Rachel procurou não fazer barulho ao abrir a porta de casa, mas foi traída pelo molho de chaves que caiu ao chão. A morena proferiu um palavrão enquanto pescava as chaves e o chaveiro de estrela dourada e encaixava a chave da porta da frente do lado de dentro da maçaneta, trancando-a. Tinha acabado de fechar a porta quando as luzes da sala se acenderam.
Rachel revirou os olhos, ainda de costas. Realizou um de seus rituais para respiração e repetiu, para sua mente e coração, que deveria se acalmar e preparou-se, concentrada, para a conversa longa que ela preferia ter deixado para a manhã seguinte. Colocou as mãos nos bolsos da calça jeans que usava e virou-se para encarar os pais.
Leroy estava de braços cruzados, parado sob o portal da sala com uma expressão que pretendia ser séria e bronqueadora, mas que falhava miseravelmente quando observada mais atentamente, Rachel percebeu que ele estava com os lábios repuxados e controlando-se para não sorrir. Hiram estava sentado na poltrona antiga da sala, a expressão indecifrável, as pernas cruzadas e as mãos entrelaçadas sobre os joelhos.
Os três Berrys olharam-se por alguns minutos, em silêncio. Rachel sustentou o olhar dos pais com força, ela não iria fraquejar e muito menos duvidar a partir de agora. Quinn já fizera muito pelas duas, era a sua hora de agir. E mais, ambas prometeram, ainda que não proferissem em voz alta, que lutariam dessa vez e lutariam até o final. Aquilo tudo se acabaria só quando uma decidisse proferir em voz alta que acabara.
Leroy era mais sensitivo quando comparado a Hiram, também eram o mais emocional e o que mais protegia a filha. Por isso, também, era o que mais conhecia a pequena quando ela procurava esconder as coisas de ambos. E, naquele momento, o coração do homem não cabia dentro de seu peito diante de tamanha alegria e de tal alívio... Rachel estava melhorando, estava voltando a ser a garota sonhadora otimista e, aos poucos, estava amadurecendo e tornando-se uma mulher forte e independente. Porém, olhando-a chegar em casa, tarde da noite e com aqueles olhos castanhos brilhando tão intensamente e tão esperançosos... Ele sentiu como se, finalmente, a sua pequena estrelinha estivesse voltado para casa. E melhor, trazendo uma mulher tão incrível escondida dentro de si. Ele estava orgulhoso, não havia outra palavra para descrevê-lo naquele momento.
Quanto a Hiram, este se sentia estranhamente perdido ao observar a filha caminhar até a sala e sentar-se no sofá, a sua frente. Leroy permaneceu em pé enquanto Hiram observava a filha, analítico. Enquanto seu marido era a emoção, Hiram era a razão. Ele era o que colocava um pouco de juízo na cabeça dos dois quando os sonhos falavam mais alto, também era o que ajudava Rachel com os deveres de casa do colégio e também foi aquele que cuidou de toda a situação dela em NYC quando a filha partiu... Devido a essas qualidades, era ele quem bronqueava e era ele que era o mais distante naquela família. E ele se sentiu ainda mais longe de sua filha quando a pegou desviando os olhos dos seus.
Ninguém parecia querer falar, mas dentre os três, Leroy também conseguia ser o mais corajoso e, ao mesmo tempo, cara de pau. O homem saiu de sua posição original e caminhou até onde a filha se sentara, segurou a mão direita dela entre as suas e pigarreou, procurando as palavras. Assim que as encontrou, perguntou com cuidado:
- Algo que queira nos contar, querida?
Rachel ergueu, lentamente, os olhos que estavam encarando os próprios pés. E ambos os pais perceberam a mudança finalmente se manifestar por todo o rosto dela e não somente nos olhos. A pequena abriu um sorriso enorme, as bochechas coraram e algumas lágrimas teimosas chegaram aos seus olhos. Hiram observou Leroy acompanhar todas as mudanças na filha, entusiasmado. Rachel apertou a mão dele que envolvia a sua e orgulhosa, respondeu:
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Signal Fire [FABERRY]
FanficRachel Berry não sabia o que fazer. Nem em seus piores cenários, ela voltava tão cedo para Lima. Broadway se fora, assim como New York e todo o glamour que ela conquistara nos últimos sete anos. Ela poderia apostar que era a carreira mais curta na...