Despedida

14 4 2
                                    

- Kanso? - disse eu desacreditado com o que estava vendo.
Os 12 Guardiões ali na minha frente!
- Vejo que o selo foi rompido... As cicatrizes de seu rosto sumiram. - disse Kanso.
- Não se meta mais! - falo com rispidez.
- Meliodas, eu vim para dar um basta nisso tudo. Sempre que você usa o poder da Maldição você perde o controle. Isso precisa acabar!
- Veio para me matar?
- Não. Eu vim para te salvar. - disse Kanso, então eu apaguei.

[...]

Acordei em meu quarto, no castelo.
- Finalmente acordou, rapaz. - diz um dos Guardiões. - Eu me chamo Amós. Sou o Primeiro Guardião. Tenho observado seu poder, Meliodas. Digno de um Guardião!
- Eu não sou Guardião. - falo me levantando e me sentando em minha cama.
- Ainda não.
- Como assim "ainda"?
- É para isso que viemos. Meliodas, você foi escolhido para se tornar um de nós!
- Eu? Um Guardião? - pergunto tentando acreditar.
- Nós não podemos permitir que você surte com o seu poder. Não queremos matá-lo, então você deve treinar conosco para aprender a controlar seus poderes e se tornar ainda mais forte! Você deixará todos aqui e irá treinar com os Guardiões por 10 anos, depois desses 10 anos você poderá retornar para a Terra.
- Eu não posso deixar meus companheiros por 10 anos.
- Veja seus olhos. - disse me entregando um pequeno espelho - Estão vermelhos, são olhos de um assassino cruel. Você prefere ficar e por todos os que ama em risco? Eu vou te ensinar a controlar seus poderes, Meliodas. Você terá controle total! Você se tornará mais forte! Aprenderá novos poderes! Você fará parte de um propósito maior! Não deseja isso?
- Não é que eu não deseje... Eu só não sei se consigo me afastar de Vulcânia novamente.
- Vulcânia... Então é pela garota...
- Não só por ela. Mas... - disse refletindo.
- Mas...?
- Acho que você tem razão. Eu preciso me tornar mais forte para proteger Vulcânia e meus companheiros! Eu quase morri para os 3 Anjos.
- Então você aceita vir conosco e se tornar um Guardião?
- Eu... Aceito. Mas com uma condição.
- Qual?
- Você precisa me ajudar a me lembrar do meu passado!
- Tudo bem, depois do treinamento eu te conto o que aconteceu com o seu Clã, mas só depois dos 10 anos de treinamento.
- Ok.

[...]

- Eu reuni todos aqui pois tenho comunicado importante para fazer. - disse eu em pé na sala de reuniões com os 5 deuses e os 12 Guardiões.
- Fale logo, Meli! Estou curiosa! - disse Vulcânia.
- Bem, todos viram como eu fico quando uso meus poderes ocultos. Eu perco o controle! E não é algo que eu possa simplesmente deixar de usar, existem inimigos poderosos. Como os 3 Anjos! Se eu não tivesse o poder da Maldição nós estaríamos mortos!
- Mas Meli você não tem culpa... - disse Vulcânia.
- Não! Eu não posso mais me permitir machucar vocês! E é por isso que eu decidi ir com os Guardiões para ser treinado por eles e me tornar o 13° Guardião!
- O quê? - disse Madmá e todos na sala se levantaram assustados. - exceto os 12 -
- Eu sei que pode parecer loucura, mas é isso ou eles não terão escolha se não me matar! Não estou dizendo que estou indo obrigado por eles ou por medo, mas eu realmente concordo com isso! Eu devo ir! Eu PRECISO ir! - os 5 se acalmaram.
- Se isso vai te ajudar, meu amigo... Então eu te apoio! - disse Diávolos colocando a mão sobre meu ombro.
- Obrigado, meu irmão. - falo colocando a mão sobre seu ombro também.
- Eu vou cuidar deles enquanto você estiver fora, Meliodas. - disse Atômico.
- Valeu, Grandão! - falei feliz.
- Se cuida cara. - disse e em seguida me abraçou.
- Pode deixar. - falei dando uns "tapas" nas costas dele.
- Eu sei que não falo muito... - diz Falcons depois de Atômico - Mas eu admiro você e sei que vai conseguir! E vai se tornar um excelente Guardião! Se lembra da gente enquanto estiver lá! - estendeu a mão, mas eu ignorei sua mão e o abracei.
- Pode deixar, companheiro! Se lembrem de mim também. - falo.
Vulcânia e Madmá estão caladas, parecem não ter aceitado bem a notícia.
- Por favor, me deixem a sós com elas. - falo para os demais e todos saem da sala. - Meninas... Não fiquem assim. - falo me aproximando delas.
- Como quer que a gente fique? - pergunta Madmá - Você está indo embora Meliodas! E nem sabemos se vai voltar! - começa a chorar.
- Eu vou voltar! Acredita em mim. - falo segurando em sua mão. Seguro a mão de Vulcânia também. - Amor, fala alguma coisa. - incentivo.
- Vai adiantar de algo? - ela sussurra, sua voz quase não saiu. Ela está chorando também.
- Vulcânia, vai ser melhor para todos nós.
- Vai ser melhor? Melhor como, Meliodas? - começa a falar brava - Nós estamos juntos finalmente! Pra quê? Para nos separarmos de novo?
- Eu não vou me esquecer de você!
- Como sabe? Como pode afirmar? Você disse que vai voltar, mas quando? Meliodas, eu posso cuidar de você! Não vou deixar você perder o controle! - diz ela olhando fixamente nos meus olhos.
- Você não pode impedir isso. - falo olhando para ela - Nenhuma de vocês podem. - olho para Madmá - Ninguém pode me impedir à não ser os Guardiões! Só eles podem me ajudar e vocês sabem disso! - começo a falar num tom mais firme - Eu estou morrendo! Eu sei do que Diávolos disse à um tempo atrás para você Madmá.

