No Way Out

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  CAMILA'S POV

Acordei lá pelas sete da manhã com o despertador tocando. Tocando não, gritando, o que era totalmente desnecessário.

Shawn já havia se levantado, então apenas forrei a cama e me enfiei debaixo do chuveiro, completando minha higiene matinal. Saí do quarto ainda sonolenta e dei de cara com Sofia, toda de rosinha e com um laço lilás em sua cabeça, mais parecia uma boneca do que a minha irmãzinha.

— Kaki, eu não quero ir. Mamãe disse que vamos embora e eu não quero. — Fez uma carinha emburrada e eu a peguei em meus braços. — Diz para ela que você quer que a gente fique mais, diz Kaki, diiiiiiiz...

— Sofi... Meu amorzinho, a mamãe está certa. Você tem que ir e em breve nós vamos nos ver outra vez. — Beijei sua testa. — E tem o computador, você pode me ligar sempre que quiser.

— Mas eu vou querer subir no seu colo e não vai dar. Eu vou pra longe. — Um bico enorme cresceu em seus lábios e a garotinha abaixou sua cabeça, tristonha.

— Eu vou te ver sempre que der, meu amor. Não fica assim, não. Fique feliz para me deixar feliz também, hein?! — Sacudi a menor em meus braços e ela sorriu. — Sorri mais... maaaaais...

— Paraaaa eu quero fazer xixi. — Parei de sacudir Sofia e ela se mexeu para descer.

Assim que colocou os pezinhos no chão, a pequena correu para o banheiro e eu... Eu iria sentir muita falta daquilo. Por que a minha mãe tinha que voltar para Miami justo naquele maldito dia?

— Karla, precisamos conversar, minha filha. — Mamãe disse, me pegando de surpresa e eu dei um pulinho de susto. Droga, quando ela me chamava de Karla, não era um bom sinal.

Entramos em meu quarto e ela fechou a porta atrás de si. Por que será que eu estava pressentindo que o assunto seria "Lauren Jauregui e os trinta segundos no banheiro"? Legal. Dava um belo nome para um filme se suspense.

— Eu não queria ter que conversar isso com você, de verdade, mas eu te conheço. O que você estava fazendo com Lauren no banheiro? Você sabe que aquela menina é lésbica...

— Algo contra? — Perguntei de relance e ela negou com a cabeça.

— Apenas não quero que você cometa uma besteira de estragar o seu relacionamento com esse rapaz maravilhoso que está fazendo de tudo por você lá fora, meu anjo. — Ouvi suas palavras soarem sinceras e concordei brevemente com um aceno de cabeça.

— Eu sei mãe, fique tranquila. Eu e Lauren não temos nada, nunca tivemos nada e nem teremos. Ela é a melhor amiga dele...

— Pelo que eu fiquei sabendo, ela não sabia de você e nem você dela.

— Whatever, mãe... Acredite em mim. Não aconteceu nada. — Garanti e tentei ao máximo olhar em seus olhos. Estava funcionando.

— Você vai se comportar? Posso viajar tranquila?

— Claro que pode. Eu não irei decepcioná-los, eu prometo. — Sorri de canto e a abracei.

Como eu sentia falta daquilo. Daquele abraço de mãe sempre depois de uma bronca, ou depois de uma conversa séria seguida de um conselho que às vezes eu achava careta, mas sempre necessário. Minha mãe estava preocupada e eu sentia isso, senti no seu olhar no dia do jantar e aquilo me deixava apreensiva de certa forma. Me deixava querendo provar de que eu não tinha absolutamente nada com a mulher, por mais que eu soubesse que coração de mãe nunca se enganava, eu me sentia quase obrigada.

The JudgeOnde histórias criam vida. Descubra agora