Some things are blue

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CAMILA'S POV

Lauren era a última pessoa que eu desejava encontrar naquela noite. Quer dizer, antes ela do que um tarado qualquer, mas se comparar ela a um tarado, não faria muita diferença.

A segunda parte pela qual eu agradecia por ter a encontrado, era pelo fato de que eu não estava encontrando o caminho de volta para casa, então de certa forma, eu não estaria mais perdida. Graças a Deus.

Mas ainda preferia não ter que olhar para aquela cara de sonsa dela.

Após eu ter me assustado e tropeçado nos meus próprios pés — por causa daquele maldito farol que ela acendera na minha cara —, ela havia me ajudado a levantar e estava com os olhos completamente estalados em meu corpo.

— Não vai me dizer que eu pareço atraente?!

— Atraente? — A mulher riu irônica ao me analisar da cabeça aos pés. — Você está em um estado de calamidade, Camila... Onde estão os seus sapatos e que diabos você faz aqui sozinha?

A encarei com a visão meio embaçada, mas pude perceber que ela mantinha as duas mãos na cintura e me encarava como se fosse uma mãe prestes a encher o filho de bronca.

— Não é da sua conta. — Bocejei, exausta. — Não se mete na minha vida.

— O Shawn sabe que você está andando por ai sozinha?

— Shawn? O Shawn não é meu pai pra dever satisfações a ele, mas pede para ele me buscar bem aqui que vou estar esperando. — Me arrastei com dificuldade até o degrau da calçada e me sentei ali.

— Coisa nenhuma, vamos, entre no carro agora! — Ordenou e eu a encarei séria.

Era sério aquilo? Sério que ela estava me dando ordens e esperava que eu a obedecesse?

Não mesmo.

Mas bem que eu poderia aceitar, estava começando a chover e eu não estava nem um pouco a fim de fazer companhia para a chuva, apesar de ela não estar me incomodando tanto.

— Não vou a lugar nenhum com você.

— O que? Está começando a chover e você não tem escolhas, garota... Entra no carro que eu vou te levar para casa!

Gargalhei alto.

— Você não pode me obrigar só por que você é a Lauren Jauregui. — Falei em meio as gargalhadas sem pensar direito no que estava argumentando.

Por que eu estava rindo tanto de uma hora para a outra? Não estou me entendendo.

— Não? — Perguntou sem esperar pela resposta e me pegou nos braços, me carregando até a porta do banco trazeiro e a abrindo. — Você bebeu, Cabello?

Ela estava cheirosa. Cheirava a... perfume amadeirado. Eu amava aquele cheiro, poderia ficar ali pelo resto de minha vida sem reclamar.

— Não é da sua conta, me solta Jauregui! — Me debati em seus braços, mas a garota não me deixou descer por mais que eu me movimentasse desesperadamente. — Me deixa em paz.

— Vai ficar em paz quando chegar em casa. Agora fique quietinha ai! — Me jogou de qualquer jeito no banco e fechou a porta com força, dando a volta e entrando no lado do motorista em seguida.

The JudgeOnde histórias criam vida. Descubra agora