Eu estava sentado aguardando uma resposta a mais de meia hora. Com tanta espera, algo de subido invadiu a minha mente, uma lembrança a qual eu preferiria não recordar. A noite em que a minha mãe se fora não saia da minha mente. Eu me senti tão sozinho e abandonado, como se eu estivesse perdido, mas não um perdido em que eu não sabia aonde estava, afinal eu sabia aonde eu estava, eu sabia aonde era o meu lugar, porém mesmo em minha casa, dentro do meu quarto, eu não me sentia em um lar. Dizem que a solidão é algo tão perigoso e doloroso, que hoje em dia é raro ver alguém solitário por muito tempo. Por ventura, eu descobri ainda no mesmo ano, que mesmo que eu estivesse sozinho, eu nunca estaria sozinho de verdade, e foi em um desses momentos que eu aprendi a lidar com aquilo que chamamos de vida.
Mesmo levado por minhas recordações, ainda me via no presente, aonde a minha mente se esvaia delas, pois algo muito interessante chamava a minha atenção. Algo que valia a pena me focar.
Ao que parecia, os dois guardas em minha porta conversavam sobre uma rebelião.
[...]
-É Rodrigo, ao que parece nós tiramos uma sorte grande, por pegar este turno de vigilância ao invés da ronda pelas celas.
-Pois é Carlos, pelo movimento nos rádios, essa rebelião está brava. O que será que aconteceu? Afinal em todo o tempo em que eu estive aqui, eu nunca vi nada sair do controle.
-Nem sei em. Mas eu acho que isso não aconteceu ao acaso.
-Não mesmo. Apesar disso, eu acho que não devemos tirar conclusões precipitadas, seja o que for, a General colocará tudo de volta nos trilhos.
-Como sempre, você é muito otimista Carlos. Eu acho que.... O que é isto?
-É uma mensagem do Vice Comandante Greg, e ao que parece, ela significa código vermelho.
-Código Vermelho? Quer dizer que nós..
-Isso aí. Nós devemos ir até a rebelião dar apoio na linha de fogo. Vamos nessa Rodrigo.
[...]
Assim que a conversa acabou e os guardas se foram, eu me peguei pensando em como aconteceu a rebelião. Afinal o sistema de monitoramento e de segurança são mais que excepcionais. A não ser, que alguém tenha causado essa rebelião e desordem propositalmente. Mas a questão pertinente é o por quê que alguém faria isso.
Eu pensei e repensei por alguns minutos, até que a porta da sala aonde eu estava foi aberta, revelando o como e o por quê da rebelião.
-Sentiu Saudades? -Scroll disse sarcasticamente.
-Sinceramente eu estava comemorando por não ficar perto de uma pessoa controladora como você! -Eu disse abrindo um sorriso em meus lábios.
-Ah, então eu devo ter pensado errado. Já que é assim, é melhor eu ir e lhe deixar aí, aproveitando a sua comemoração. -Ele disse quase fechando a porta.
-Ei! Espere... Era apenas brincadeira senhor. Você realmente me surpreendeu, vocês dois aliás. -Eu disse me referindo ao Scroll e ao Scott que estava ao seu lado.
-Que bom então senhor Dolevan. Scott o desamarre para caímos logo o fora daqui. -Scroll disse fazendo o Scott correr em minha direção e cortar as cordas que me amarravam com a sua faca.
Assim que o Scott me soltou, eu me levantei e disse.
-Como vocês conseguiram me encontrar? -Eu lhes perguntei curioso.
-Nós contamos tudo no caminho. Agora vamos. -Scott disse andando rapidamente até a porta.
Quando eu, o Scott e o Scroll saímos da sala, o Scroll retirou a sua máscara e me deu, para que eu a usasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paradoxo
Ficción GeneralO tempo é uma coisa perigosa, uma coisa pela qual não sabemos lidar, mas ele terá que aceitar que é o único que pode mudar isso. Aquele que caça pela necessidade, mata pelo desespero e luta para voltar, é o único que sobrevive ao Paradoxo Temporal e...