Crime

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Novo_ Que existe há pouco tempo; que apareceu recentemente. Que está na parte inicial de um processo, de um ciclo, de um desenvolvimento.



A sede policial de Honolulu é um grande edifício branco e com aspeto moderno. No entanto, ninguém é capaz de imaginar a enorme variedade de tecnologia que se encontra no interior. Enormes ecrãs digitais ocupam as paredes, os tampos de mesas e parecem existir palavras-passe para entrar em qualquer lugar que não seja dividido por uma parede de vidro. Sim, porque a maior parte das divisões são enormes caixas envidraçadas.

William insere um conjunto de quatro dígitos num pequeno aparelho e a porta à nossa frente destranca-se. Ele pega-me pela mão e puxa-me para dentro.

Uma secretária corre para vir ter com ele e entrega-lhe uma pasta castanha, dizendo "aqui está o que me pediu, agente Anderson". Ele assente e volta a puxar-me a passo rápido.

Depois de não sei quantos corredores e de inúmeras passwords inseridas, chegamos ao destino final. Percebo isso porque William me larga a mão e sorri de imediato. Estão duas pessoas na sala. Esta é como um casulo em paredes grossas e brancas, com ecrãs numa delas e uma mesa rectangular e sem cadeiras a meio. Há uma secretária atulhada de papéis num canto. Tem três portas de ferro branco, uma delas por onde nós entramos.

O casal levanta o olhar para nos ver entrar e erguem as sobrancelhas quando me vêem. Sorrio levemente.

-Trouxeste companhia, Will? – a mulher pergunta com um sorriso lascivo.

Ele revira os olhos e volta a puxar-me para perto deles. Pousa a mão nos meus ombros e o seu toque desperta-me a pele.

-Katherine, esta é a Nara e este é o Patrick. Duas das pessoas mais idiotas que já conheci mas com grandes aptidões profissionais. – ele mete-se com eles. – Nara, Patrick, esta é a Katherine Colm.

-Uau. – Patrick agita as mãos no ar e vem cumprimentar-me. – Já percebo porque é que o Will dizia que eras bonita, uh?

E pisca o olho.

Baixa-se para me beijar o rosto. Os seus vinte centímetros acima de mim tornam-no corpulento e, de certa forma, ameaçador. No entanto, o sorriso enviesado é quase infantil e, inusitadamente simpático. O cabelo castanho é desalinhado num estilo que parece natural, mas os olhos são de um incrível tom de verde esmeralda.

Nara bate-lhe no ombro e ele agarra-lhe o pulso.

-Ei! Prendo-te por agressão! – eles brincam e ela revira os olhos.

Vem ter comigo e abraça-me.

-Oi. É bom te conhecer. – ela diz.

Tem um sotaque distinto. Talvez da América do Sul. Apesar dos seus olhos serem rasgados denunciando as suas origens orientais. Tem uma beleza exótica. Os cabelos morenos avançando pouco mais do que os ombros e o sorriso formado por uma fileira perfeita de dentes brancos alinhados.

-Oi. – cumprimento.

Ela larga-me e todos nos aproximamos da mesa interativa.

-O que precisas, Will? – Nara pergunta-lhe.

-Só quero mostrar umas coisas à Kate. – e olha-me. – Sobre o Cloney.

Ela arqueia a sobrancelha.

William toca na tela sob a mesa e ela ganha vida, mostrando um conjunto de arquivos. Ele pressiona os sítios certos e, com o indicador, faz um gesto ascendente mandando a imagem para a parede.

FROM KATEOnde histórias criam vida. Descubra agora