01. Uni

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"Reputação é o que homens e mulheres pensam de nós; caráter é o que Deus e os anjos sabem de nós" — Lana Del Rey.

Localização: Universidade de Sheffield — Dormitório de Harry Styles.
Data: Segunda-feira, 15 de abril.
Dias Restantes: 34.

Louis Tomlinson sempre teve péssimas ideias, mesmo se esforçando muito, não consegue lembrar-se de uma única ideia que tenha sido promissora. Mas, agora, pendurado no parapeito de uma janela, a alguns metros do chão, ele sabe que essa foi a pior ideia de todas.

— Vamos lá, Tommo, você consegue — murmura para si mesmo enquanto olha para baixo, no mesmo instante que seus olhos encontram a grama abaixo de si, ele sente um forte enjoo — você não consegue, você não consegue, você não consegue — diz para si mesmo voltando a olhar para seus dedos segurando-o como sua vida dependesse disso, porque depende. Os nós de seu dedo estão brancos e todo o seu braço dói pelo esforço, ele quase se arrepende de sair da academia. Quase.

É tudo culpa de Harry, na verdade. Nada disso teria acontecido se ele não ficasse se jogando para cima de Louis, com aquele sorriso sacana idiota. Louis sabe que tem sua parcela de culpa, afinal a ideia de sair pela janela tinha sido dele, mas o que mais poderia fazer? Não podia sair do quarto do seu arqui-inimigo com as roupas de ontem e um cabelo pós-foda.

Todos saberiam que eles dormiram juntos, a reputação de Louis seria jogada na lama, e reputação era tudo naquele lugar. Principalmente quando se era popular como ele.

O garoto então respirou fundo e fechou os olhos, pensando uma última vez na melhor maneira de cair para evitar quebrar as duas pernas. Estava quase se soltando quando uma voz vinda do nada disse "oh, você ainda está aí" fazendo ele assustar e despencar como um saco de batatas.

Atingiu o solo com força, batendo a parte detrás da cabeça e suas costas, o ar escapou de seus pulmões e sua visão ficou preta. E ele teve certeza que estava morto.

— Tomlinson? — A voz de Harry soou hesitante e preocupada, mas Louis duvidava que seu inimigo era capaz de sentir-se preocupado, ainda mais com ele, então supôs estar imaginando coisas devido a pancada — Por favor, não esteja morto, sou muito novo para ser preso.

Em resposta Louis soltou um gemido de dor e levantou seu dedo do meio. Harry então suspirou aliviado e fechou a janela com força.

Ficou um tempo deitado tentando recuperar um pouco da sua dignidade, embora ela já tenha terminado de se acabar no momento em que ele saiu da festa e foi atrás de Harry, assim como uma presa é atraída pelo predador.

Uma eternidade parece ter se passado quando Louis finalmente começa a caminhar em direção ao seu dormitório. Suas costas doem como o inferno e ele considera faltar, mas segunda tem aula de ciência política e ele ama essa matéria. Então se arrasta pela calçada pensando no que comer e vestir, porque se recusa a pensar em Harry e na noite passada.

Mas, é claro, ele não consegue evitar. E tão rápido quanto sua queda, as memórias na noite passada voltam a ser tudo que Louis conseguia pensar.

Enquanto observa o sol nascer e as ruas do campus vazias, lembra-se da sensação dos lábios de Harry sobre os seus. Não sabe dizer ao certo o assunto das provocações, apenas se recorda de Harry o empurrando contra uma árvore e ficando muito próximo. Seu coração acelera à proporção que se lembra de agarrar a camisa de Harry e o puxar para um beijo desesperado, porque, olhando para Harry naquele momento, sente-se desesperado para beija-lo.

Porque sentiu aquela atração por alguém que odeia, é difícil dizer, mas Louis está trabalhando numa teoria, envolvendo alienígenas, poder de persuasão e o fato dele estar bêbado.

MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora