Capítulo 2: Início

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Setembro de 2012 – McKinley High, Lima, Ohio.

Quinn Fabray observava Rachel Berry sentada a sua frente. A morena estava com a cabeça baixa, estranhamente calada e brincando com as próprias mãos. Quinn, sentada sobre a mesa do professor, remexia-se incomodada porque sabia que aquilo não era o normal, muito menos para uma aberração como a Berry. Ela não precisava surtar ou algo do tipo, aquela situação já era absurda por si só.

Dividir uma sala de aula vazia com Rachel, Tina, Santana e Brittany em completo silêncio era irônico, chegava a ser tragicamente engraçado. Mas a loira não achava a menor graça naquilo tudo, tudo que ela queria, era que Rachel abrisse aquela maldita boca e falasse logo o que queria delas. Ficar perto de Rachel Berry só reforçava o que se passava na cabeça de Quinn nos últimos dias: todas ali tinham alguém que as amava e ela perdeu tudo há exatos três anos... Só que Rachel parecia estar desconfortável e sequer olhava para elas.

Quinn cerrou os dentes e metralhou a todas na sala com seus olhos amendoados, aquilo só podia ser brincadeira. Shelby e agora, Rachel. Realmente, a genética daquelas duas fora criada para tirar Quinn do sério. Quinn estava prestes a se levantou quando ouviu batidas num martelo, ela arqueou a sobrancelha para Rachel e cruzou os braços, curiosa.

- Sei que não gostam de mim, mas eu realmente preciso da ajuda de vocês! – Rachel disse tudo tão rápido que Quinn teve que focar os olhos na boca da morena para entendê-la, Santana parou de lixar a unha e olhou interessada para a outra morena da sala enquanto Brittany e Tina entreolharam-se confusas.

- Desembuche, Treasure Trail. – Santana sibilou entre dentes enquanto um sorrisinho irônico formou-se em seu rosto, Quinn revirou os olhos, realmente... Santana estava um saco naquele ano e aquilo nada tinha a ver com o fato dela ser a nova HBIC. Rachel crispou os lábios e realmente pareceu ficar ofendida com o apelido. Porém, preferiu relevar e continuar:

- Eu e Finn... Nós quase... – Quinn engoliu em seco nesse momento, se ela bem conhecia Rachel depois de quase três anos de convivência forçada, ela sabia muito bem o que ia ser obrigada a ouvir em seguida. Santana pareceu ficar muito mais interessada na conversa enquanto Tina abria um sorriso e Brittany brincava com uma borboleta. – Eu e Finn quase ficamos íntimos, é isso.

- Oh droga! – Santana exclamou surpresa e atraindo a atenção de todos para ela, em seguida, a latina começou a rir sob o olhar decepcionado de Rachel. Quinn olhou de uma para a outra e simplesmente disse fria:

- Ainda bem que foi um "quase".

- Finn tinha proteção, se quer saber, Quinn. – Rachel retrucou um pouco ofendida, Quinn arregalou os olhos para a morena, quem foi que falara sobre gravidez naquela conversa? A loira saltou da mesa e Rachel se encolheu em sua cadeira, talvez esperasse mais um tapa no rosto. Em seguida, Quinn abaixou a cabeça e para a surpresa de todos, suspirou e disse baixinho:

- Eu não falo de gravidez, muito menos de estrias e tampouco de dor... O que eu quero deixar claro, Berry, é que você vai entregar uma coisa que nunca mais retornará. Uma coisa que ainda te faz única nesse mundo em meio a tantas meninas.

Santana olhou desconcertada para Quinn e sem entender uma palavra que a ex-cheerio dizia. Tina concordou em alguns pontos e acenou afirmativamente, enquanto Brittany continuava a brincar com a borboleta. Rachel se levantou da mesa com os olhos castanhos expressivos, ela encarou Quinn com irritação e perguntou:

- Está dizendo que Finn não merece isso? Se ele não merece, imagine Puck, não é mesmo?

Quinn engoliu as palavras ácidas que estavam vindo a sua mente, ela tinha que se controlar se quisesse conversar pacificamente com Rachel. Não que ela quisesse ajudar, mas ela tivera experiências terríveis com aquele tipo de coisa e podia muito bem dar conselhos. A loira cerrou os punhos, mas não disse nada, apenas ficou olhando para Rachel com desprezo. Santana pigarreou e disse, despreocupada:

Signal Fire [FABERRY]Onde histórias criam vida. Descubra agora