Capítulo 5 - Nem o começo.

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Eu estou cansada de ser cuidadosa, gentil; Tentando manter a água aquecida. Me deixe debaixo da sua pele. Eu vou, ele vai, eu falei demais. Transbordou. Porque eu sempre deixo derramar?!

-- Melanie Martinez (Soap)

Boa Leitura. ♡

Passaram-se dois dias desde toda aquela palhaçada na mecânica de Travis. Sim, Travis, eu parei de chama-lo de DGG depois daquele dia, ele não merecia nem aquele mero apelido. Ele não havia ligado para meu pai, e muito menos para mim para falar sobre meu carro. Mas logo naquele dia ele ligou.

Estava deitada em minha cama de bruços enquanto gemia de dor, minha cólica era infernal, eu perdia até a fome de tanta dor, o bom era que ficavam apenas três dias e acabava.

Enquanto sentia minhas lágrimas pelo meu rosto eu me contorcia de um lado para o outro na cama, em uma vaga tentativa de fazer a cólica aliviar, mas era tudo em vão, já tinha tomado dois comprimidos de uma vez e não adiantava de nada.

-- Blue, querida você poderia... O que houve? -- Minha mãe parou ao meu lado preocupada, ela passou a mão por minha cintura enquanto eu ainda continuava de bruços e seu toque leve foi um alívio.

-- Cólica. -- Respondi rápida enquanto ela ainda massageava, minha cintura atrás parecia que iria se abrir, era uma dor inimaginável.

-- Ah claro, como sempre. Já tomou o remédio que o doutor passou? -- Assenti.

-- Tomei, já faz vinte minutos e nada passa.

-- Meu bem, eu sei que não está em condições, mas Travis acabou de ligar dizendo que você poderia pegar o carro hoje mesmo.

Ela me olhava com aquele ar de sempre, doce, simpática e amorosa. A minha mãe era considerada a melhor mãe do mundo. Tínhamos nossas discussões, desentendimentos, ou até magoas bobas, mas tudo entre nós e nossa família se resolvia em questão de minutos, com abraços e beijos.

-- Mãe pega para mim, estou detonada, ainda trabalhei hoje e fui a universidade. -- Pedi baixinho e calma.

-- Não tem como filha agora mesmo teve um chamado de urgência e é meu plantão agora, só voltei para jantar. Seu pai está em uma reunião, ou uma conferência se não me engano. O único que está aqui é o Ray, e você não quer dar seu carro na mão dele, então, sinto muito. Charles está de folga hoje meu bem, eu posso te levar lá e de lá você vem.

Olhei para minha mãe como um cachorrinho pidão, mas não tinha jeito, ela me olhou calma e serena como sempre fazia, terminou a breve massagem que ela fazia em minha cintura e eu me senti melhor, afinal, nada melhor do que um carinho de mãe para curar rápido.

Vesti uma calça jeans preta, botas de couro baixa já que meu pé inda estava se recuperando, uma bata branca e uma jaqueta preta de couro. Eu estava um tanto melhor, mas a dor ainda predominava em mim, mas mesmo assim não sairia desarrumada, aquilo era uma coisa que eu não fazia, não me rebocava toda, mas passava pelo menos uma maquiagem básica, eu adorava me cuidar, me sentia bem e renovada.

Passei um gloss incolor nos lábios e fiz um coque alto e fofo em meus cabelos. Passei apenas um rímel e blush e desci as escadas indo de encontro com minha mãe.

-- Se quiser pode tomar outro remédio, estou vendo que aqueles dois não farão efeito. -- Ela disse enquanto me analisava. - Mesmo com dor você ainda tem o pique de se arrumar. -- Ela riu de mim e sorri com aquilo, porque era a mais pura verdade.

Quando cheguei em frente a mecânica minha mãe beijou os dois lados do meu rosto e eu entrei no ressinto. A dor ia diminuindo aos poucos, mas bem lentamente.

O Acaso ou O Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora