59 - Surreal

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POV – Nora

- Já estou pronta. – disse assim que entrei na sala do Kasekage e Guy me acompanhava chorando

- Para onde exatamente? – perguntou demonstrando certa impaciência

- Como para onde? Para o meu clã é claro! Acabou o meu tempo aqui. Já se passaram os dois dias.

- Você não contou direito. Ainda tem mais um dia. – ao ouvir isso Guy parou de chorar

- Eu sabia! – Guy gritou nos espantando – Você é um traidor! Quer que o Clã Oculto nos mate!

Rasa ergueu seus olhos para nós, e pela primeira vez desde que o vi entendi o medo que as pessoas tinham dele, seus olhos se tornavam assustadores quando ele tinha raiva.

- Vocês contaram errado! – disse entre dentes

- Não! – Guy gritou novamente antes que eu pudesse dizer qualquer coisa – Já se passaram os dias, já dormimos e acordamos, o que quer dizer que está na hora.

Rasa suspirou impaciente, achei que ele mesmo iria nos matar pelo Clã Oculto.

- Saião daqui, eu tenho mais o que fazer. E vocês ainda tem um dia, quando chegar a hora mandarei chamar vocês, não fiquem contando o tempo pelo que comem, nem por quantas vezes dormem.

- Pedimos desculpas, Kasekage. – disse segurando o braço de Guy antes que ele pudesse nos colocar em problemas – Vamos retornar ao local designado para nós. Com licença.

Fiz uma reverencia e arrastei Guy para fora dali. Ele ficou me olhando aturdido com minha atitude, então, beijei-lhe e ele suavizou sua expressão.

- Não se preocupe, não vamos morrer ainda. O Kasekage não iria querer se meter com o Clã Oculto, ele sabe que não teria chance, e toda a aldeia estaria destruída. Por isso, vamos confiar nele, e voltar para o nosso quarto.

- Uhulll! – gritou – Tenho várias ideias para brincar com o pequeno Guy e a pequena Nora.

- Tenho certeza que tem. – sorri para ele e resolvi o provocar – Mas eu não vou deixar você fazer nada.

- Por quê? – perguntou já chorando

- Porque eu aposto que você não consegue chegar ao quarto antes de mim. – vi seus olhos brilharem com o fogo da juventude

Guy beijou minha testa e saiu correndo, e lógico, eu fui atrás. Como eu sempre iria.

POV – Donatella

- Sabe apesar de você ser essa louca, até que foi divertido estar com você. – queria concordar com ele, mas não daria a ele esse prazer.

- Isso é porque não teve a oportunidade de estar com outra gueixa. Ela deixaria você fazer o que quisesse com ela.

- É, acho que dei azar nesse ponto. Mas acho que a gueixa que está em Suna seria essa que me deixaria livre.

- Tem razão! É um azarado! Em Suna está a Hirama, ou como eles insistem em chamar, mesmo não sendo mais o nome dela, a Nora. Ela não deixaria você tocá-la. Talvez até conseguisse uma única vez para que ela pudesse cumprir a missão, não mais que isso. Então daria no mesmo.

- É parece que eu não tenho sorte mesmo com as gueixas.

- O que quer dizer que você tem sorte. – sorri para ele

- Contraditório isso, não?

- Até é, mas é bem melhor você ter azar por não conseguir lidar com gueixas do que por ter se envolvido com uma.

- Muitos não considerariam isso, mesmo você consegue ser adorável de vez em quando. Então...

- Não fale isso de novo! – adverti e ele se espantou – Só existem duas gueixas desobedientes o bastante para terem se envolvido com homens, e nenhum dos envolvidos terá um felizes para sempre.

- Deixe-me adivinhar, essas duas são você e a gueixa que está em Suna.

- Não, eu não sou tão desobediente assim. Mas você é bem sortudo, uma delas está em Suna, a outra em Kumo.

- Mas, e o seu caso com Victor? É algo permitido?

- Não é da sua conta, mas minha relação é nada se comparado ao erro delas. São as herdeiras do Clã Oculto.

- Achei que só homens pudessem comandar. – constatou, me cortando

- Esse foi o primeiro erro delas. Mas, se envolver com homens de Konoha foi ainda pior. Por conta delas você está aqui em uma aldeia vizinha, por conta delas Victor não pode ficar conosco, por conta delas todos tem um prazo de tempo menor do que deveria ser, tudo o que acontece no Clã Oculto é sempre por causa delas.

- Parece que as inveja. – revirei os olhos para ele

- Desculpe decepcioná-lo, mas isso não é verdade. Sou capaz de invejar até você, mas elas não, principalmente ela...

- Ela? – ele me cortou de novo, suspirei fundo para respondê-lo sem dar-lhe uma resposta a altura por ter feito isso

- A herdeira principal, a filha do Grande Líder Samurai, a favorita do Victor, Hamed – a louvada, ou como eles chamam, Anne, a "filha" do sannin Jiraya.

- Ela tem bastante títulos, são motivos o bastante para muitas pessoas a invejarem.

- Como eu disse ninguém a inveja, o que temos na verdade seria pena. Uma pessoa só seria capaz de invejá-la se desejasse com todas as forças de sua alma, viver implorando para morrer, ser a gueixa mais importante não dá a ela nenhum bônus, só uma cobrança maior, tudo o que nós sofremos é ampliado para ela pelo menos duas vezes mais. Então, não porque invejar ela, apenas sentir pena.

- Isso é trágico! As aldeias deveriam tentar ajudar vocês. – arqueei a sobrancelha para ele – Eu sei, as aldeias não são capazes nem mesmo de se entender sozinhas, não estão prontas para ajudar vocês, talvez em alguns anos. Mas, a algo que me perturba, sempre que você fala sobre a Herdeira Principal, tenho uma vontade louca de adorá-la como uma deusa.

- Esse é o poder dela, convencê-lo de que ela é melhor do que todos. Mas, infelizmente, essa é a verdade. Nenhum de nós seria capaz de suportar um dia de tortura que ela passa com o Grande Líder Samurai. Mas, há uma única coisa que sempre desejamos a ela, mas do que desejamos a qualquer uma de nós... – parei e me arrependi de ter dito isso

- O que é? – agora não haveria como fugir

- Desejamos a morte dela. Mas, desejamos a nossa também, embora com menos intensidade, afinal ela sofre mais do que nós. – um silêncio se abateu sobre nós e o quebrei – Vamos, quero encontrar o Tenzõ.

Mesmo que seja proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora