10. A Arma

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"Eu não entendia como alguém podia viver em um mundo mau e não absorver um pouco dessa maldade. Como um cara era capaz de viver sem um pouco de maldade? " — Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo.

Localização: Universidade de Sheffield — Dormitório de Harry Styles.
Data: sexta-feira, 17 de maio.
Dias Restantes: 2.

Talvez Louis estivesse sendo dramático. Harry não iria terminar com ele por causa de um mal-entendido. Ou iria? A cada batida que dava na porta de Harry, a certeza de que eles iriam se entender, dava lugar a dúvida. Eles tinham tatuagens que se completavam, isso deveria significar alguma coisa, certo?

— Harry — chamou Louis batendo na porta pela vigésima vez —, Harry, por favor, abra a porta. — Suplicou.

A resposta era o silêncio, se Louis não tivesse visto a luz acessa por um segundo antes de apagar-se novamente, ele poderia jurar que Harry não estava ali. Fazia apenas alguns dias desde o "desentendimento" como Louis gostava de chamar, e ele sentia muita falta de Harry.

Durante toda a semana, Louis tentou falar com Harry, mas todas as vezes em que ele se aproximava, Harry fugia dele. Madeline aconselhou Louis a dar um tempo a Harry, mas ele não queria dar tempo nenhum. Quanto mais Harry ficasse sem saber a verdade, mais magoado ele ficaria.

— Harry! — Gritou Louis ligeiramente bravo, o resto dele era preenchido com desespero. E se Harry nunca abrisse a porta? E se ele tivesse saído pela janela? Harry poderia estar do outro lado do país a essa altura.

— É muita audácia da sua parte vir brigar com o Harry na porta dele — diz alguém as costas de Louis. É Josh Devine.

Louis vira-se lentamente para ele. O garoto está parado no batente de sua porta, de moletom e parecendo bastante irritado. Louis o encara com seus olhos cheios de lágrimas. E Josh entende. De alguma forma estranha ele sabe. Josh sorri para Louis.

— Vocês vão se acertar — sussurra, tão baixo que Louis não tem certeza se foi isso mesmo que ele disse, em seguida, ele fecha a porta.

E como se tivessem combinado, a porta de Harry se abre. E ele está parado ali, de calça de moletom e sem camisa, está escuro demais para Louis ler sua expressão, mas seu coração aperta-se do mesmo jeito porque, Harry está péssimo. Antes que Harry arrependa-se e feche a porta em sua cara, Louis empurra-o para fora do caminho e entra no quarto.

— Nós precisamos conversar. — Anuncia Louis fechando a porta do dormitório Harry está de costas para ele, parece estar olhando através da janela, imóvel, parecendo-se com uma muralha.

— Quer dizer, você não precisa dizer nada, apenas me escutar — continua Louis encarando as costas de Harry. Por mais que Louis ame aquela parte do corpo dele, dói olhar para ela agora. Ele quer que Harry olhe em seus olhos, para que ele possa ver o quanto Louis sente por tudo aquilo.

— Aquela garota, Bianca, escreve para aquele site lamentável, ela veio até mim porque queria que eu respondesse algumas perguntas — começa Louis, as palavras saindo lentamente de sua boca.

Louis já havia se dado conta de como foi ridículo ao falar aquelas coisas, ele poderia muito bem ter arrumado uma outra maneira de esquivar-se de Bianca. — Ela me contou de um boato sobre nós. As pessoas estão começando a desconfiar, Harry, eu entrei em pânico e acabei dizendo aquelas coisas. Sinto muito.

Harry não diz nada e Louis está realmente começando a se chatear, fui só um mal-entendido, Harry precisa superar isso logo para que eles possam seguir em frente.

— Vamos lá, Harry. Não foi grande coisa... — começa Louis, mas se interrompe quando Harry vira-se para ele.

— É muito fácil você me responder "em breve" de um jeito vago e, depois, dizer todas aquelas coisas. Eu entendo que você esteja relutante em voltar comigo depois de tudo o que passamos. Mas me iludir é um pouco baixo, não é? — Pergunta Harry com a voz quebrada. 

MurdererOnde histórias criam vida. Descubra agora