Murderer

15. Interrogatório 03

"Tudo acontece por uma razão. Às vezes essa razão é que você é estúpido e faz escolhas ruins. " — Anônimo.

Localização: Delegacia de Sheffield.
Data: Domingo 19 de maio.
Dias Restantes: 0.

Louis encara o policial Coates determinado a não falar nada. Ele deveria estar perguntando sobre Jaxson, e não sobre Harry, alguma coisa deve ter dado errado, mas os outros três foram liberados, Louis pergunta-se o que isso significa. Será que eles serão interrogados de novo?

— Vou perguntar mais uma vez, sr. Tomlinson — diz Coates pacientemente, mas Louis sabe que ele está a ponto de ter um ataque de fúria. — Você tem algum envolvimento com Harry Styles? E quando eu digo "algum envolvimento", é no sentido romântico.

Ele continua em silêncio, olhando desinteressado para o policial e em seguida para a câmera de segurança. Parece estar desligada, mas Louis sabe que está funcionando.

— Achei que estava aqui para falar sobre Jaxson — responde Louis, pois é mais fácil falar sobre isso, do que sobre ele e Harry.

O policial encara-o, ele parece estar contando até dez mentalmente. — Tudo bem — responde ele. — Você conhecia Jaxson Verona? — Pergunta Coates com uma falsa calma.

— Conhecia — responde Louis casualmente —, quer dizer, eu não era amigo dele nem nada, mas Madeline, namorada dele, é minha melhor amiga — continua Louis, ficando subitamente triste. Até o momento em que ele estava esperando para ser interrogado, ela não havia chegado.

Seu coração aperta-se um pouco porque Louis sabe que ela amava Jaxson, e o fato dele estar morto, é culpa dele. Bom, na verdade, não é. Louis não conseguiria evitar nada do que aconteceu, mas ele não consegue não ficar triste e sentir-se culpado. Como ele olhará para Madeline agora?

— Acho que nunca cheguei a conversar com ele — acrescenta Louis, tentando lembrar-se de alguma coisa a respeito de Jaxson, mas sua mente está em branco.

— E você viu Jaxson na festa? — Pergunta o policial e Louis assente.

— Na hora que eles chegaram — conta Louis lembrando-se de como Madeline parecia feliz e Jaxson apreensivo. — Estavam procurando por Nicholas Bebris. Depois disso eu subi, fui para os quartos, fiquei lá até instantes antes da polícia chegar.

Coates — que até agora estava com os pulsos em cima da mesa — recosta na cadeira, cruzando os braços e parecendo genuinamente interessado no que Louis disse, o garoto pergunta-se no que exatamente. Tudo que Louis não precisa é falar demais.

— Nicholas Bebris — repete o policial lentamente —, esse tem sido um nome que tenho ouvido bastante — comenta em um tom que deveria ser casual, mas Louis sabe onde ele quer chegar —, diga-me, Louis, você acha que Nicholas pode ter algum envolvimento nisso?

Louis congela, ele tem feito muito isso — ficar estático e não saber como reagir — desde que entrou naquela sala. Por mais que seja tentador plantar uma acusação contra Nicholas, e livrar-se das suspeitas do policial, Louis não pode colocar a culpa em um inocente.

Seus ouvidos zunem. Alguém tem que assumir a culpa, certo?

— Não, eu acho que não — responde Louis —, não sei. — Continua, porque ele realmente não sabe, pois, se as circunstâncias fossem outras, teria Nicholas matado Jaxson?

— Madeline chegou a comentar algo sobre eles? — Pergunta o policial, como se quisesse dar mais uma chance para Louis tirar Nicholas da lista de principais suspeitas.

— Não, a única coisa que ela disse foi que Jaxson estava tentando ser uma pessoa melhor. — Conta Louis, lembrando-se de uma conversa que tivera com Madeline ao que parece ter sido anos atrás. — Acho que isso inclui fazer as pazes com Nicholas — deduz Louis dando de ombros —, de qualquer maneira, não acho que devemos tirar conclusões precipitadas sobre Nicholas. Ele me parece ser bem bacana — conclui Louis sorrindo amarelo, na esperança de que não tenha ferrado com as coisas para Nicholas.