Sem revisão
Dias atuais
- Posso até adivinhar o motivo dessa pressa toda! – no banco do carona Heitor observava o irmão dirigir rapidamente. Sem paciência, buzinou para um motorista mais lento que lhe negava passagem – É impressão minha ou estou vendo o mesmo garoto de quando éramos crianças que fazia alguma merda e logo ia depressa se entregar. Foi isso, né? Você e Catarina se pegaram no galpão, depois bateu o arrependimento. Agora está indo correndo se encontrar com a outra todo cheio de remorso. Olhe, mano se fosse eu, antes de falar com Sophia, compraria um bom presente.
- Heitor! Dispenso conselhos como este. – acelerou o carro e ultrapassando o outro veículo, o motorista do lado falava ao telefone o encarou e Daniel fez um gesto obsceno – Já que você é um fofoqueiro intrometido vou esclarecer uma coisa: Catarina e eu não transamos. E, embora isso não seja da sua conta, apenas conversamos um pouco e sem brigar o que foi meio estranho. Vê-la no haras só aumentou minha certeza em relação à Sophia, por isso estou indo resolver de vez essa história. Também vamos ter uma noite especial, ela quer comemorar o sucesso nos negócios.
- Catarina continua gostosa demais! E aquela pele lisinha e perfeita? Fico imaginando se ela é toda assim...
- Cale essa boca se não quiser ser jogado deste carro! – rosnou.
- Ok. – Heitor sorriu. Era tão fácil irritar o irmão, o coitado lutava uma batalha perdida contra essa paixão mal resolvida. Acomodou-se melhor no assento, levaria meia hora para chegar ao seu destino. Ainda deixou escapar – Sempre morreu de ciúmes de Catarina, mas preferia ser torturado a admitir isso.
Daniel não retrucou, apenas apertou o volante até os dedos ficarem brancos.
Xxx
Sophia conversava com Isabel quando o namorado chegou, pegou a mulher pelo braço levando-a para o andar superior.
- Muito bem, senhor Impaciente! O que é tão urgente que não podia falar por telefone? – beijou-o de leve e ofereceu uma bebida, Daniel recusou e a fez sentar. O lugar era uma mistura de escritório (com mesa, computadores e cadeiras) e sala para receber as clientes mais assíduas. Havia também o espaço reservado para as peças mais caras da boutique.
A loira acompanhou calada a movimentação do namorado.
- Soph, Vou te contar uma coisa, mas primeiro preciso dizer que não esperava que essa história fosse tão longe... – Daniel parou indeciso, escolhendo palavras para não magoar a moça.
- Daniel, está me deixando ansiosa. – estava acostumada com o jeito intempestivo dele, por isso nem se abalou quando ele a puxou para conversarem a sós. Porém a indecisão que via em seus olhos e gestos começava a preocupá-la – Pelo amor de Deus, pare de fazer rodeios e diga logo.
- Bem, como sabe eu fui casado por um tempo... Esse casamento durou uns seis meses e desde que me separei não falo muito sobre o assunto – ele sentou e acariciou as mãos dela.
- Conheço a história por alto. É tabu entre a sua família e eles, em respeito a você, evitam falar sobre ela. E como também não toca no assunto comigo, resolvi não te pressionar por enquanto... Eu gostaria de saber um pouco sobre essa mulher misteriosa e o que ela aprontou pra te deixar tão zangado. – ela sorriu compreensiva – Qualquer dia a gente terá de falar sobre isso, querido.
- E vamos conversar agora, Soph. Quando o divórcio saiu eu estava meio fora de mim e na época posso ter sido um tanto prepotente porque pedi... Pedi, não. Ordenei a minha família que nunca mais tocasse no seu nome perto mim. Lá em Jacira pouquíssimas pessoas souberam do casamento e depois de algum tempo quase ninguém se lembrava dela. Ela morava em outro estado e fiquei sem vê-la por anos e quando a vi compliquei as coisas... Desde o início eu não quis aproximação... Mas aí vocês se conheceram e....- Daniel tomou coragem antes de completar - Ela se chama Catarina. Catarina Novaes.
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Por mais uma vez
Roman d'amourPara alguém acostumado ao sucesso como Daniel Camargo um casamento fracassado era um erro que devia ser completamente esquecido, uma página virada em sua vida... Só não esperava que um incidente trágico ameaçasse trazer o passado de volta o obrigand...