-Pai por quê você não conversa comigo? Até quando você irá me ignorar? Eu não tenho mais sete anos! -Eu disse ao meu pai que estava do outro lado da porta, dentro de seu laboratório.
Como eu não havia tido nenhuma resposta, eu comecei a chutar a porta metálica em meio a lágrimas de aflição.
-Já chega. -Ele disse abrindo a porta e ficando cara a cara comigo. -Você já possui quatorze anos. Vê se cresce moleque.
-Cresce? O que você acha que eu estive fazendo sem ela durante esses oito anos que se passaram? Brincando de boneca? Ah faça-me o favor. -Eu disse o fazendo encarar o chão.
-Olha filho, ... -E antes que ele pudesse terminar mais uma de suas enrolações, eu o interrompi.
-Filho? Desculpe, mas para mim você não é um pai. Afinal, aonde estava esse pai quando precisei? Aonde ele estava quando eu sofri bullying por ser mais desenvolvido? Aonde ele estava quando eu enfrentei o Jeff valentão por causa de um insulto a minha mãe? ANDA ME RESPONDA! AONDE VOCÊ ESTAVA!? -Eu lhe perguntei com lágrimas em meus olhos.
-Eu entendo. -Ele disse calmo.
-Entende?
-Você pode me odiar o quanto quiser, mas saiba que eu não me arrependo de nada do que eu fiz até agora. -Pausa. -Você me lembra tanto ela, você tem os olhos dela.
-Eu não entendo. Por quê você não conversou comigo antes? -Eu perguntei franzindo a testa.
-Eu só quero que saiba, que a sua mãe nem sempre era doce e inocente. O male dela era tão profundo que poucos podiam ver. Não se preocupe com nada filho, eu te protegerei. -Ele disse ignorando totalmente a minha pergunta.
-O que isso significa?
-Você terá que descobrir por si próprio. -Ele disse se afastando e fechando a porta. [...]
Eu acordei caindo com o meu rosto sobre o chão do submarino, pois ele havia virado e causado um grande tranco, como quando dirigimos um carro em alta velocidade e derrepente precisamos parar, portanto pisamos no freio causando um tranco, levando os nossos corpos a se inclinaram para a frente, porém naquele caso, foi para o lado. Assim que eu consegui me colocar de pé, eu observei a janela do submarino e avistei metade do céu e metade do mar. E assim que observei atentamente, eu percebi que o submarino havia parado, como se estivesse boiando.Quando eu me afastei da janela, eu caminhei até a porta do meu aposento e a abri. Depois que eu sai do quarto em que eu estava, eu caminhei até a saída do submarino junto com outros que também estavam se retirando.
Quando os meus pés tocaram a areia, eu pude sentir novamente o vento em meu rosto. Eu me virei e encarei o horizonte, vendo o pôr do sol dar os seus últimos minutos de luz, até se ir totalmente.
Assim que eu terminei de olhar aquela vista encantadora, eu caminhei até o gipe junto de Scott e de lá fomos até a base. No caminho, eu fiquei me perguntando o que fazer com aqueles que me traíram? Afinal eu arrisquei a minha pele por eles, eu me fiz de isca. Por mais que eu não queira admitir, eu fui muito mole.
Eu não posso ser eu mesmo neste lugar, eu tenho que fingir ser essa pessoa má para ter respeito, e o que me aborrece mais ainda, é que pelo que eu percebi a minha mãe gosta de ser esse tipo de pessoa. Meu pai não estava errado, ela carrega um male que poucos podem ver.
Assim que chegamos na base, eu desci até o meu quarto sem sequer olhar ou falar com alguém. Depois que eu cheguei ao meu quarto, eu retirei a roupa do guarda que eu havia roubado e tomei banho. Assim que eu me vesti de acordo, com as minhas roupas confortáveis, eu enviei uma mensagem pelos comunicadores ( código azul), que significava a convocação de todos os membros da minha equipe na sala de reuniões.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paradoxo
General FictionO tempo é uma coisa perigosa, uma coisa pela qual não sabemos lidar, mas ele terá que aceitar que é o único que pode mudar isso. Aquele que caça pela necessidade, mata pelo desespero e luta para voltar, é o único que sobrevive ao Paradoxo Temporal e...