Home Sweet Home

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CAMILA'S POV 

— Mãe? Dá pra me ver? — Acenei com as mãos fazendo um sinal de que eu estava a chamando e ela correspondeu com um aceno de volta. — Agora vou te ligar todos os dias pela webcam.

Shawn havia comprado um notebook para a minha mãe, que estava se preocupando diariamente comigo, e mandou enviar em seu endereço. Uma semana havia se passado e durante os últimos sete dias, Sofia ligava o Skype para que eu pudesse cantar para ela dormir, como fazia em casa de costume.

Com o Skype ficaria bem mais fácil de conversar com eles e eu me sentiria bem mais próxima do que com uma simples ligação. Mamãe, que não era ligada nessas coisas de tecnologia, até que se empolgou bastante com a história de poder me ver meio "pessoalmente" e se certificar de que nada havia me acontecido. Por que as mães têm que ser tão paranóicas sempre?

— Eu estou amando poder te ver filha. Nossa, você está mais gordinha, anda comendo muita besteira mocinha? — Fez uma carinha de brava e eu abri a boca em um "O" .

— Estou? Oh meu Deus, eu preciso voltar para a minha dieta! O Shawn anda comprando muitas pizzas ultimamente, eu falei que iria engordar.

— Você está linda, Kaki, como a branca de neve. — Sofia apareceu com o sorriso de orelha a orelha, me fazendo sorrir bem mais satisfeita.

— Awn minha pequenina, como você está? Espero trazer vocês para cá em breve, isso aqui é um paraíso! — Disse abrindo os braços e inalando a maior quantidade de ar que eu conseguia.

— Eu estou bem. Papai disse que está com saudade, mas teve que ir trabalhar. — Fez um biquinho triste. — Mamãe tá feliz, fez até um chocolate pra mim.

— Ah é mãe? Quando eu estava aí a senhora não fazia. — Fingi irritação e a mulher riu.

— Prometo que quando você voltar, eu faço só pra você. Agora tenho que desligar porque a senhorita Sofia tem escolinha. — Disse, vestindo um casaco em minha irmã que relutava para não colocar. — Está frio pequena.

— Eu não gosto de usar casaco. Vão rir de mim. — Sofia disse emburrada.

— Ei, obedece a mamãe. — Sussurrei — Vão rir de você se não colocar o casaco, isso sim!

— Ouviu a sua irmã? Dá tchau pra ela. — Mamãe ordenou e a pequena balançou os bracinhos, jogando vários beijos no ar.

— Vai com Deus princesa! — Copiei o ato da menina e me voltei à mamãe. — Vai me ligar depois, não vai?

— Ligo filha. Fica com Deus. — A mulher se despediu e eu fiz o mesmo, desligando em seguida.

Aproveitei que Shawn tinha ido resolver alguns assuntos importantes na empresa do pai e decidi me encontrar com Lucy para entregar alguns currículos de emprego nas várias lojinhas que haviam por aqui.

O bom de Nova York era que que tinha loja de vários tipos e vendendo todo o tipo de coisa em um mesmo lugar. Todos que andavam pelo centro passavam nas lojas e sempre levavam alguma coisa que lhes interessassem, desde acessórios como brincos até roupas e tintas para pintar casas. Os restaurantes estavam sempre bem cheios, as pessoas que frequentavam as choperias formavam fila ao redor do estabelecimento dando gosto de trabalhar e vender sempre mais. Deixamos nosso currículo em quase todos os estabelecimentos, mas paramos por um momento e observamos um café que estava que havia apenas três pessoas. Decidimos entrar e escolhemos um lugar próximo ao balcão de onde o dono ficava e fizemos os pedidos, nos sentando logo em seguida.

Percebemos que o senhor nos olhava atentamente e com uma feição curiosa, como se desejasse pedir algo. Lucy, que estava com os currículos nas mãos, desistiu de entregar os papéis e eu decidi ir por conta própria já de saco cheio daquele doce da garota.

The JudgeOnde histórias criam vida. Descubra agora