Flashback on...
- Meliodas, o que está acontecendo? - Madmá pergunta entrando na sala do castelo.
- Vejo que o fofoqueiro do Atômico já foi te contar. - me sento na poltrona.
- Ele disse que você está nervoso porque uma amiga vai vir morar com a gente.
- É que isso já tá virando bagunça, Madmá! Somos você, Diávolos, Atômico e eu. Pra quê trazer mais gente pra cá?
- Você sempre foi tão anti-social. Mas a Vulcânia é legal, sei que você vai gostar dela.
- Então esse é o nome dela? Nome esquisito.
- Ah para, venha, vou preparar algo para você comer.
- Pra quê? Nós não sentimos fome!
- Mas eu gosto de cozinhar e não é pedir demais que você coma mesmo assim! - me puxa da poltrona.
- Madmá.
- Oi? - ela se vira e eu à beijo, ela tenta não retribuir o beijo, então ela me afasta devagar.
- Oh, me desculpa. Eu agi sem pensar.
- Não tem problema, não precisa se desculpar. É só que Meliodas, eu te vejo como um ótimo amigo, na verdade eu te vejo quase como um irmão.
- Eu sei, eu sei. Me desculpa, eu agi por impulso.
- Tudo bem! Vamos preparar um jantar? - pergunta entusiasmada.
- Sim, vamos.Flashback off...
Já se passaram 8 dias desde a luta com os quatro. Está chovendo, são 19h30.
Estou na frente do castelo de Diávolos agora, entro pela janela do quarto de Madmá em alta velocidade e em um silêncio absoluto. Olho para a cama de Madmá e á vejo dormindo.
- Bela tentativa, mas deuses não dormem. - falo me aproximando da cama e ela avança na minha direção com uma faca me pressionando contra a parede.
- O que você quer? - pergunta com a faca perto do meu pescoço.
- Sério que quer me ameaçar com uma faca?
- Fala o que você quer! Não disse que iria nos deixar em paz se não nos metermos mais nos seus assuntos?
- Tudo bem, calma. Eu vim em paz. - me empurrou mais uma vez contra a parede e então me largou. - Me desculpa. - ela se sentou na cama.
- Acha mesmo que desculpas vão adiantar? - revirou os olhos.
- Madmá, você tem que entender que eu estou confuso, essa maldição de Anticristo é muito pra mim! Eu nem sei o que está acontecendo comigo.
- Você quase me matou!
- Eu não fiz por mal, não era eu, era o Anticristo!
- Pensei que fossem a mesma pessoa.
- Eu não sei, eu estou perdido!
- E o que você pretende vindo aqui?
- Madmá, eu preciso de você. Una-se à mim! Juntos nós criaremos um novo mundo! Nós traremos a revolução perfeita para esse mundo corrupto!
- Está me pedindo para me tornar no que você se tornou?
- Para construir um mundo perfeito é necessário sacrifícios!
- E quem disse que você tem que criar um mundo perfeito?
- Eu precisava de um propósito de vida.
- E decidiu tornar como propósito destruir a raça humana? Assim, do nada.
- Eu sei que parece loucura falando desse jeito, mas você vai me entender se me der a chance de explicar...
- E o que tem em mente?
- Aceita jantar comigo?
- "Deuses não sentem fome."
- Então você ainda se lembra daquela noite...
- Eu? Me lembrar do que? Eu não disse que me lembro de nada!
- Está se explicando demais para quem não se lembra de nada... - então Atômico abre a porta do quarto.
- Vulcânia, com quem está falan... - se espanta ao me ver.
- E aí Brutamonte, sempre no caminho... Você não se cansa de estragar minhas conversas não?
- O que está fazendo no quarto de Madmá? - ele está com raiva - EXPLIQUE-SE!
- Está com ciúmes? - o provoco.
- Calma Atômico, ele só veio falar comigo... - Madmá se levanta tentando acalmá-lo.
- FALAR O QUE? - ele precisa gritar?
- Bom... - não resisti, eu tenho que falar - Eu vim convidá-la para jantar...
- O QUE? SEU DESGRAÇADO! - tenta avançar em mim, mas Madmá entra na frente.
- Meliodas! Colabora!
- Chega, Madmá. Vamos logo! - á pego no colo - Se segura, eu estou um pouco mais rápido que antes! - e então eu salto para longe, na velocidade em que estou, nem Falcons poderia me seguir! Então Atômico fica lá, com aquela cara de babaca. Como isso é divertido!
- Não precisava ter feito isso sabia? - Madmá fala enquanto à levo para longe.
- Ah, ele está no seu pé faz tempo, não estou gostando disso.
- Meli, eu acho que não deveríamos fazer isso... Sabe, pela Vul...
- Não fale o nome dela. Vamos deixá-la fora disso ok? - abaixa os olhos.
- Tudo bem. - diz com dificuldade.
