15 - Mentindo

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POV - Anne

Enquanto descia para me encontrar com mestre Jiraya, enxugava meu rosto, não podia estar chorando quando o encontrasse. Mas esconder as emoções é algo que qualquer gueixa é capaz de fazer, e mesmo não estando formada isso não é diferente para mim.

A mentira seria simples, deveria dizer que precisávamos esperar mais um dia antes de partir, no dia em que seria nossa suposta partida, o 3º Hokage estaria nos impedindo por conta do meu clã.

"Mas como eu posso fazer com que mestre Jiraya saia da aldeia antes do meu clã chegar?"

– E então pequena? Já podemos seguir nosso caminho? Já cumpri minha parte do acordo trazendo você até aqui.

– Desculpe, mestre Jiraya. Acho que o 3º Hokage está desconfiando com a minha fala repentina, e acredito que seremos vigiados hoje. Acho que devemos esperar até amanhã, quando a madrugada baixar para sairmos despercebidos. E eu queria me despedir melhor do sr. Minato Namikaze.

– Eu avisei a você que não seria uma boa ideia falar com o 3º Hokage. Então, vamos ter que esperar até amanhã, o que também é prudente, assim posso preparar a nossa partida da melhor forma possível.

Continuamos a caminhar por Konoha, enquanto as horas se passavam mais e mais rápido, e mestre Jiraya ainda parecia longe de tudo ao nosso redor. A mentira com toda certeza não fora percebida, mas havia algo que não estava certo ali.

– Vamos entre aqui, precisamos comer. Já não consigo mais me mexer se não comer agora.

Paramos então na casa de Kushima e Minato, embora esse não estivesse em casa.

POV - Jiraya

Eu ainda não sei o que é, mas sinto que algo muito ruim está para acontecer. Mas é estranho que essa sensação tenha começado só na hora em que deixei minha pequena subir para falar com Sarutobi.

O importante agora é conseguir fugir com ela, preciso levar a minha Anne dessa aldeia, não posso perder a minha filha. Preciso tornar essa mentira uma realidade. Anne é a minha filha.

POV - Kakashi

– Nos encontramos daqui a pouco para a nossa missão.

– Eu odeio essas missões idiotas, não quero ajudar um homem na fazenda. - disse Obito fazendo birra, como sempre

– Tchau, crianças. Até a tarde.

Sai e deixei Rin acalmando Obito. Não conseguia ficar perto deles quando Obito estava irritante assim, na verdade não gostava deles, de nenhum deles. Obito, o garoto mais chato de todos e que por ser um Uchiha todos amavam; Rin, aquela garota boba que queria fazer qualquer coisa comigo; Minato sensei, que era tão superior a mim em tudo; e meu pai, que nunca tinha tempo para nada que eu quisesse, só para servir Konoha.

Eu os odeio, tudo isso sobre companheirismo, parceiros de equipe é uma grande mentira. Até essa menina Anne é insuportável, eu a odeio também, mas ela parece ser mais poderosa e saber mais sobre tudo, do que qualquer outra pessoa nessa aldeia.

Sai andando pela aldeia, não queria voltar pra casa e encontrar tudo vazio de novo, não queria sentar em um lugar para comer e ter que conversar com alguém, só queria ficar sozinho.

– Ei! Veja se não é o Kakashi, acho que está indo se encontrar com Minato, para sua missão.

Parei e me virei para encarar mestre Jiraya e Anne.

– Não! Na verdade, acabei de sair do clã Uchiha, ainda tenho algumas horas até me encontrar com ele de novo.

– Humm... Certo! Vou deixar minha filha com você e...

– Eu sei que ela não é sua filha de verdade. - falei a verdade que eu já sabia, sem pensar em nada, só estava com raiva.

Anne estava com os olhos negros arregalados, como se já não fossem bem grandes. Mestre Jiraya a olhou, sem entender como eu sabia. E ela disse apenas:

– Nós somos amigos.

– Nesse caso não preciso mentir para você garoto. Acho que sabe mais do que qualquer um nessa aldeia, talvez até mais que eu.

– Sim eu sei. - disse a verdade de novo, queria que eles fossem embora, isso é tão difícil.

– Vou fugir com Anne, amanhã pela madrugada, e preciso organizar essa fuga. Faça companhia a ela, até a hora de se encontrar com Minato. Anne não conhece a aldeia como nós e não quero que ela se perca. Deixo com você a responsabilidade da minha filha, até que possa passá-la para Minato.

– Eu não quero ficar com ele. - ótimo ela estava agindo como Obito, pelo menos era uma fala inteligente, já que também não queria ficar com ela

– Vocês são amigos e preciso fazer isso sozinho. Sinto muito, Anne.

– Eu não quero ficar com ela.

– Sou um sannin, e essa é uma missão especial que estou te dando e você não pode recusar. - disse já saindo e nos deixando

– Sinto muito!

– Pelo quê?

– Pela mentira. Você não é meu amigo, e eu não vou fugir com mestre Jiraiya, ele vai fugir sozinho, só que não sabe ainda.

– Sua mentira é a mesma que a minha. Não gosto de você, e não gosto dessa missão.

– Gueixas são punidas por mentiras.

– Gueixas são punidas por muitas coisas, eu já entendi isso. Para alguém que não gosta de gueixas fala muito sobre elas.

– Falar sobre isso é como dizer o seu nome. Você mesmo não usa muito, mas é impossível conversar com você sem que o seu nome seja dito ao menos uma vez.

– Seu nome. Ele não é comum na aldeia.

– Ele me foi dado para que fosse mais sedutor, é um nome que significa Cheia de graça. E cada gueixa possui três graças ou purezas, se preferir.

– Vai me dizer o que são?

– Não. Como você disse a mestre Jiraya, você sabe demais. Voltamos a um campo de treinamento. Você nunca sai daqui?

– Estou com raiva. Preciso treinar para descarregar isso. Você treina comigo?

– Tente me derrotar.

Ela me estendeu sua mão e apertei-a, uma espécie de energia passou pela minha mão, mas com certeza foi impressão. Olhei para seus olhos e me perdi neles, não sei quanto tempo passamos assim.

Mas enfim, a luta começou...

Mesmo que seja proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora