Capítulo 25

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Sem revisão


- História bem mirabolante. – Heitor comentou após o irmão explicar, de forma resumida, a presença de Catarina no haras na manhã seguinte.  Todavia, Daniel evitou contar sobre a mãe dela, por enquanto. Um problema de cada vez. Eles estavam no seu escritório e  aguardavam a chegada do detetive Hélio Salvador. – Mano, aproveite que estamos sozinhos aqui e responda sinceramente se acreditou nessa história. Então, alguém entrou no apartamento e saiu sem levar nada... Sei lá, tudo me parece meio extraordinário, como aqueles filmes de espionagens  que a gente assiste.

Daniel interrompeu o que fazia e refletiu. Para ele, não era apenas questão de acreditar, o momento exigia bem mais, pois as provas eram quase inexistentes, o momento exigia confiar. Pensando assim, voltou-se para o irmão instalado confortavelmente em seu sofá.

- Você conhece Catarina, Heitor. Ela é uma mulher pé no chão demais para sequer pensar em criar uma história como essa. Confio nela sim e, por isso, o Salvador está vindo aí pra deixar tudo em pratos limpos.

Heitor deixou o sofá, andou pelo escritório. Preocupado, começava a sentir o quanto o irmão estava envolvido com Catarina e o modo como havia deixado seus negócios de lado e fitou Daniel antes de falar.

- Dan, entenda uma coisa, eu gosto de Catarina só que... porra! Fico pensando se não está perdendo o foco por estar envolvido demais com essa mulher... Você tinha uma viagem de negócios importante ontem e deu o cano nos caras. Nunca fez isso antes, mano – Heitor viu a expressão do irmão se fechar.

- Isso é uma piada? Justamente o cara mais irresponsável do planeta vem me cobrar qualquer coisa e desde quando te dou licença pra se meter em minha vida?

- Quando interfere nos negócios eu me meto sim. Quantas vezes você e o pai não repetiram essa ladainha pra mim, hein? – Heitor relembrou nervoso- Ok. Eu sou o irresponsável e todo mundo tá acostumado. Mas, entende que chegar lá e avisar na última hora que você não daria as caras pegou muito mal. Lidamos com essa gente há anos e confiam em você, sua presença acalma. –

Ele ligara para Heitor e o instruíra a presidir uma reunião em seu lugar. Pelo jeito, não fora boa ideia, pois sócios eram pessoas retrógadas. Gente estúpida. Praguejou, imaginando a expressão desgostosa dos homens durante o encontro, eles se acostumaram a lidar com Antônio ou ele e menosprezavam o irmão, por acharem-no sorridente demais.

Uma batida leve na porta anunciou a chegada do investigador. Heitor deu um tapa nas costas do gigante de olhos escuros astutos e fala mansa chamado Hélio Salvador.

-Salvador, obrigado por ter atendido meu chamado tão rápido. – o recém-chegado e o namorado da advogada trocaram um forte aperto de mão e o detetive, que se igualava em altura com Daniel, respondeu dando uma olhada ligeira pelo escritório.

- Sem problemas. Pode me contar direito o que aconteceu?

- Um minuto. – Daniel pediu um café para o visitante enquanto terminava de assinar alguns documentos e dispensava Heitor, que saiu contrafeito.

Há algum tempo o irmão vinha se mostrando insatisfeito e irritado com alguma coisa. Bom, pensaria nisso depois. Focou sua atenção no homem de rosto redondo e cabeça raspada parado na janela; alto e largo ele mais parecia um segurança de boate. As aparências enganam, nem por um segundo duvidou da capacidade de homem. Ele levantou-se para procurar a namorada.

- Bom, vou precisar chamar...

- Uau! Quem é aquela deusa malhando ali? – Desconfiado, o dono do haras aproximou-se do investigador e acompanhou com fascinação horrorizada Catarina em roupas de ginástica, alongando-se em uma viga da varanda. Parecia acalorada depois da corrida, os cabelos presos no alto da cabeça realçavam o rosto bonito e formavam uma bagunça sensual.

Por mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora