Capítulo 7 - Iate Parte 2 - Máscaras!

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Porque você tem que deixar as coisas tão complicadas? O jeito que você age, como se fosse outra pessoa, me deixa frustrada. A vida é assim, e você cai, e você quebra.

-- Avril Lavigne (complicated)

Boa Leitura.

-- Blue acorda, já é tarde, levanta o rabo daí e vamos divar nesse iate. -- A voz de Jazz estava longe para mim, até suas mãos começarem a me chacoalhar.

-- Jazz eu não quero ir, não estou me sentindo bem hoje. Aproveitamos horrores ontem, mas hoje estou definitivamente cansada.

Assim que terminei de dizer, ainda de olhos fechados, Jazz puxou com tudo o cobertor, mas nem aquilo adiantou, continuei de olhos fechados. Ele me mediu de cima a baixo com aquele olhar másculo que só enganava, eu podia sentir que ele me observava.

-- O que houve azulzinha? Me conta -- Ele indagou e eu me pus a chorar. -- Shh Shh, o que houve com você? Quem te deixou assim? -- Ele indagou mais preocupado, digamos que eu nunca fui de chorar por nada sempre tive reais motivos.

Era por aquilo e por outras diversas coisas que eu amava meus amigos, eles sabiam quando eu estava mal até se me olhassem dormindo.

Jazz praticamente me pegou no colo já que ele era muito maior do que eu, ele me deu seu ombro para chorar. Parecia que uma represa havia se rompido, que a represa era meus olhos.

Contei tudo a ele, que a cada momento fazia uma cara diferente.

Jazz se levantou feito um touro louco. Ele exalava morte naquele momento. Seus olhos azuis estavam com as pupilas quase inexistentes de tanta raiva.

-- Aquele filho da puta vai se ver comigo Babe. Porque quando eu quero ser Natasha pra acalmar o Hulk eu sou boa, mas quando eu quero ser Natasha a viúva negra e cortar o pinto alheio, ah meu amor, eu sou maravilhosa, me monto até de Drag Queen pra entrar mais ainda no personagem. -- Ele batia palma enquanto falava para enfatizar ainda mais suas palavras, o pior é que por mais que seu lado gay estivesse ali, Jazz falava grosso como um homem.

-- Porque comigo o buraco é mais embaixo, na verdade não é nem buraco né meu amor, é um abismo, um buraco negro, ainda mais se mexem com a minha azulzinha.

Quando Jazz terminou com seu discurso eu não me segurei e cai na cama gargalhando de seu modo protetor. Jazz era o melhor.

Jenna entrou no quarto toda Alegre e enquanto eu ia escovando os dentes e fazendo minha higiene eu sabia que lá em meu quarto Jazz contava tudo a Jenna assim como eu havia pedido.

-- Não posso acreditar que ele falou aquilo. Mas porque está chorando? Não é como se você sentisse algo tão imenso por ele, ou como se aquelas merdas que ele te disse fossem verdades concretas. -- Jenna rugiu furiosa assim que adentrei o quarto.

Abracei a mim mesma como forma de proteção, eu me sentia um pouco quebrada, não porque sentia algo por Travis, mas sim porque ele sempre me machucava de alguma forma, com as palavras, a pior forma de machucar alguém.

-- Eu sei Jenna... Mas é tão... -- bufei ao me jogar na cama no meio dos dois. Eles deitaram assim como eu fiz e ficamos olhando para o teto.

-- Sabe o que eu acho? -- Jazz virou e me encarou, neguei a sua pergunta e ele sorriu. -- Acho você uma mulher maravilhosa e, se aquele babaca não acha o problema é dele, você brilha meu amor, tem luz própria. Aquele cara só pode ter vindo de um lugar bem ruim...

-- É, tipo o submundo. -- Jenna o interrompeu e completou. Nós três rimos e eu abracei aqueles dois fortemente.

-- A questão é, nunca deixe que ninguém diga o que você é, ou como você é. Você simplesmente tem que ser o que quiser, e se alguém falar alguma coisa, que se foda. Nessa vida temos que viver para nós e não para os outros, assim que cortam o cordão umbilical é cada um por si e Deus por nós. -- abaixei o olhar ainda triste, mas Jazz me encarou mais ainda. -- Você merece alguém que saiba realmente como você é Blue Young, que te dê o valor merecido, ficar trancada num quarto não resolverá nada.

O Acaso ou O Destino?Onde histórias criam vida. Descubra agora