Capítulo 21 - A Fatalidade

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Depois que eu me retirei daquela sala aonde eles estavam se recuperando, eu caminhei até o elevador, pois tudo o que eu mais queria naquele momento era voltar para casa, ou melhor, voltar para a minha vida normal e comum. Porém, por mais que eu desejasse isso, eu sabia que dificilmente aconteceria tal coisa.

Quando eu cheguei ao elevador, eu pressionei o botão do primeiro andar, pois assim como a minha cabeça estava nas nuvens, eu também gostaria de estar, ou pelo menos me imaginar estando. Afinal, eu precisava de um tempo apenas meu.

Assim que o elevador chegou ao primeiro andar, eu me redirecionei ao corredor, aonde eu o percorri passando por várias salas com experimentos e testes sendo realizados, facilitando assim a minha escapada para sentir a brisa refrescante pairar sobre o meu rosto.

Logo após passar por todas as salas, eu passei pelos dois Hunters que escoltavam a escada que levava até a saída. O único motivo pelo qual eles não me pararam foi pelo simples fato de que o Lorde foi me salvar a todo custo, ou seja, eu era um recurso valioso que ninguém ousaria tocar ou sequer mexer. Afinal é como dizem, mexeu comigo, mexeu com o Lorde.

Depois de passar pelos guardas eu subi as escadas enormes até chegar à portinhola que continha a sigla de um L. Eu abri a portinhola e me retirei totalmente de dentro da base.

Assim que eu fechei a portinhola, eu comecei a caminhar em direção a floresta que tinha ao lado da estrada de terra. Com passos lentos e pesados, eu atravessei a estrada até chegar ao início da floresta e parar, permanecendo imóvel diante de sua entrada.

Eu comecei a encarar os troncos e as árvores até fechar os meus olhos e me sentir em casa, afinal eu era um tremendo fã de caminhadas em bosques. Tudo o que eu poderia querer naquele momento era estar em uma caminhada.

Ainda perdido em meus pensamentos por causa do cheiro e do frescor da natureza, eu abri os meus olhos recebendo um vento intenso e gélido em meu rosto, não como uma brisa natural, pois o vento trazia uma fragrância diferente.

-Há quanto tempo você está aí ? -Eu perguntei para ela.

-A algum tempo. -Ela me respondeu calmamente. -Como sabia que eu estava aqui?

-Na primeira vez que nos encontramos eu senti um odor de morango emanando de você. E pelo que você pode perceber, por aqui não tem esse tipo de fruta. Sem contar que o vento que bate em você espalha ainda mais o cheiro doce do morango. Portanto, o difícil seria eu não saber que era você. -Eu disse com desdém.

-Impressionante, como na primeira vez em que eu te vi.

-Você veio aqui para me matar? -Eu lhe perguntei ainda de costas.

-O que você acha? -Ela me perguntou fazendo o silêncio se instalar entre nós, pois eu não estava com nenhuma paciência para responder á aquilo.

Portanto, tudo o que restou entre nós foi o barulho da brisa do vento, como se estivéssemos em um jogo, aonde o primeiro que falasse tivesse que ir para o pedestal.

Apesar disto, como se não bastasse o vento congelante em meu rosto, ela estava ali, bem ali, atrás de mim. Eu não sabia ao certo como reagir á aquilo ou o que fazer a respeito, então eu simplesmente comecei a me virar vagarosamente, até ficar de frente para ela, para a minha querida mamãe.

Assim que eu fiquei cara a cara com ela, porém ainda com uma certa distância entre nós, eu notei que as suas roupas estavam impecáveis. O que me fez pensar que isso seria totalmente improvável, afinal nós acabamos com o navio dela, ela ao menos deveria estar encharcada de tanto nadar, ou suja. Porém até a sola de suas botas aparentavam estar limpas.

Ainda sem dizer qualquer palavra, eu cerrei os meus olhos sobre os dela, o que a fez repentinamente soltar um sorriso divertido. Com isto, sem mais nem menos, eu comecei a correr em disparada adentrando a floresta, afinal aquilo só poderia ser uma emboscada, e o pior é que era uma emboscada para mim.

A única vantagem que eu possuía naquele momento era aquela floresta, afinal eu não sabia quantas pessoas estavam com ela, ou quantas armas e artimanhas ela poderia possuir em sua manga. Portanto, eu fiz o que qualquer um faria naquela situação, eu me escondi.

Logo após eu me afastar o suficiente dela, eu avistei uma árvore que possuía alguns arbustos em sua volta. Eu caminhei rapidamente até a árvore e me sentei em seu encalço, sendo a partir daí escondido pelos arbustos que estavam a sua volta.

Ainda sentado no encalço da árvore, eu tentava arquitetar um plano para a minha escapatória dali, mas, por mais que eu tentasse pensar em algo, eu não conseguia, pois tudo o que vagava pela a minha mente era o fato de que eu estava sem saída alguma.

Sem muitas opções, eu acabei me recordando de que eu estava com o meu celular em meu bolso e, que os técnicos haviam aperfeiçoado seu sistema, implantando um novo software. A partir dessa recordação eu decidi fazer uma tacada de mestre, eu iria fazê-lá se arrepender de tentar me matar, afinal eu era o único que ainda acreditava nela.

Antes que eu me levantasse para colocar o meu plano em ação, eu a ouvi gritar.

-Não seja teimoso igual ao seu pai Alex, meu querido! -Ela disse fazendo a minha tensão se elevar.

Por mais que eu não quisesse acreditar naquilo, era fato de que ela sabia exatamente quem eu era. E o fato de ela saber estragava quaisquer planos que eu poderia possuir naquele momento.

-Eu te peguei nessa, não é?! -Ela me perguntou ainda gritando. -Por que você não sai de onde está agora e, olha para mim para variar? Não vá me dizer que está com medo de mim.

-Medo de você? Não seja patética. -Eu disse saindo dentre os arbustos que me escondiam.

-Finalmente você decidiu dar as caras. -Ela disse cínica.

-Pare de enrolação, afinal eu já sei o que você veio fazer aqui! E acredite quando eu digo que, não vai acontecer. -Eu disse retirando do meu bolso o meu celular.

-Rá, você que pensa meu querido. -Ela disse retirando a arma de sua cintura, me fazendo ficar totalmente imóvel, pelo simples fato de eu só estar carregando as minhas facas.

Ainda com a arma em sua mão, ela mirou em sua própria cabeça, o que acabou me deixando tremendamente confuso.

-Se renda agora, ou eu irei atirar. E advinhe só, se eu atirar você não possuirá mais nenhum propósito aqui. -Ela disse convencida.

-Quem disse que o meu propósito é você? -Eu perguntei com a intenção de desconcerta-lá.

-Vai me dizer que não se importa com a sua querida mamãe. -Ela articulou sarcasticamente.

-Não sei se você sabe, mas minha mãe morreu pra mim a muito tempo... Não sei se sabe mas a única coisa que me move é a minha própria vontade, e acredite, você não faz parte dela. -Eu disse a fazendo ficar seria e sem quaisquer resquícios de emoção alguma, como se eu a tivesse lembrado quem realmente é.

Logo após a minha resposta bem afiada ela abaixou a arma dizendo.

-Me desculpe... -E antes que eu pudesse sequer lhe responder eu senti uma pancada bem fonte atrás da minha nuca, fazendo com que tudo que ocupasse a minha visão naquele momento fosse a repleta escuridão, pois eu havia apagado totalmente.

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⏰ Última atualização: Apr 24 ⏰

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