Turbulência

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Abraço_ carinho, amor, afeto e amizade. Um abraço estabelece uma ligação íntima e saudável entre as pessoas. É bom tanto para quem dá, quanto para quem o recebe. 


Acordei com os latidos do Buster. Na noite passada tinha fechado a porta do quarto, prevenindo-me de ter a companhia dele ao dormir. Fui ter com ele que se encontrava a andar para um lado e para o outro no meu corredor. Assim que me viu, atirou-se para a minha cintura. Ao abrir as janelas apercebi-me do motivo da sua agitação. A ilha estava lavada num mar de água. A chuva que caía pareciam bolas de ping-pong.

O Buster desde pequeno que tinha medo da trovoada. A chuva já o deixava agitado.

Voltei a fechar as persianas e aqueci uma chávena de café. As minhas malas já estão fechadas num canto da sala. O meu voo é às dez e meia da manhã. O Adrian e o Carl vão comigo para tentar fazer umas parcerias com empresas de tecnologia que estão a prosperar. Temos ideias que gostaríamos de implementar na área da medicina e eles seriam uma excelente ajuda.

Tomo um banho demorado e encaracolo o cabelo. Escolho um vestido preto e uns saltos altos e uso o meu habitual relógio de pulso. As memórias da noite passada com o Jonh e da forma como ele se riu ainda me ocupam a mente.

Kian chega às nove horas em ponto e transporta as minhas malas até o porta bagagens do Audi. Ele abre-me a porta do passageiro e eu atiro a bolsa para o banco de trás. Quando o carro entra na auto-estrada a caminho do aeroporto o meu telemóvel começa a tocar. Estico-me para o agarrar e atendo sem verificar o ecrã.

-Colm. – atiro.

Ouço uma tosse do outro lado e começam a falar:

-Bom dia, Mrs. Colm. Desculpe incomodar mas o Dr. Wood pediu-me que lhe ligasse. – informa-me a voz da Steph.

-O que se passa?

Consigo ouvir os resmungos de Jonh do outro lado da linha.

-O filho dele... o Alex, - ela diz e respira fundo. – ele teve um ataque cardíaco. Os enfermeiros que o assistiram conseguiram controlar a situação mas ele está muito fraco.

-Eu vou já para aí. – informo e desligo. – Kian, vamos para o hospital.

-Está tudo bem, Mrs. Colm? – ele pergunta mas sai da auto-estrada para dar a volta.

-Não.

Digito outro número no telemóvel. Atendem ao segundo toque.

-Adrian, não vou puder embarcar. Resolvam o que puderem em Washington, que eu vou tentar minimizar os estragos a partir daqui.

-Precisa que vá falar com a empresa de ortopedia?

Tento decidir rápido.

-Acho que sim. Vou enviar-lhe um email com tudo o que preciso que rectifique e se tiver alguma dúvida contacte-me.

-Assim será, Mrs. Colm.

Desligo e abro o meu laptop. Estamos a aproximar-nos do hospital. Digito um email breve com tudo o que me lembro para passar à empresa do material ortopédico e envio-o a Adrian. Kian pára o carro à porta do hospital e eu apresso-me a sair. Dirijo-me à Steph o mais rápido que posso.

-Já perceberam o que alterou o estado dele?

-Ainda estão a tentar perceber, Mrs. Colm.

-Ele está estável?

-Não. O Dr. Wood está com ele e com mais dois médicos, mas nenhum o quer operar.

-Foda-se. – sussurro e entro no meu escritório. Steph segue-me. – Informe o estado dele na plataforma. Precisamos de um coração o mais urgente possível.

FROM KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora