CAPÍTULO CATORZE - Forte presença.

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- Ele estava morto diante de mim. Eu não sei quem fez aquilo, só sei que não fui eu.

Laura contava para Izabel e Thirza sobre ter acordado ao lado do homem que vendia drogas para Bianca.

- Eu sei. Aliás, nós sabemos que não foi você. – Falou Izabel. – Durante um tempo, você não esteve aqui, Laura. Mas a Bianca esteve.

- Então ela voltou, mãe?

- Não totalmente, Thirza... Ainda.

- Espera. Isso está ficando assustador. Tecnicamente eu matei uma pessoa. Foi a Bianca, mas só nós sabemos o que está acontecendo. Eu não quero ser uma assassina!

Thirza se aproxima mais de Laura, que estava de pé ao lado da mesa da cozinha, e olha fixamente para ela:

- Você é uma assassina, você matou sua própria irmã.

- O que é isso, Thirza? Nós duas sabemos que eu só não salvei el! Ela... Ela... – Laura gaguejou.

Thirza parecia saber muito mais do que todo mundo, aliás, parecia saber algum segredo que Laura só dividia com ela, pois Laura estava totalmente nervosa depois de ser afrontada.

- Para, por favor. – Laura pediu.

- Filha, o que importa agora é que ela está tentando reverter o que fez.

- Não tem como reverter, mãe. A Bianca nunca vai voltar, ela será Laura com atitudes de Bianca. Só isso.

Nem bem Thirza fechou a boca, um vento muito forte circulou pela frágil casa, ameaçando arrancar o teto. Objetos voaram pra lá e pra cá, tiveram que fechar os olhos por conta da poeira.

- O que é isso? – Laura teve que gritar para poder ser ouvida.

- Alguém muito revoltada. – Izabel respondeu, também com um grito.

- Vai embora, desgraçada! – Thirza gritava. – Vai pro inferno, que é lá o seu lugar agora!

As três se seguravam firme na janela, mas o vento estava muito forte e seria capaz de arrancar a casa inteira de uma vez. Até que Laura pega na mão de Izabel e carrega ela enquanto corre na direção da saída, sendo barradas com a porta se fechando de uma vez diante delas. Thirza continuava agarrada à janela, dentes cerrados e expressão de dor, foi quando Laura viu que havia uma faca cravada na perna da garota.

- Thirza!

O vento jogou Izabel com tanta força contra a porta, que ela acabou caindo lá fora com porta e tudo.

O vento cessara.

Laura teve sangue frio ao retirar a faca da perna de Thirza. Sentiu o gume passar pela carne dela e viu escorrer um pouco mais de sangue.

As duas correram lá fora e ajudaram Izabel a levantar, que ficou de pé com dificuldade e reclamando de dores nas costas:

- Era a Bianca, né?

- Você ainda tem dúvidas de que era aquele demônio, Laura? Ela é a responsável por toda desgraça que vem acontecendo! O coitado do Marcelo tá sofrendo o cão por conta desse maldito espírito! Quase morre e agora está sem memória. Sabe, eu me arrependo do momento que cheguei perto de você e da sua maldição.

Depois de ter dito tudo isso, Thirza saiu pela mata, nem ligou para sua mãe lhe chamando.

- Eu vou atrás dela.

- Não, Laura. Deixa, ela precisa ficar um pouco sozinha, está muito nervosa.

- Eu não sei mais o que fazer, Izabel. – E começou a chorar.

Ela precisa voltarOnde histórias criam vida. Descubra agora