Capítulo 33: Estrelas

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Na atual situação emocional em que Rachel Berry se encontrava, relembrar um momento não era a melhor das opções, entretanto, não era como se a morena tivesse uma opção. Aquele auditório cheio e explodindo emoção em muito lembrava outro auditório no qual ela se apresentara com o seu New Directions em busca do título das Nationals e também lembrava os seus primeiros anos em sua curta passagem pela Broadway.

Rachel se recordava do sorriso de Quinn nas Nationals, brilhante pela conquista do título e gigante pela própria aceitação de que era uma perdedora feliz em meio a outros iguais a ela e também se recordava da ausência do sorriso dela na primeira fileira de sua apresentação na Broadway. E, como Quinn era uma constante em sua vida, marcada a fogo em sua essência, ela também estava presente naquele instante em meio as suas lembranças.

O passado distante, o passado próximo e o presente. Todas essas linhas do tempo emaranhadas pelas lembranças de sons familiares em forma de aplauso, do calor em forma de euforia e da presença de uma só pessoa.

Não qualquer pessoa e, sim, Quinn Fabray.

A dona de seu passado incompreensível, de seu presente destrutivo e de seu futuro... Imprevisível.

Rachel sentia tudo ao seu redor, entretanto, seus olhos encontraram Quinn e não a abandonaram desde que entrara, novamente, no auditório emocionado pela apresentação do New Directions. A morena estava orgulhosa de seus alunos, porém, muito mais do que isso, estava estagnada e ainda inebriada por Quinn. E, a cada segundo que passava corrido, a cada minuto que se estirava... Mais Rachel tinha a certeza de que aquele encantamento, aquela paixão e esse amor jamais passariam. Ele permaneceria, a fogo, a sangue e à alma em seu coração.

Ao seu redor, o mundo continuava a girar e as pessoas vagarosamente voltavam a se sentar, as emoções se acalmavam e toda a explosão diminuía. Os últimos membros do New Directions passavam próximos a ela, correndo e sorrindo como legítimos adolescentes, um casal não passou despercebido porque a felicidade nos rostos delas era a mesma que Rachel gostaria que fizesse morada no seu. Claire e Christine não haviam se soltado e as mãos estavam tão firmemente ligadas que elas pareciam uma só.

Atrás delas, Arthur caminhava como uma espécie de guardião, sempre preocupado e atento, exatamente o bastante para que ele encontrasse os olhos da antiga treinadora em meio à multidão. O jovem era, naquele momento, uma dolorosa lembrança de Finn Hudson, porém, era preferível que ele a enfrentasse a Claire ou qualquer outro. Arthur era tranqüilo e, de certa forma, apaziguador.

Arthur se aproximou com as mãos nos bolsos da calça, ele sorriu de forma triste conforme vencia a distância que o separava da treinadora. A expressão em seu rosto não condenava Rachel e essa constatação fora um elixir para a morena tão debilitada. O jovem pigarreou e, respeitosamente, comentou:

- Acho que nenhum de nós esperava que a senhora pudesse arrumar, novamente, um tempo para o coral... Ainda mais depois da sua partida tão silenciosa.

- Eu peço desculpas, Arthur... Eu não quis, de forma alguma, que vocês pensassem que não são importantes. Vocês são e muito. - Rachel estava envergonhada e essa vergonha estava impressa em suas palavras arrependidas e em seus olhos vazios. Não existia mágoa no tom de voz de Arthur e sim, decepção. Mas, essa desapareceu logo que ele percebeu quão machucada a treinadora estava. Era difícil enxergar Rachel Berry tão amuada e ela estava exatamente daquela forma. Desajeitado, Arthur colocou uma mão sobre o ombro caído da treinadora e, sem jeito, sussurrou:

- Por que também não diz isso aos outros? Apesar de que eu acho não ser necessário, ninguém julgou a sua atitude... Muitos de nós iríamos atrás do nosso sonho se tivéssemos uma segunda oportunidade.

Signal Fire [FABERRY]Onde histórias criam vida. Descubra agora