Flashback on...

- Ele mudou mesmo. - Madmá diz para os demais.
- Esse é o efeito do poder do Anticristo. - Diávolos diz.
- Como assim? - pergunta Falcons.
- Eu não falei pra ele, mas quando alguém que é metade deus e metade demônio desperta o poder do Anticristo esse poder o consome, ainda mais pela perda que ele sofreu. O Anticristo começa a se perder nos seus próprios pensamentos, e ele vai se tornando um monstro à cada dia! Ele se torna pior à cada dia! E conforme ele se entrega ao poder, ele morre aos poucos. Se ele não parar, chegará uma hora... Que ele vai morrer.

Flashback off...

- Ele disse que eu morro aos poucos cada vez que uso o poder da Maldição! - explico para Vulcânia. - EU ESTOU MORRENDO E SÓ OS GUARDIÕES PODEM ME SALVAR! Será que vocês podem entender isso? Não é só por mim! Eu estou fazendo isso por vocês! Eu não ligo de morrer, chegou um momento na minha vida que eu estava querendo isso mesmo! Eu não tenho medo de morrer! Mas a questão não sou eu, são vocês! Eu não posso abandonar vocês para sempre! Eu não posso deixá-las sem proteção! Por mais que eu vá agora é por um tempo, eu vou voltar! Mas se eu ficar, vai chegar um momento que meu próprio poder vai me matar! E aí será para sempre. - as duas abaixam a cabeça entendendo tudo.
- Você tem razão, Meli. - diz Madmá.
- Sim, tem razão. - Vulcânia concorda.
- Apoiamos você! - diz as duas em coro.
- Obrigado. Saber disso vai me dar forças! - abraço as duas. ,
- Só volta para a gente, tá bem? - diz Madmá.
- Tá bem. Eu vou voltar!
- Promete? - pergunta Vulcânia.
- Eu prometo! Madmá, pode nos deixar à só por um instante?
- Sim, claro. - Madmá diz saindo da sala.
- Vulcânia, eu vou demorar muito para voltar e não sei como serão as coisas quando eu voltar. Não quero te prender por tanto tempo, então acho que devemos terminar o nosso namoro. - falo com um pesar.
- O quê? Ficou louco? Não, Meliodas! Não! Nós nos amamos! Eu vou te esperar!
- Escute, Vulcânia! Não sabemos como serão as coisas! Eu quero que você seja feliz, conheça outras pessoas. Se quando eu voltar estivermos solteiros e ainda nos amarmos a gente volta a namorar. Mas agora é melhor terminarmos.
- Não faça isso, Meli, por favor! - diz chorando.
- Olha, está sendo difícil para mim também. Mas não tem como eu prometer que tudo vai ser como antes! Vulcânia, eu estou indo para outro mundo! Eu não quero que você fique pensando em mim por tanto tempo! Eu quero que você viva! Quero que seja feliz!
- Tá bom, você tem razão. - diz tentando conter as lágrimas. - Também não quero que você fique preso à mim. Eu aceito o término desse namoro. Mas me prometa uma coisa.
- O que?
- Que aconteça o que acontecer, mesmo que quando nos encontrarmos de novo você esteja com outra e eu com outro, nossa amizade vai sempre prevalecer! Nunca vamos deixar de ser amigos! Quero poder contar com você pra tudo! E quero que conte comigo! - diz ainda chorando.
- Eu prometo. - então nos abraçamos, ficamos ali por um tempo, não tenho certeza se por minutos ou horas. Perdi a noção do tempo ali.

[...]

- Pronto para partir? - pergunta Kanso.
- Eu estou pronto. - respondo.
Amós, o Primeiro Guardião, abre um portal com a mão direita.
- Adeus meus amigos. - falo antes de entrar no portal.
- Adeus? - pergunta Vulcânia assustada.
- É maneira de falar. - reviro os olhos.
- Até breve! - diz Vulcânia e todos acenam para mim.
- Até. - sorri e passo pelo portal. Uma forte luz branca toma todo o meu ser e eu apago.

[...]

Acordo com o cantar dos pássaros. Estou deitado sobre a grama de um jardim.
Me levanto devagar e vejo Kanso em pé na minha frente.
- Seja bem-vindo ao Mundo dos Guardiões! - diz ele.
Então eu ergo os meus olhos e vejo a riqueza de toda essa terra, Palácios e Reinos de ouro, prata, diamantes entre outras matérias preciosas! Jardins tão ricos em plantações como nenhum outro! A Natureza realmente reina aqui! Ar tão puro como nunca havia exalado antes! Tudo é tão grandioso! Tão glorioso! Tão perfeito!
- Meliodas? - vejo Amós junto com os 11 Guardiões se aproximarem de mim. - Pronto para se tornar um Guardião?

FIM!

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora