CAPÍTULO SEIS - É ela.

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- Você acha mesmo que nós vimos aquilo, Diana? - Perguntou Bárbara, no caminho para o colégio. - Sei lá, a gente tava fumando maconha. Pode ser que tenhamos viajado um bocado.

- Você acha mesmo que maconha provoca alucinações daquele tipo? E ainda por cima, olha só, nós duas vimos! Aquilo aconteceu, Bárbara e eu eu vou descobrir sobre aquelas duas.

Enquanto isso, as duas foram alcançadas por Pedro, um colega de sala, que era, na verdade, o cara mais cafajeste e bonito da sala.

- Meninas!
- Oi, Pedro. Como vai? - Disse Diana, em tom de pouco caso.
- Eu vou bem. Não tive a chance de falar com vocês desde o que aconteceu.

- Não seja cínico, Pedro, você nem venha lamentar pela morte da Bianca. Afinal, você ganhou muito com isso.

- Espera, Bárbara! Mas eu nunca ia querer que ela morresse. Você pirou?

Os três já se aproximavam da escola enquanto caminhavam e discutiam:

- Mas é melhor ficar entre a gente. Eu sei que ela contou pra vocês porque vocês eram melhores amigas, mas isso morreu com ela. Certo?

Ele deu um beijo em cada uma e Diana não disfarçou sua cara de nojo em relação aquilo. Quando o rapaz se distanciou, após atravessar o portão junto com amigos que encontrou na entrada, as duas puderam continuar a conversa de antes, mas Bárbara voltou a comentar sobre Pedro:

- Se a Bianca estivesse viva, em pouco tempo a vida dele poderia acabar, né?

- Não só a dele.

X

Chocada com o que Izabel lhe falou sobre trazer Bianca de volta, Laura não conseguiu pregar o olho durante toda a noite, voltou muito tarde para casa, pulou a janela de seu quarto durante a noite, sabia os movimentos exatos para ela abrir com facilidade. Mas amanheceu distraída por estar muito pensativa e assustada. Hesitou em ligar a torneira da pia para escovar os dentes e chegou a usar uma esponja umedecida para molhar seu corpo por medo de tomar banho de chuveiro.
Quando encontrou a mãe na cozinha, imaginou que viria um interrogatório, mas tudo não passou de um "bom dia" e nada mais. Já um tanto atrasada, saiu às pressas para o colégio. Na hora do intervalo, encontrou com Thirza na parte mais afastada do jardim da entrada, queria conversar sobre o que e como fazer.

- Minha mãe também não sabe, até agora, como pode te ajudar.

- Ela tem que saber! Afinal, ela mexe com essa coisas, é uma bruxa...

- Ela não é uma bruxa. Minha mãe herdou conhecimentos que estão há séculos na nossa família.

- Pra mim é magia, bruxaria... Mas talvez não seja mesmo, senão ela já saberia o que fazer.

- Você é muito mal agradecida, né? Minha mãe te tirou fundo daquele rio antes que sua irmã te levasse junto com ela e é assim que você age. Aliás, que bom que você tem uma blusa de gola alta, as marcas no seu pescoço não estão nada bonitas.

O sinal para voltar às salas tocou:

- Apareça em minha casa hoje à tarde, minha mãe pode ter descoberto alguma maneira.

- Eu vou.

Laura foi por um lado e Thirza por outro. Enquanto esperava Bárbara tomar água no bebedouro, Diana viu aquela garota passar do outro lado, no corredor de salas do primeiro ano e lembrou de já tê-la visto em algum lugar, acompanhou-a com o olhar até que ela entrasse em uma daquelas salas, e se esforçava para lembrar

Ela precisa voltarOnde histórias criam vida. Descubra agora