Capítulo 7 - Ninho da serpente

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~Emma narrando~

Foram cerca de 5 meses na França com meu noivo resolvendo diversos assuntos da nossa rede de hotéis, e também foram meses intensos em meu relacionamento, Neal me agradava de todas as formas, apesar de possessivo, era um homem romântico, porém, no fundo bem no fundo eu sabia que Neal era mais um bote salva-vidas que eu me agarrei com medo de voltar a um passado que lutei tanto para esquecer, ele estava ali na hora certa e eu era grata a ele, o amava, mas minha gratidão era maior que meu amor e por mais que eu negasse eu sabia que essa era a verdade. Ainda espero corresponde-lo de uma forma verdadeira, sei que ele merece, assim como eu também mereço amar alguém que não me machuque tanto como já o fizeram.

Nunca imaginei que em 3 meses de volta aconteceria o que aconteceu, quando a morena me agarrou no banheiro daquela festa eu senti curiosidade, aquela sensação que há tanto tempo eu não sentia outra vez me prendeu, senti como uma recaída, de um corpo que ainda se prendia ao passado. Mas quando a vi na sala de jantar da minha casa, quando a vi com meu irmão, tudo pareceu completa loucura, loucura maior quando entrei naquele banheiro sabendo que cederia se ela tentasse, eu realmente não entendia o que estava acontecendo, eu me conhecia bem o suficiente pra saber que não cederia a esse tipo de coisa, não outra vez. Mas aquela mulher era absurdamente diferente, não tinha limites, era forte e decidida, eu jamais havia visto alguém assim, com tamanha postura e beleza, não conseguia dizer não ou não queria dizer não, mas tinha consciência da maldição que me cairia se eu permanecesse naquilo. Depois do que aconteceu na sala de Regina, tive esperanças de que nada daquilo voltaria a acontecer, por minutos eu domei aquela mulher e domei meus próprios desejos, ali eu realmente decidi cortar qualquer possível intimidade com ela, considerei como uma fantasia que teria fim naquele instante, mas quando a vi em meu quarto, sentada em minha mesa de forma alucinantemente sexy, me encarando com uns olhos tranquilos, sendo praticamente outra Regina, me fez esquecer o que eu havia prometido a mim mesma. Os dias passavam e a morena de vez em quando vinha em minha mente, cheguei a sonhar com Regina duas vezes, e em um desses sonhos, não havia pudores, cheguei a sentir outra vez os mágicos dedos da morena, me arrependi de não tê-los sentido dentro de mim , espantava qualquer memória daquela mulher como podia, mas até seu cheiro vinha do nada.

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Regina entrou naquela sala de reuniões como um furacão, estava linda, fiz de tudo para não olhar, mas senti um arrepio em todo meu corpo e sabia que ela me encarava a todo o tempo, quando Regina se levantou e foi apresentar suas propostas eu realmente lembrei porque aquela mulher não saia da minha cabeça, suas pernas firmes de quem se exercitava, seu vestido encaixando em cada curva do seu corpo, meus pensamentos dariam um filme proibido para menores, foi uma tortura ter que esperar ela terminar, minha vontade era de puxa-la pela mão e ir pra qualquer lugar que pudéssemos estar sozinhas, mesmo sabendo que Regina jamais seria capaz de cometer uma loucura dessas, senti meu corpo queimar e sai da sala com Neal como se estivesse fugindo, embora não soubesse do quê. Quando a vi abraçada ao meu irmão senti uma pontada forte na boca do estômago, minhas mãos suaram sem minha permissão, levantei meu rosto levemente torcendo para que eles não estivessem mais ali, tarde demais, seus olhos negros já queimavam dentro dos meus, se eu recuasse deixaria claro para Regina que aquilo me incomodava, e eu já havia deixado claro que ela não teria nada de mim, nossos olhares ficaram um tempo em encontro até que quase sem forças encarei de volta meus papéis sem fazer ideia do que estava escrito. Talvez eu soubesse o que estava prestes a acontecer, estava sendo inevitável, só desejei voltar no tempo, maldita hora aquela que eu decidi ir ao banheiro daquele evento, maldita mulher.

Sai da empresa logo que anoiteceu, havia sido um dia cheio, cheio de tensões e de Regina, pedi a Neal que me deixasse descansar. No banho, a água quente me relembrou os toques daquela mulher, o perfume dos seus cabelos, sua língua em meus seios. Escolhi a água fria no impulso e tive de tomar banho aos pulos. "O que está acontecendo Swan? Isso tá errado, isso tá muito errado" – Repeti mil vezes para mim mesma. Ainda de roupão, deitei na cama e mal pude fechar os olhos que meu celular tocou, tentei ser forte e ignora-lo, mas ele tocava insistentemente e me conheço por ser a mulher mais curiosa do mundo.

Emma: Eu vou te matar Killian Swan.

Killian: Eu também te amo irmãzinha. E preciso de você, mesmo.

Emma: Erro meu achar que me ligaria só pra lembrar que me ama – bufei irritada – O que quer?!

Killian: Preciso que venha ao restaurante italiano "Tre Bicchieri" aqui no centro pegar uma pasta e levar para Regina. – Senti meu estômago embrulhar só ao ouvir aquele nome, sentei-me imediatamente na cama, incrédula –

Emma: Porque você não faz isso Killian? Estou cansada e tinha planos pra esta noite. Mande nosso motorista levar. – Era óbvio que o único plano que eu tinha era deitar e dormir até o jantar, mas não conseguia pensar na hipótese de me aproximar de Regina tão cedo. –

Killian: Estou em um jantar com uns amigos e não sei que horas vai acabar, é assunto de trabalho Emma, prometi que deixaria Regina descansar hoje, mas esqueci desses documentos e preciso deles pra amanhã. Você vai dizer não pro seu irmão mais velho que nunca tem tempo pra sair com os amigos? É isso mesmo pequena Swan?! – Killian era acostumado a sempre ser salvo por Emma, apesar de mais nova, era muito mais esperta, além do mais, Emma fazia de tudo por ele, sempre, era como a sua salvadora, até então... –

Emma: Você fica me devendo um almoço rapazinho. – Mais uma vez não tinha como dizer não, comecei a me vestir imediatamente enquanto repetia para mim mesma todos os passos que faria aquela noite, parecia simples, pegar a pasta, pedir pra Regina assinar e voltar pra casa o mais rápido que pudesse, não tinha erros. Ao menos em minha cabeça não tinha, mas considerando o quanto aquela mulher era imprevisível... Vesti uma calça jeans escura e minha camiseta branca preferida, era a roupa que mais me dava sensação de conforto, tudo que eu precisaria, conforto. Ajeitei meus cabelos e passei um rímel realçando ainda mais meus olhos verdes. – Acelerei o carro e em 20 minutos eu estava parada na frente do apartamento que Regina morava, respirei fundo, repassei todos os meus passos outra vez, e fui a caminho do ninho da serpente..

Revenge: O preçoOnde histórias criam vida. Descubra agora