Capítulo 4

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Sem revisão



É... Tudo podia piorar um pouco mais. Descobriu logo depois de ser deixada sozinha com seu ex.

E tudo culpa de Sophia. Jamais desconfiaria que ela fosse dona da loja. A loira começara a falar sem parar e mostrar coisas, não contente abandonara Catarina e Daniel para buscar um vestido, no andar de cima. Segundo ela, a roupa ficaria incrível em sua pele negra. Antes de subir, pediu ao namorado para tomar conta dela. Deus! Se não tivesse tão nervosa teria dado uma boa risada. Mulher maluca!

Observou, disfarçadamente, os movimentos dele. Daniel não dissera uma palavra até agora, só andava pela loja, visivelmente irritado. Aproveitou para olhá-lo melhor no momento em que ele lhe deu as costas para atender uma ligação. Bebeu a imagem dos cabelos escuros e curtos, os braços morenos cobertos de pelos. Dessa vez,  vestia jeans e uma camiseta preta com estampa do Pink Floyd. Como pode ver, o ex continuava apaixonado pela banda britânica de rock progressivo dos anos 60. Ela nunca fora fã deste tipo de música antes, assim ele a fizera ouvir várias vezes enquanto estiveram juntos. Precisava apurar seu gosto musical, ouvia sempre essa provocação. Sorriu com a lembrança,  homem persistente a ensinara a gostar de rock, afinal.

Deixou as recordações de lado. A exceção de uma moça no caixa, eles estavam sozinhos e contrariados. As mulheres haviam desaparecido e aquele silêncio começava a oprimi-la, sentia a ansiedade aumentar a cada segundo.

Chega. Decidiu se levantando, cansada do absurdo daquela situação. Sem aguentar mais a tensão virou-se para ir embora, estava com a mão na maçaneta da porta quando ouviu.

- Esse é o seu jeito de retribuir a gentileza de Sophia, fugindo?

- Pode explicar a sua namorada que precisei sair? – ela pediu sem se virar.

- Posso, mas só se garantir que esses encontros não acontecerão mais.

- Gostaria de prometer isso... Ficar fora do seu caminho. Mas nem mesmo eu consigo prever essas coisas. Foi só uma coincidência infeliz... – Catarina se virou e olhou para ele.

- Coincidência entrar na loja da minha namorada? Não viu o nome dela na porta? – ele estava cético – Ok. Espere Sophia voltar e arrume uma desculpa qualquer para nunca mais voltar aqui... Sei lá, diga que vai sair do país, não me interessa. Só desejo que desapareça o quanto antes!

Extremamente envergonhada Catarina olhou para a moça no fundo da loja se perguntando se ela ouvira alguma coisa. Felizmente, a funcionária parecia concentrada em seu trabalho. Poucas vezes se sentira tão humilhada. Compreendia a mágoa dele, eles não haviam terminado bem e, grande parte da culpa cabia a ela. Porém, expulsá-la assim... Estava constrangida, embora procurasse manter as aparências.

- Acredite, não sabia que essa loja é dela, entrei com uma conhecida e já estaria longe se sua namorada não tivesse me atropelado. – olhou de novo na direção da moça e continuou falando baixinho - Também estou achando essa situação esquisita, mas se está preocupado com a possibilidade de me tornar amiga da Sophia fique tranquilo. Não vamos trocar figurinhas, nos visitar ou fazer compras juntas...

- Você não é engraçada. – Daniel cortou irritado com o deboche – Nunca foi.

- E você já foi mais educado! – Catarina disparou e se arrependeu pela falta de tato. De que adiantava discutir com ele? Suspirou – Ouça, não tem sentido ficar aqui trocando farpas. Sophia parece uma boa pessoa e tem sido gentil nas vezes em que nos encontramos, talvez por não saber quem sou. Aconselho contar a ela...

Por mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora