Capítulo 51 - Cora Part I

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Emma estava parada a minha frente, com um vestido vermelho na altura dos joelhos e um decote saliente. Seus cabelos soltos com ondas marcantes e uma leve maquiagem que deixava seu olhar ativo me dava um frio na barriga que fez-me lembrar a primeira vez que a vi, ainda de costas naquele evento, onde achei que tinha tudo sob controle e a loira me prendeu na melhor armadilha de todas: seus braços.

Emma: Não vai entrar? – balancei a cabeça buscando voltar para o momento – Você tá bem?

Regina: Poderia rasgar seu vestido com o dente aqui na porta mesmo. – disse em meu tom sexy de costume adentrando a suíte . –

Emma: Você com certeza tá muito bem. – sussurrou com uma expressão tímida, eu diria, esfregando uma mão na outra. A loira não disfarçava quão nervosa estava. –

Regina: Qual era a urgência meu amor?

Emma: Te ver! Se não te deixasse com senso de urgência você jamais estaria aqui agora. – um sorriso irônico instalou-se no seu rosto aquele instante. Percebi que havia criado um monstro! Mesmo rodeada de segredos Emma Swan me conhecia muito bem e me desvendava mais a cada dia que passava. –

Regina: Qualquer ordem sua eu iria obedecer senhorita Swan. – disse enquanto era laçada por seus braços criando entre nós uma proximidade única. – Como posso ter me apaixonado por você assim tão depressa e tão intensamente a ponto de ter a deixado entrar na minha vida?

Emma: Mudei a minha vida por você, os meus princípios joguei no lixo por você. Mereço uma eternidade ao seu lado senhorita Mills.

Sorrimos felizes, éramos completamente leves naquele momento. Levei a mão esquerda até seu rosto jogando seus cabelos para trás. Ali iniciamos um beijo calmo, lento, ausente de todo êxtase que era quando fazíamos amor. Apenas sentíamos o vento soprar na janela e apreciávamos o melhor de nossa relação, sem medos, sem muros, sem as cruéis verdades...Sem uma vingança.

Emma: Quer saber a história do quarto 303? – engoli a seco lembrando do passado de Emma. Se aquele fosse o quarto que Ariel transou com Killian? Aquela seria uma vingança e não suportaria a hipótese de... – Regina! Quer saber? – Emma interrompeu meus pensamentos como se soubesse o que tinham neles, assenti que sim como uma criança temerosa. – Ele é uma obra pessoal de Henry Mills. Estava vendo uns documentos antigos sobre o projeto de arquitetura da Dreams, e papai me confirmou tudo com mais clareza.

Me desfiz do abraço ao ouvir aquele nome, era impossível ao menos uma vez esse ódio não me acompanhar? A loira segurou minha mão como se soubesse a dor que aquilo causava, e só então reparei no espaço. Era um quarto enorme, com certeza o maior que existia naquele hotel. Todo seu espaço era coberto por um carpete bege envolto por uma arte cor vinho, o sofá também na cor vinho era em formato circular, as paredes brancas com cortinas na cor vinho e espelhos em ouro velho lembrando a riqueza da época medieval. Cada móvel lembrava os de um castelo e uma escada preta levava ao que pudera perceber: a cama. Meu coração fora tomado por um orgulho imenso de meu pai, era como se estivesse mais próxima dele.

Emma: Se isso te deixou assim precisa ouvir o resto. – encarei-a com uma expressão boba, toda a minha atenção aquele instante era para a história que seria contada. – Esse quarto é o segundo maior e mais bem localizado da Dreams, perde apenas para a cobertura, é claro. Henry pediu para ficar com ele por um motivo especial. Vem comigo! - sua mão apertou a minha ainda mais forte, seguimos para as imensas janelas de vidro onde uma porta dupla dava a visão clara do que imaginava, a varanda. Algo que meu pai amava e me fez amar também. – Ele mesmo desenhou essa varanda, papai contou que Henry exigiu que o quarto 303 fosse apenas para quem estivesse disposto a ficar, descansar e por um minuto esquecer os problemas. Pensei que você se sentiria melhor em jantar aqui.

Revenge: O preçoOnde histórias criam vida. Descubra agora