Construir_ Reunir e dispor metodicamente as partes de um todo.
A semana seguinte passou depressa. Não sei se foi a ausência dos meus braços direitos e o consequente esgotamento mental provocado pelo excesso de trabalho que o motivou, mas a verdade é que a minha hora favorita do dia era quando chegava a casa, vinda de um esgotante jantar com Jonh no café de Mr. Hernandez e me deleitava com os lençóis frescos na pele. Na verdade, abraçar a minha almofada passou a ser um dos meus passatempos favoritos. Qualquer dia pedi-la-ia em casamento!
Os meus dias começavam com a habitual corrida matinal seguida, eventualmente, de uma hora e meia acompanhada pelo meu PT, Yuri. Depois de estar fresca que nem uma alface, Kian conduzia até o Hospital enquanto eu retificava a minha conta eletrónica. Em Inglaterra, essa simples tarefa ocupava-me cerca de dois minutos por semana (o tempo de fazer login, eliminar os emails de publicidade e terminar a sessão); agora, essa importante tarefa ocupava-me quinze / trinta minutos por dia e ainda tinha a ajuda da Steph. Pois, a vida tinha mudado para melhor.
O primeiro lugar a requisitar a minha presença no Hospital (sem contar com os corredores cheios de doentes e funcionários a querer dar uma palavrinha) era o quarto de um dos oito filhos do Dr. Wood. O meu primeiro – e único, até o momento – paciente neste hospital. Alex estava a atravessar uma difícil e penosa recuperação com o objetivo de voltar para a mansão da sua família o mais rapidamente possível.
Depois de passar uma hora com o miúdo enquanto conversava com ele e o examinava minuciosamente, ia para o meu escritório e passava horas a fio trancada lá dentro. Já nem a minha preciosa hora para almoçar tinha direito; Abigail assegurava-se de me enviar sempre uma marmita com o almoço pré-preparado. Escusado será dizer que estava sempre divinal.
Só voltava a ver a luz do dia quando o sol já se estava a pôr no horizonte cor de laranja.
Nessa altura, enquanto conduzia o meu Saab em direção ao café de Mr. Hernandez, gracejava ao telefone com Rose. Ela tinha sempre algum mexerico novo para me contar de Inglaterra e era bom ouvi-la divagar e transportar-me para um local da minha vida em que o controlo ainda era uma realidade. O sol despontava do sound, pelo que eu por vezes estacionava na berma da estrada apenas para ter o prazer de sentir o sol na cara e prolongar a minha conversa por wireless com a minha melhor amiga.
E quando finalmente nos despedíamos uma da outra para voltar para as nossas rotinas, eu retomava o meu caminho até o destino final. A essa altura já as estrelas decoravam o céu e a luz proveniente do café de Mr. Hernandez deixava-me ver Jonathan sentado na mesa já tão conhecida por nós.
Apesar do pequeno incidente da madrugada do domingo anterior, eu e Jonh nunca tivemos tão próximos. Na realidade, na segunda-feira seguinte ele materializou-se no meu gabinete andando de um lado para o outro e resmungando um pedido de desculpas atribulado. É claro que depois de me rir um pouco da sua atitude, o perdoei pela sua postura precipitada e exagerada e ambos concordamos respeitar mais o espaço um do outro. Apesar de eu ter mantido uma distância de segurança do dele. No entanto, no momento seguinte, já nos abraçávamos com o meu rosto a esconder-se no peito dele e o seu no meio do meu cabelo. Ficamos assim por, pelo menos, dez minutos, apenas aproveitando a presença um do outro.
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FROM KATE
ChickLitKatherine é o pesadelo de qualquer homem. Corpo definido, cara bonita, divertida, inteligente, independente e incrivelmente teimosa, a mulher loira atrai os olhares da população masculina. No entanto, há cerca de dois anos, desde a sua última re...