta que Bianca, por onde eu queria correr agora para encontra - lá.

Cai na cama e suspirei, por que eu não conseguia me lembrar daquela noite? Eu me lembro de ter tomado uma taça de vinho porque Bruna insistiu demais, mas isso não me faria tão mal, talvez eu tenha bloqueado aquela memória, como se eu não quisesse me lembrar...por culpa talvez? Eu não sabia. Sabia que tinha um bebê a caminho e eu não estava comovido, eu não me sentia feliz nem ansioso, na verdade eu gostaria que nada disso estivesse acontecendo, logo agora que eu e Bianca estávamos tão bem! Como se não bastasse tudo o que já passamos, agora havia isso, e eu estava longe de saber lidar com essa situação.

Peguei meu celular e disquei o número que eu sabia de cor.

- Rick? - A voz de minha irmã soou do outro lado da linha.

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