Chegamos no restaurante, as pessoas se assustaram ao me ver chegando. Ótimo, agora todos me conhecem.
Madmá e eu nos sentamos e aos poucos as pessoas se levantaram para ir embora, mas em um estalar de dedos eu fui para a porta do restaurante.
- Ninguém entra, ninguém sai! - meus olhos brilharam. As pessoas se amedontraram e voltaram para seus devidos lugares.
Madmá e eu fizemos nosso pedido e assim que chegou começamos a conversar.
- E então, vai me falar por quê está fazendo tudo isso? - ela me pergunta.
- Eu sou um Anticristo, estou destinado á fazer o mal.
- Pensei que não acreditasse em destino...
- Também não acreditava em Anticristo e descobri que sou um.
- Tudo bem, eu posso te ajudar a mudar seu destino então. Aceite minha ajuda.
- Eu aceito sua ajuda para destruir a raça humana! Eu preciso fazer isso!
- Não adianta culpar os humanos pela... Pela tragédia.
- Bom, isso eu só vou descobrir depois que exterminar essa maldita raça! - paramos de conversar, passamos o resto do jantar em silêncio.
- Madmá... - falei quebrando o silêncio.
- Sim? - parou de comer para olhar para mim.
- Você... Se lembra daquela noite? - ela engasgou.
- Que noite? - tentou disfarçar, mas eu sei que ela se lembra.
- Vamos, não se faça de boba.
- Eu realmente não sei do que você está falando. - falou desviando o olhar.
- A noite do beijo. - sorri.
- Ah... Aquela noite? Sim, aquela noite... Pensei que estava falando de outra noite... Não daquela noite.
- Parece nervosa...
- Eu? Nervosa? Não, imagina! - disse fazendo gestos com as mãos. Me aproximei dela.
- Quero repetir aquela noite.
- O que? - engasgou novamente.
- Anda, eu sei que você quer! - à beijei. Eu à beijei e ganhei um soco na cara como resposta, o soco me fez voar para fora do restaurante.
- VOCÊ ESTÁ LOUCO? - saiu do restaurante em minha direção - QUE CONSIDERAÇÃO VOCÊ TEM PELA MINHA AMIGA? - ela começa a arregaçar as mangas, eu sei, ridículo!
- Calma, você sabe que sempre fui louco por você. - falo me levantando e limpando minha túnica.
- O QUÊ? EU VOU TE ENCHER DE PORRADA! - então ela avança em minha direção me dando vários socos ultra acelerados, eu não faço questão de me desviar ou me defender.
Depois dela ter me socado mais vezes do que eu pude contar ela dá uma pausa.
- E aí? Não vai dizer nada? - ela está menos furiosa, mas ainda está falando num tom duro.
- Vou sim. - falo me levantando, estou sorrindo. O sangue escorrendo da minha boca... - Parabéns!
- Parabéns pelo o quê? - ela já está se preparando para me atacar de novo.
- Parabéns pela consideração que tens para com a minha amada.
- AMADA? VOCÊ TENTOU ME BEIJAR! - correu pra mim, mas quando foi me dar o soco eu segurei seu pulso.
- Relaxa. - falei à imobilizando - Isso foi um teste.
- Um teste? Um teste pra quê? - diz tentando se soltar.
- Eu queria ver se você trairia sua amiga, Vulcânia. Se você me deixasse beijá-la, estaria morta agora.
- O quê? Está testando minha fidelidade pela Vulcânia?
- Testei. Agora eu tenho certeza que você à amava de verdade.
- Amava e ainda amo! Ela sempre estará viva dentro de mim! - começou a chorar e eu à soltei, então à abracei.
- Obrigado Madmá... Por me fazer lembrar dela. - ficamos ali um tempo, na chuva, abraçados. Madmá é uma grande amiga, para mim e para Vulcânia. Na época que eu à beijei, eu só fiz isso porquê eu pensei que gostava dela, e de fato, eu gosto! Mas só fui entender de qual maneira eu gostava dela tempos depois. Eu gosto dela porquê ela é minha amiga! Mas eu sinto que isso está se perdendo aos poucos... Eu me lembro de tudo, eu me lembro até dos sentimentos de amizade que eu tinha por ela e pelos outros... Mas não consigo sentir mais nada! Eu só me lembro!
Eu não sei o que fazer...
- Venha, vou te levar pra casa. - me desprendi do abraço e à levei de volta para o castelo.
Me surpreendi ao chegar e ver Atômico nos esperando em frente a porta com sua armadura de guerra e seu machado em mãos.
- Meli, melhor você ir embora. - Madmá diz enquanto nos aproximamos.
- Aham, já vou já. - paramos em frente Atômico e eu coloco Madmá no chão.
- Precisa trazer ela no colo? - Atômico pergunta.
- Olá, Atômico. - ignoro sua pergunta.
