Sem revisão
Capítulo dedicado às mulheres que sofrem, sofreram ou sofrerão qualquer tipo de abuso, assédio e descriminação dentro ou fora de suas casas.
- Delicioso! Vocês não sabem o que estão perdendo... – Depois de tomar um café completo, Pedro atacava uma porção de pastéis de nata com entusiasmo. Ele, Catarina e Ricardo Goés, o advogado recém-contratado, tomavam café da manhã na padaria perto do escritório. Os sócios, clientes antigos, tinham até uma mesinha reservada a eles e longe da muvuca do início da manhã.
- Eu prefiro pegar mais leve para dar conta do dia. – Ricardo respondeu terminando a refeição. De altura mediana, pele e cabelos claros, rosto redondo e olhos azuis sagazes o homem juntara-se à firma há cerca de um mês – Ok. Preciso ir.
- Ótimo profissional. – Pedro elogiou – Foi uma excelente contratação já que o cara trouxe alguns clientes bem importantes.
- Ele parece saber o que faz. – a sócia concordou continuando a devorar seu café, mais simples e bem menos calórico que o do amigo. Decidida a fazer sacrifícios, Catarina comia pão integral com queijo branco e café preto.Tinha certeza de que o passeio de lancha com Dan lhe rendera alguns quilinhos.
- Por falar em bons profissionais, encontrei o velho Silveira e ele está indo morar em Portugal. Pretende passar o resto dos seus dias na "terrinha". Era o sonho dele, lembra? – Abelardo Silveira foi seu professor de direito civil na faculdade – Por isso, o velho está vendendo aquele casarão que você adorava e fiquei pensando.... Por que não fica com ele?
- Pedro, seria uma boa se tivesse dinheiro sobrando. – possuía boas recordações da casa de quatro quartos (dois deles sendo suíte) três salas grandes e um jardim lindo ficava situada numa região nobre do Rio de Janeiro. Sorriu nostálgica, o professor fazia jantares memoráveis naquele lugar e sempre convidava seus alunos mais chegados. Nessas ocasiões, o professor e outros colegas promoviam verdadeiros debates, eram tão inspiradores que ela saía de lá cada vez mais apaixonada pela carreira escolhida.
- Engraçado, está sem dinheiro, mas os brincos em sua orelha contam outra história. – apontou a joia e Catarina levou as mãos às orelhas, tocando os brincos de diamante e rubis que ganhara de Daniel. Gostou tanto que ainda não tivera coragem de tirá-los. No dia a dia, nem usava joias, o medo da violência vinha obrigando a gente a rever de comportamentos.
- Dan me deu. – guardaria seu adorável presente logo que pusesse os pés em casa.
- Nada como ter um namorado rico – Pedro finalmente terminou de comer e limpou a boca – Seguinte, Catarina você sempre gostou daquela casa velha, a localização é fantástica. Fica perto de tudo, devia pensar melhor e fazer uma oferta ao Sil. Para aluna predileta, ele venderia na hora. Se é o dinheiro que tá pegando pode pedir par...
- Não. Pedir qualquer coisa ao Daniel está fora de questão. – Catarina cortou o sócio, embora tentada a comprar a casa, jamais pediria grana ao namorado.
-... Pedir um empréstimo ao seu melhor amigo. – Pedro finalizou ignorando a interrupção – Criatura, a gente se conhece faz tantos anos e nunca pediu nada. Ao contrário, sempre segurou minha barra com o papai e tentava me livrar das garras das minhas ex- esposas gananciosas. Deixe de orgulho besta e aceite. Vá realizar seus sonhos, garota.
Catarina abaixou a cabeça, com desculpa de mexer na bolsa, disfarçou a emoção. Querido Pedro. Como não percebera sua generosidade durante todos esses anos? Oh, sim. Ela estava tentando manter a pose fria e durona, evitando que ele se aproximasse e negando-se a reconhecer, por trás do exterior alegre e meio irresponsável, o sujeito incrível que ele era.
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Por mais uma vez
RomancePara alguém acostumado ao sucesso como Daniel Camargo um casamento fracassado era um erro que devia ser completamente esquecido, uma página virada em sua vida... Só não esperava que um incidente trágico ameaçasse trazer o passado de volta o obrigand...