Murderer

07. Niall Horan

"Na noite passada eu sonhei que alguém me amava. Nenhuma esperança, nenhum dano, só outro alarme falso " — Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me, The Smiths.

Localização: Universidade de Sheffield — Cafeteria do Campus.
Data: terça-feira, 30 de abril.
Dias Restantes: 19.

Madeline espera pacientemente por Louis, pede outro café e tenta não pensar em nada. No momento ela precisa deixar de lado Jaxson e seu passado e se concentrar em Louis, porque ele é seu melhor amigo, também é o único. E precisa de ajuda.

Quando o garoto finalmente chega, Mad sente seu coração se apertar. Louis está com os olhos inchados e o nariz vermelho, está usando algo próximo a um pijama —moletom e camiseta —, uma roupa casual, como se estivesse em casa tranquilamente vendo um filme, quando recebeu uma notícia horrível e teve que sair de casa às pressas.

— Eu sou um idiota — diz jogando-se na cadeira em frente a de Madeline —, quer dizer, o que eu poderia fazer? Fiquei na defensiva, obviamente, porque eu não sei se posso voltar a confiar em Harry. — Louis diz tudo de uma vez, como se os dois já estivessem conversando.

— Oi, Louis, quer um chá? — Pergunta ignorando o que o garoto disse, ela quer dizer para ele ir com calma, falar devagar porque não está entendendo muito bem.

— Sim, por favor. — Responde casualmente. — Mas depois percebi o erro que cometi — continua esquecendo-se do chá e falando com uma voz melancólica, Madeline suspira e se concentra no que Louis está dizendo. — Eu e Harry demos muito certo um dia. E apesar de tudo eu ainda amo aquele garoto.

Madeline não diz nada, apenas espera que Louis escute suas próprias palavras e as raciocine. A expressão facial de Louis vai de triste para surpreso em questão de segundos.

— Eu ainda amo Harry — diz lentamente, sentindo o sabor das palavras que deixam a sua boca —, eu nunca deixei de ama-lo, nem por um segundo.

— Fico contente que tenha percebido isso, Louis.  — Madeline sorri para ele. — Quanto tempo demorou para notar? — Pergunta honestamente, sem traços de ironia na voz.

— Quarenta e oito horas — diz Louis, em segui ele mexe o nariz como sempre faz quando está pensando. — Ok, eu admito, no momento que Harry saiu do meu quarto, mas eu demorei para aceitar totalmente. — Disse Louis sorrindo torto. Madeline balança a cabeça negativamente enquanto sorri.

— Não ajudei em nada, mas quero que saiba que sempre estaria aqui. — Madeline diz aquilo sorrindo carinhosamente, percebendo o quanto ela é grata por ter Louis como seu amigo, mesmo sendo o único, ele vale por dez.

— Eu também estarei sempre aqui, Maddie. — Diz sorrindo largo, mesmo com os olhos inchados, o sorriso continua perfeito em seu rosto. — Mas o que farei agora? Eu estraguei tudo. — O sorri some do rosto de Louis e Madeline deixa de sorrir também.

— Estragou mesmo — concorda Madeline e Louis exclama ofendido —, mas nós vamos pensar em alguma coisa, mesmo que já saibamos o que deve ser feito — diz erguendo uma sobrancelha para Louis.

— Não vou dizer à Harry que o amo. — Diz Louis como se aquilo fosse óbvio. — Tudo em seu devido tempo, primeiro preciso ter certeza de que posso voltar a ter um relacionamento com ele. Mesmo que seja o desejo de ambos, algumas coisas precisam ser levadas em consideração. — Madeline ignora essas "coisas" porque sabe que Louis está complicando algo simples.

— Ligue então, mande uma mensagem, uma carta, um sinal de fumaça — exclama Madeline. — Vá atrás de Harry, peça desculpas.

— Preciso dizer que quero tentar. Harry não precisa do "eu te amo", ele precisa saber que eu estou disposto a começar tudo outra vez — diz Louis determinado, como se estivesse passando a estratégia para vencer a guerra aos soldados.