Capítulo 9

1.4K 185 26
                                    

Sem revisão


Dias atuais

- Posso até adivinhar o motivo dessa pressa toda! – no banco do carona Heitor observava o irmão dirigir rapidamente. Sem paciência, buzinou para um motorista mais lento que lhe negava passagem – É impressão minha ou estou vendo o mesmo garoto de quando éramos crianças que fazia alguma merda e logo ia depressa se entregar. Foi isso, né? Você e Catarina se pegaram no galpão, depois bateu o arrependimento. Agora está indo correndo se encontrar com a outra todo cheio de remorso. Olhe, mano se fosse eu, antes de falar com Sophia, compraria um bom presente.

- Heitor! Dispenso conselhos como este. – acelerou o carro e ultrapassando o outro veículo, o motorista do lado falava ao telefone o encarou e Daniel fez um gesto obsceno – Já que você é um fofoqueiro intrometido vou esclarecer uma coisa: Catarina e eu não transamos. E, embora isso não seja da sua conta, apenas conversamos um pouco e sem brigar o que foi meio estranho. Vê-la no haras só aumentou minha certeza em relação à Sophia, por isso estou indo resolver de vez essa história. Também vamos ter uma noite especial, ela quer comemorar o sucesso nos negócios.

- Catarina continua gostosa demais! E aquela pele lisinha e perfeita? Fico imaginando se ela é toda assim...

- Cale essa boca se não quiser ser jogado deste carro! – rosnou.

- Ok. – Heitor sorriu. Era tão fácil irritar o irmão, o coitado lutava uma batalha perdida contra essa paixão mal resolvida. Acomodou-se melhor no assento, levaria meia hora para chegar ao seu destino. Ainda deixou escapar – Sempre morreu de ciúmes de Catarina, mas preferia ser torturado a admitir isso.

Daniel não retrucou, apenas apertou o volante até os dedos ficarem brancos.

Xxx

Sophia conversava com Isabel quando o namorado chegou, pegou a mulher pelo braço levando-a para o andar superior.

- Muito bem, senhor Impaciente! O que é tão urgente que não podia falar por telefone? – beijou-o de leve e ofereceu uma bebida, Daniel recusou e a fez sentar. O lugar era uma mistura de escritório (com mesa, computadores e cadeiras) e sala para receber as clientes mais assíduas. Havia também o espaço reservado para as peças mais caras da boutique.

A loira acompanhou calada a movimentação do namorado.

- Soph, Vou te contar uma coisa, mas primeiro preciso dizer que não esperava que essa história fosse tão longe... – Daniel parou indeciso, escolhendo palavras para não magoar a moça.

- Daniel, está me deixando ansiosa. – estava acostumada com o jeito intempestivo dele, por isso nem se abalou quando ele a puxou para conversarem a sós. Porém a indecisão que via em seus olhos e gestos começava a preocupá-la – Pelo amor de Deus, pare de fazer rodeios e diga logo.

- Bem, como sabe eu fui casado por um tempo... Esse casamento durou uns seis meses e desde que me separei não falo muito sobre o assunto – ele sentou e acariciou as mãos dela.

- Conheço a história por alto. É tabu entre a sua família e eles, em respeito a você, evitam falar sobre ela. E como também não toca no assunto comigo, resolvi não te pressionar por enquanto... Eu gostaria de saber um pouco sobre essa mulher misteriosa e o que ela aprontou pra te deixar tão zangado. – ela sorriu compreensiva – Qualquer dia a gente terá de falar sobre isso, querido.

- E vamos conversar agora, Soph. Quando o divórcio saiu eu estava meio fora de mim e na época posso ter sido um tanto prepotente porque pedi... Pedi, não. Ordenei a minha família que nunca mais tocasse no seu nome perto mim. Lá em Jacira pouquíssimas pessoas souberam do casamento e depois de algum tempo quase ninguém se lembrava dela. Ela morava em outro estado e fiquei sem vê-la por anos e quando a vi compliquei as coisas... Desde o início eu não quis aproximação... Mas aí vocês se conheceram e....- Daniel tomou coragem antes de completar - Ela se chama Catarina. Catarina Novaes.

Por mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora