Amigo de um amigo

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- Você quer achar outro lugar para ficar, então por quê estamos indo para a casa da sua namoradinha? - perguntou Saimon.
- Primeiro, ela não é minha namorada e segundo, eu preciso ver se ela está bem.
- Não é só olhar nessa pedra mágica?
- Eu quero vê-la pessoalmente. E o nome dessa pedra mágica é Signum.
- Tá bom, tá bom, Signum. - revirou os olhos.
Nós chegamos na casa de Vulcânia, eu precisava ver ela. Fiquei em frente a porta e levantei a mão para bater, mas hesitei.
- E aí, vai acabar logo com isso ou não? Já está de noite, eu não tenho o dia todo. - reclamou o TAGARELA atrás de mim. Suspirei e bati.
Depois de um tempo a porta finalmente é aberta.
- Pai, deve ser o Buck, ele disse que estava... - Vulcânia abre a porta e se espanta ao me ver.
- Ah, oi. - falo acenando.
- O que você está fazendo aqui? - fala fechando a porta atrás dela.
- Vish, essa cena vai virar meme... - zombou o imbecil lá atrás.
- Eu precisava ver se estava bem. - tento me explicar.
- Tá bom, agora você já está me assustando. Eu vou chamar a polícia! - nesse momento um senhor abre a porta atrás dela.
- Katherine, que demora é essa?
- Pai? Ah... - ela não sabe o que dizer.
- Quem é esse sujeito? Pensei que fosse o Buck. - seu pai diz se referindo à mim - Bom, não estávamos esperando mais visitas, mas já que é seu amigo, vamos entre! - disse me dando espaço para entrar.
- Pai ele não é...
- Ah, que isso Kath, sem problemas! - diz Saimon se intrometendo na conversa e entrando na casa - Nós não vamos demorar muito! - então eu entro também enquanto Vulcânia fica parada na porta tentando entender o que está acontecendo.
- Katherine, querida! - diz o pai de Vulcânia - Vai ficar aí na porta ou vai se sentar conosco? - sentar? Quando olho para a sala vejo que Saimon já está sentado. Ah! Eu mato esse cretino!
- Ah, já estou indo pai. - diz Vulcânia fechando a porta. Então eu vou para a sala junto com ela, mas espera. Tem um homem sentado do lado de Saimon.
- Olá, Meli. - diz o babaca dando risadas por Vulcânia não entender a referência.
- Diávolos? - um choque.
- Vejo que já se conhecem. - disse o pai de Vulcânia - Mas que nomes são esses? "Meli", "Diávolos"?
- Ah, são apelidos de guerra. - Diávolos mentiu.
- Então você também é do exército? - perguntou o pai de Vulcânia para mim.
- Sim, senhor. Fiquei sabendo que o senhor também serviu.
- Sim, foi uma honra servir o meu país. - e daí o assunto fluiu, o pai de Vulcânia se chama Carlos, ele contou onde serviu, me fez diversas perguntas, Vulcânia estava mais à vontade agora que descobriu que conheço Diávolos, agora pelo menos ela tem certeza de que eu não represento nenhum perigo para ela. Diávolos parece ser um antigo amigo do Sr Carlos.
Foi quando me dei conta: Cadê o Saimon? Olhei para todos os lados e nada dele, então olhei para a cozinha, a mãe de Vulcânia - que também já me foi apresentada nesse tempo - estava preparando o jantar, enquanto SAIMON devorava uma caixa de biscoitos! Eu não sei o que eu faço com esse imbecil!
- Me dêem licença um instante. - disse me levantando.
- Claro. - disse Carlos.
Então fui até a cozinha.
- Sra Martha, o cheiro da comida está ótimo! - falei para a mãe de Vulcânia.
- Obrigada Estevan! - é, eu sei. Olha só o nome que Diávolos me deu!
- Saimon, eu preciso de você comigo na sala!
- Ah Estevan, tudo bem, eu pensei que já sabia se limpar sozinho. - se levantou e fomos para a sala.
- Mas me fala, Estevan. Por que está aqui? Está em alguma missão? - perguntou o pai de Vulcânia. Olhei para Vulcânia que agora me encarava ansiosa pela minha resposta.
- Ah... Estou em uma missão secreta.
- Hm... Missão secreta é?
- Isso mesmo.
- E você? É Saimon não é?
- Isso, Saimon. Eu não sou soldado não, sou apenas um... Velho amigo do Estevan... - enquanto Saimon, Diávolos e Carlos tagarelavam como 3 garotas, eu me permiti olhar para o lado.
Vulcânia estava sentada ao meu lado - muito próxima por sinal - parece que finalmente ela estava se sentindo à vontade e segura perto de mim. Um barulho me faz despertar de meus pensamentos, alguém está batendo na porta.
- Deve ser ele! - Vulcânia se levantou animada e foi em direção à porta. Me lembrei que eles haviam comentado algo sobre o Buck vir pra cá.
- Boa noite à todos. - diz o desgraçado que me dá repúdio entrando na sala - O que esse homem está fazendo aqui? - pergunta apontando para mim.
- Vejo que já se conhecem... - diz Diávolos.
- Você não faz ideia. - reviro os olhos.
- Ele é um velho amigo do amigo do meu pai. - Vulcânia tenta explicar.
- Algum problema, Buck? - Carlos pergunta para o babaca que agora está com as mãos fechadas em punhos.
- Não, senhor. Nenhum problema. - se senta junto de Vulcânia no sofá de frente pra mim.
Diávolos e o pai de Vulcânia estão conversando, e agora estão eu, Saimon e Diávolos no mesmo sofá, Vulcânia e Buck no outro sofá de frente para nós e o Sr Carlos na poltrona perto do sofá no qual estou.
- Então você está perseguindo minha garota... - o valentão começa suas provocações em um tom baixo para não alarmar o sogro.
- Eu não estou perseguindo ninguém.
- Você acha que ela não me contou que você já se encontrou com ela 2 vezes?
- Isso não é perseguição, eu não obriguei ela a me ouvir.
- Eu vou te obrigar a lamber meus sapatos se não ficar longe da minha menina! - nesse momento Saimon entra na discussão.
- Você se acha muito valente né?
- Cara, cuida da tua vida, o negócio não é contigo, é com o covarde aí!
- Escuta aqui, eu já briguei com esse cara 2 vezes e se tem uma coisa que posso afirmar é que ele não é covarde. Pra encostar nele primeiro vai ter que passar por mim, e vai por mim parceiro, isso não vai ser uma tarefa fácil. - é o quê? Saimon ficou louco de vez.
Bom, um tempo se passou, nós jantamos, conversamos mais, Vulcânia chamava a atenção do namorado idiota várias vezes, ela me olhava de vez em quando... Um olhar como se estivesse me pedindo desculpa pelo comportamento do rapaz.
- Bom, já vamos indo. - Diávolos disse se levantando e Saimon e eu nos levantamos também. Nos despedimos de todos.
- Buck, venha me ajudar com a louça. - a mãe de Vulcânia gritou e o mesmo foi para a cozinha, deixando assim Vulcânia sozinha. Aproveitei a oportunidade.
- Katherine, eu preciso ter uma conversa com você, só nós dois.
- Acho que depois da noite de hoje eu estou te devendo uma conversa né... E visto que é amigo do tio Dick, acho que não oferece nenhum perigo para mim...
- Eu nunca te faria mal.
- É bom ouvir isso, pois tenho um spray de pimenta na bolsa, não ando sem ele. - disse rindo.
- Te busco na faculdade amanhã então?
- Por mim tudo bem.
- Ótimo! Ah, só mais uma coisa, tenta não comentar nada com o seu namorado estressadinho, eu já não sou a mansidão em pessoa...
- É claro que não vou contar!
- Estevan! Vamos! - Saimon gritou lá de fora.
- Bem, tenho que ir agora. Até amanhã então!
- Tchau, até! - me diz que ela não enrolou as pontas do cabelo desse jeito! Me diz que ela não enrolou o cabelo desse jeito! Ah, ela enrolou as pontas do cabelo desse jeito!
Fui embora.
Eu pareço estar mudando... Pareço estar ficando mais amolecido... Não! Isso não é possível! O poderoso Meliodas amolecido? Nem pensar!
- Então você é amigo do ex-deus aqui? - me desperto dos meus pensamentos quando ouço Saimon perguntando isso para Diávolos.
- Sou mais que isso, sou o mentor dele.
- Uau! Então deve ser tão chato quanto... - diz refletindo.
- Meliodas, quem é esse cara chato?
- Ah! Então seu nome é Meliodas! - diz o babaca assassino.
- Valeu, Diávolos, valeu. 
- Desculpa. - dá sorri amarelo.
- Esse cara é um ex-inimigo... É uma longa história! Mas e você? O que está fazendo aqui? E como conhece o "pai" - sinal de aspas com as mãos - de Vulcânia?
- Bem, eu fiquei sabendo que você estava aqui, então vim te procurar, quando encontrei a casa de Vulcânia me surpreendi ao ver que seu pai era o meu antigo conselheiro.
- Conselheiro? Então ele sabe sobre nós?
- Não, ele não se lembra de nada que envolva os deuses.
- Você disse que ficou sabendo que eu estava aqui, como soube?
- Os Anciões me contaram.
- Então eles falam com você?
- Não mais, foi apenas esta vez.
- Então eles queriam que você me encontrasse...
- Aparentemente sim.
Nós já estamos caminhando à 40 minutos, Diávolos diz que alugou um apartamento aqui, Saimon e eu vamos passar uns dias com Diávolos, quer dizer, à partir de agora não vamos mais nos separar, vamos recuperar nossos poderes juntos!
No outro dia eu acordei às 13h30, Diávolos acordou às 14h00 e Saimon afirma ter acordado 09h00. A nossa tarde foi cheia de pesquisas para descobrir como encontrar o Clã dos Anciões, Diávolos me disse que existe um Clã inteiro deles! Mais de 12 mil deuses anciões! Os números até assustam!
Quando já estava anoitecendo eu já me preparava para buscar Vulcânia na faculdade.
Estou em frente à faculdade de Vulcânia, espero ter algum progresso hoje. Ali está ela!
- Vulcânia! Vulcânia! - à chamo.
- Do que me chamou? - pergunta confusa.
- Perdão, confundi seu nome. - vacilo!
- Está bem, para onde vamos?
- Tem um restaurante aqui perto, hoje o jantar será por minha conta!
- Sério? Não sabia que havia preparado algo tão especial...
- Você estar aqui é o que torna a ocasião especial. - ficou vermelha, mas não comentou nada, ela tem namorado né Meliodas!
Chegamos no restaurante, fizemos nossos pedidos.
Então, o que tem para falar comigo? - pergunta me encarando fixamente. Me dá um tempinho pra inventar?
- É... Vamos deixar o assunto sério para depois do jantar?
- Tudo bem então. - então nós conversamos sobre coisas aleatórias, começamos com coisas bobas como "Qual sua rotina?" até chegarmos em coisas bem intimas como "Por que você meche tanto comigo?"
- O que você disse? - perguntei surpreso.
- Nada, nada! Eu estava pensando em outra coisa.
- É, pensando em mim.
- Não, não disse isso.
- Katherine, não precisa ficar tão na defensiva comigo.
- Preciso sim! Eu namoro!
- Caramba, se você soubesse tudo o que eu sei... - refleti com a cabeça baixa.
- Do que você está falando?
- Você nem namora com esse cara de verdade! Quer dizer, nunca sentiu que essa não é sua vida de verdade? Que você é mais que isso? - hora de jogar as cartas na mesa.
- Na verdade sim... Como sabe? - ela está muito interessada.
- Eu sei porquê essa não é sua vida! Katherine, eu vim aqui para te proteger! Você não sabe por quantas coisas tive que passar, o que tive que fazer para alcançá-la. Tudo isso porque eu quero te proteger! - quando me dei por mim nós já estávamos muito próximos, e podia sentir sua respiração.
- Por que se preocupa tanto? - sussurrou enquanto eu tentava olhar para seus olhos ao invés dos lábios.
- Porque você é a única pessoa que realmente importa para mim. - me aproximei mais, quando estava prestes a beijá-la alguém à puxa para longe.
- Que palhaçada é essa? - gritou o "namoradinho" estraga prazeres.
- Buck, eu posso explicar... - Vulcânia tenta falar.
- Cala a boca! Minha conversa com você vai ser em casa! - diz apontando o dedo na cara dela.
- Não aponte o dedo para a moça.
- SEU DESGRAÇADO! EU SABIA QUE QUERIA ROUBAR MINHA MULHER! - parte pra cima de mim, mas eu me desvio e ele cai em cima da mesa do restaurante.
- Buck, para! - Vulcânia grita desesperada.
- Você cala a boca sua vagabunda! Eu não posso te deixar sozinha que já está se esfregando com outro?
- Meça suas palavras para falar com a dama! - falo dando um soco em seu queixo fazendo-o voltar para o chão. Todos no restaurante se afastam.
- Eu vou te quebrar! - diz se levantando novamente, mas é atingido novamente por mim e volta pro chão. Ele não fraco, não para um humano, mas ele não tem treinamento algum coitado...
- Buck! Já chega! - diz a dama entrando na frente.
- Eu não quero mais saber de você sua vadia! Não vou brigar por você mais não! - grita se levantando novamente. Agora ele despertou minha ira. Parto pra cima dele chutando-o várias vezes e desferindo vários socos nele.
- Estevan para por favor! - Vulcânia grita lá de trás, mas eu a ignoro.
- Vocês! Saiam do meu restaurante! - diz o dono do restaurante vindo apartar a briga, mas agora não.
- Não é uma boa hora para me parar senhor! - falo enquanto soco o desgraçado no chão, o dono do restaurante insiste e tenta me segurar, mas é atingido por um soco também indo para o chão.
- JÁ DISSE! NÃO ME PROVOQUE! - continuo socando o desgraçado que já está apagando - ISSO É PARA APRENDER A RESPEITAR A MOÇA! - ele apaga com um golpe que eu dou no seu queixo.
- Vamos, Vulcânia! - falo puxando-a pela mão.
- Do que me chamou?
- Ah, vê se não enche! - levo ela para casa e a deixo lá.
- Amanhã você vai ter que vir aqui em casa me explicar tudo, por favor. - ela está chorando.
- Irei vir. - afirmo, então vou embora.
Depois de uns minutos eu chego na casa alugada por Diávolos.
- Meliodas! Venha ver o que o seu mentor descobriu! - Saimon diz animado assim que entro na casa.
- O que descobriu Diávolos?
- Comentários na internet! - diz virando o notebook para mim - Pessoas afirmam ter passado pela experiência muito sinistra de perda memória, disseram que seres celestiais fizeram isso com elas e que só recuperaram tudo depois de todos os envolvidos se encontrarem e fazerem uma espécie de ritual para os deuses desfazerem o processo.
- E está baseando tudo isso em comentários na internet? - pergunto incrédulo.
- Temos outra opção?
- Nunca saberemos se não tentarmos. - diz Saimon.
- Está bem, então temos que nos reunir, você, Saimon, Vulcânia e eu, certo?
- Isso! - Diávolos afirma.
- Ok, amanhã irei encontrar Vulcânia na casa dela, vocês irão comigo.
- Isso!  - Saimon grita comemorando.
Espero que esse ritual dê certo, não suporto mais ver Vulcânia e ela não saber quem eu sou, não aguento mais ser um mero mortal! Preciso recuperar meus poderes! Preciso ajudar meus amigos que estão na masmorra dos Anciões!
Eu, Meliodas, não vou desistir!

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora