Ainda sem reação ela me encarava sem sequer mudar sua expressão ou mover a faca que ainda estava apontada ao meu tórax. Decido então virar o jogo de uma vez por todas.
-Se você está tão disposta a me matar de qualquer forma. Por que já não fez isso antes? Ah peraí, deixe-me adivinhar... Hum. .. Ah é verdade você ainda precisa de mim! Que irônico não? -Digo estampando o melhor sorriso que eu possuía em meu rosto, fazendo ela retirar a faca de meu tórax e me olhar atentamente de cima á baixo, como se me analisasse por completo.
-Interessante, mas sabe, talvez você mude de conceito assim que eu lhe fizer algum "estímulo", se é que me entende. -Aquilo não era nada bom, com certeza esse tipo estímulo ao qual ela se refere deve ser algo como tortura e dor.
-Acho isso difícil, mas vá em frente e me estraça-lhe, porque se você fizer isso nunca saberá o que tanto deseja. -Disse ainda com um sorriso convencido no rosto.
-E o que seria, esse meu tal desejo? -Ela me perguntou enquanto brincava com a ponta da faca em seus próprios dedos.
-Se eu dissesse perderia a graça! Afinal Por que você não chama seu líder para mim conversar com ele, porque piões são apenas meros piões.
-Do que você me chamou? Esta me subestimando? Porque não sou eu que está acorrentada até os dentes -Eu admito que eu estava lutando ao máximo para não me deixar abalar e ser superior, mas sinceramente meu pavor estava querendo transparecer.
-Bom eu acho que você não é surd... -E antes que eu pudesse terminar, ela enfiou a faca em minha coxa, fazendo a dor estremecer. -AAAH... SUA LOUCA! AHH! -Gritei, pois a dor era imensurável.
-Eu disse que você poderia escolher, mas como você não escolheu, eu escolhi por você! -Ela disse com um sorriso tentador.
-Eu ainda tinha 4 minutos e 27 segundos! -Disse rangido os dentes por causa da dor.
-Então você contou? Interessante. -Ela disse cutucando a faca que ainda permanecia em minha coxa, e por mais que doesse e eu quisesse gritar, eu estava agradecendo pela lâmina da faca estar estancando o sangue e impedindo ele de jorrar como uma fonte.
-Olha eu ainda tenho tempo, então se você não se importar não é com você que eu devo falar! -Disse com a voz falha, imaginando o pior, pois seu olhar maléfico era muito penetrante.
-Sabe é uma pena, eu até ofereci ser piedosa, mas você não pensou bem.. Então talvez eu também não deva pensar. -Ela disse pegando no cabo da faca com firmeza, e de imediato o puxou com tudo.
-AAAH !! PARA JÁ CHEGA! -Eu disse em meio às lágrimas e desespero, pois o que mais eu desejava que não acontecesse, estava acontecendo.
Meu sangue jorrava para fora do meu corpo, o fazendo escorrer por minhas pernas até o chão. Criando rapidamente poças, como aquelas em vemos nas chuvas e achamos o máximo por podemos pular nelas, mas acontece que essa poça não era alegre e não era de chuva, era apenas meu sangue transbordando como se quisesse encher o cômodo todo e me sufocar.
-Pelo visto você ficou bem calado. Acho melhor você repensar e aceitar a morte rápida. Voltarei daqui a algumas horas, aproveite bem seus últimos suspiros, porque quando eu voltar irá rezar para que esses fossem os últimos.
Ela caminha até uma porta, que eu jurava parecer de aço reforçado, nela ela bate três vezes, até que a porta se abre para logo mais, se fechar. Restando apenas eu naquela sala horrenda, vendo meu sangue cair sem parar. Eu esperei o que parecia uma eternidade, desde que aquela mulher saiu a única coisa que consegui pensar era em como eu ia morrer se continuasse daquele jeito. Não havia uma saída, e além do mais eu não arriscaria em gritar para chamar a atenção de alguém, principalmente a dela. Com apenas o som das gotas de sangue ecoando pela sala, eu estremeci mais uma vez até não conseguir mais ficar acordado. Eu havia apagado totalmente.
De repente comecei a sentir como se estivesse levando vários socos no estômago e no rosto. Até sentir em minhas costas uma dor atordoante. Comecei a ouvir alguém gritar, mas não compreendi uma palavra. Meus olhos começaram a se abrir vagarosamente. Até que eu senti e não pude conter a dor.
-AAAH!!! PARE! -E assim que eu disse isso, percebi que eu não estava mais sentado na cadeira.
Eu estava ajoelhado, ainda amarrado. Porém sem a minha camisa em meu corpo. Meu ferimento na coxa estava estancado com um pedaço de pano preto. E isso com certeza não era nem a ponta do Ice Berg. Olhei para o meu estômago e ele estava roxo, e logo senti meu rosto latejar. Minhas costas estavam doendo mais do que tudo. E de imediato eu deduzi que eu havia apanhado, mais precisamente levado socos. E quando eu a vi atrás de mim, caminhando até ficar frente a frente comigo, eu tive a certeza que faltava, pois o chicote em suas mãos não eram nem se quer sutis. Eu havia sido chicoteado e aposto que ainda serei mais.
-Sabe, por um momento achei que você não fosse acordar, afinal eu gritei várias vezes. -Então os gritos eram dela. -Mas eu estou feliz que você tenha acordado, assim nós podemos brincar mais! -Ela disse, ainda com um sorriso em seus lábios.
-Você é louca. -Falei com minha voz arrastada e baixa.
-Eu disse que era melhor a outra opção, mas você tem toda a razão isso é mais divertido! -Ela ri.
-Está bem, me diz o que você tanto quer! -Digo cogitando a falar tudo que ela quiser, mesmo que isso me mate.
-Ué?.. Pensei que você soubesse! -E assim que ela diz isso, ela começa a caminhar novamente, porém ela retorna a sua posição atrás de mim.
-O que você está fazendo? -Falo tentando forçar minha voz ficar mais alta e firme.
-O que você acha? Vou terminar o que eu comecei! -Ela disse e eu podia jurar que ela ainda sorria.
-Espere por fav... -E antes que eu pudesse terminar eu senti a chicotada, como se arrancasse um pedaço meu, mas eu não gritei, apenas gemi, criando forças para falar novamente. -Por favor, você é a garota das opções, não é?
-Hahaha.. Você só pode estar brincando comigo! Quer saber? Que tal jogarmos um jogo. -Ela disse como se aquilo fosse a ideia mais incrível que já teve.
-Q-que jogo? -Pergunto garguejando um pouco.
-Verdade ou Consequência! -E assim que ela disse isso um silêncio pairou a sala inteira, como se ela esperasse minha resposta.
-O que nós estamos esperando para começar? -Eu disse ainda com a voz baixa e arrastada, por mais que eu me esforçasse.
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Paradoxo
Genel KurguO tempo é uma coisa perigosa, uma coisa pela qual não sabemos lidar, mas ele terá que aceitar que é o único que pode mudar isso. Aquele que caça pela necessidade, mata pelo desespero e luta para voltar, é o único que sobrevive ao Paradoxo Temporal e...