Capítulo 8 - O Arcano Nove

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Bem, certo, não era realmente impenetrável. Eu ainda podia ver Lexa, brilhando daquele seu jeito.

— Isso foi muito impressionante, Clarke — disse ela, olhando para Marcus, que gemia.

— Obrigada — falei, satisfeita por ter obtido sua aprovação.

Isso acontecia muito raramente. Fiquei feliz por ter ouvido Jasper durante uma de suas recentes palestras sobre segurança elétrica.

— Agora você crê que pode me contar exatamente o que está acontecendo aqui? — perguntou Lexa oferecendo-me a mão enquanto eu descia do aquário. — Aquele ali no sofá é o seu amigo Tad?

— Ahã — antes de descer eu me abaixei, procurando o fio no chão. — Venha aqui, certo, para eu poder... — O brilho de Lexa, por mais sutil que fosse, logo revelou o que eu estava procurando. — Não importa. — Puxei o fio de volta para o aquário. — Só para o caso de eles religarem o disjuntor antes de eu sair daqui — falei, levantando-me e saindo do aquário.

— Eles quem? Clarke, o que está acontecendo aqui?

— É uma longa história. E não vou ficar aqui para contar. Quero estar longe quando ele tiver acordado — apontei para Marcus, que agora estava gemendo mais alto. — Ele tem dois comparsas de pescoço grosso esperando por mim, também, para o caso... — parei.

Lexa me olhou interrogativamente.

— O quê?

— Está sentindo esse cheiro?

Pergunta idiota. Quero dizer, afinal de contas, ela está morta. Será que os fantasmas sentem cheiro? Aparentemente sim, porque ela disse:

— Fumaça.

Apenas uma palavra, mas ela fez um arrepio descer pela minha coluna. Ou isso ou um peixe tinha entrado no meu suéter.

Olhei para o aquário. Para além dele pude ver um brilho rosado emanando da sala contígua. Como eu havia suspeitado, ao dar um gigantesco choque elétrico em Marcus, eu tinha conseguido provocar uma fagulha no painel de circuitos.

Aparentemente o fogo se espalhou para as paredes em volta. Dava para ver as primeiras línguas minúsculas de chamas laranja saltando de trás do lambri.

— Fantástico — falei.

O elevador era inútil sem eletricidade. E, como eu sabia muito bem, não havia outra saída da sala.

Mas Lexa não era tão derrotista quanto eu.

— As janelas — disse ela, e correu para elas.

— Não adianta. — Eu me encostei na mesa do Sr. Beaumont e peguei o telefone interno. Desligado, como eu esperava. — Elas são pregadas.

Lexa olhou para mim por cima do ombro. Pareceu achar divertido.

— E daí? — perguntou.

— E daí — eu bati com o fone. — Pregadas, Lexa. Tipo impossível de abrir.

— Para você, talvez. — Ao mesmo tempo em que dizia, os postigos de madeira perto da janela mais próxima começaram a tremer malignamente como se sopradas por um vendaval invisível. — Mas não para mim.

Olhei impressionada.

— Que coisa, moça — falei. — Eu tinha esquecido dos seus superpoderes.

O olhar de Lexa passou de divertido para confuso.

— Meus o quê?

— Ah, não faz mal.

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⏰ Última atualização: Jan 27, 2017 ⏰

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