- Você está bem? - ele pergunta para Madmá.
- Estou, não se preocupe.
- Relaxa, Atômico. Eu não faria mal à ela. - disse me aproximando.
- Deve estar sofrendo de alzheimer. Já se esqueceu da última vez que nos encontramos? - ele põe seu machado em sua frente como defesa.
- Ah, aquilo foi um mal entendido. Eu não estava num dia bom.
- Madmá, entre. - ele diz encarando ela. Ela olha pra mim. - Entra agora! - ele aumenta o tom da voz e ela vai em direção à porta, mas eu seguro seu braço fazendo-a parar.
- Você não manda nela. - a energia vermelha dos meus olhos começa a exalar.
- Prefere apanhar na frente da garota?
- Por favor, parem! - Madmá implora.
- Madmá, vou pedir para esperar ali. - falei apontando para um lugar seguro.
- Meli... - me chamou, mas eu à encarei e pelo brilho dos meus olhos ela entendeu o recado, então foi para o lugar que eu indiquei.
- Viu? - falei para Atômico - É assim que se fala com uma dama. - ele me deu um golpe com o cabo do machado me fazendo voar.
Ele pulou na minha direção assim que eu voei, mas quando tentou me dar mais um golpe com o machado eu desapareci de sua frente e mesmo no ar eu apareci na sua retaguarda, soquei sua nuca fazendo-o cair no chão, onde é o lugar dele!
- Fique no chão, se eu quisesse você já estaria morto! - paro em pé na frente dele.
- Vou te mostrar o poder do meu machado! - ele faz um movimento rápido com o machado, fazendo sair do machado uma energia dourada, mas eu me desvio à tempo, em seguida olho pra trás e vejo a energia atingindo uma casa, a casa ficou em pedaços.
- Uau! Essa foi boa! - falo aplaudindo o Brutamonte.
Ele avança novamente, desferindo vários golpes com o machado, mas a única coisa que consegue acertar é o ar. Apareço novamente atrás dele, mas ele me surpreende sumindo e aparecendo não na minha retaguarda, mas caindo do céu com o machado brilhando apontado pra mim. Ele me dá um golpe que faz o campo em que estamos explodir com enorme violência!
Fumaça preta é a única coisa que vejo, me levanto em meio a fumaça. Ouço Madmá de longe.
- Meli! - ela grita - Atômico o que você fez? - questiona o retardado.
- Ainda se preocupa com esse verme? - ele pergunta.
Acho que surpreendi ambos ao sair dos destroços, minha túnica está rasgada.
Eu começo a caminhar em meio à fumaça, tentando encontrar a luz.
- Meli! - Madmá brada ao me ver saindo da escuridão.
- Você estragou minha roupa, Atômico. - encaro o deus.
- Ótimo, agora vou estragar sua cara! - fala se preparando para avançar.
- Chega! - Madmá entra na frente - Basta vocês dois! Meliodas, você não disse que não ia mais nos perturbar? - Atômico ri depois do tal comentário, se divertindo com o "puxão de orelha" que Madmá me deu, eu também comecei a rir quando ela se vira pra ele. - E Atômico! Para de ter ciúmes de mim! Eu não sou sua namorada ou qualquer coisa do tipo! Eu sei me cuidar muito bem sozinha! - não aguentei, comecei a dar gargalhadas.
- Ah... Bem... - ele fica sem palavras.
- Bom, eu vou embora. - falo para Madmá depois que consigo controlar a risada.
- Precisamos conversar sobre seu propósito de matar os humanos. - ela diz me abraçando.
- Ah, não. Isso não vai mudar! A única que poderia me fazer mudar de ideia está morta. - beijo seu rosto. - Grandão. - cumprimento Atômico.
- Vou te mostrar o "grandão". - ele diz fazendo graça.
Salto pra longe, estou indo para a caverna onde enterramos a minha Rapunzel preferida, preciso falar com ela.
Estou na caverna, de frente pro caixão de Vulcânia. Olhando seu semblante sereno, sua pele macia, seus cabelos dourados.
- Só de pensar que esses cabelos nunca mais irão brilhar... - falo olhando para ela, estou chorando. - Eu me perdi, Vulcânia. Eu estou morrendo aos poucos! Diávolos disse que o ódio pela perda vai me destruir! Mas eu não ligo, pelo menos assim eu vou conseguir te reencontrar. Eu quero morrer! Eu invejo os humanos, eu vou fazer por eles o que eu queria que fizessem por mim! - coloco meu rosto junto do caixão - Eu te amo, sempre vou amá-la. Vulcânia, rainha do meu coração.
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Coração de Gelo
Genel KurguÀ mil e quinhentos anos atrás existia um exército de homens imortais com habilidades extraordinárias, homens que levavam os injustos para a justiça, homens considerados maus, pois diz a lenda que eles nem tinham coração, ou se tinham já estava conge...