Ninguém me levou de volta à cela. Pelo contrário, dois troopers me acompanharam de volta ao quarto que eu havia acordado e Ben/Kylo me tirou. Nada foi dito.
Aparentemente aquele era o meu quarto agora.
Kylo não voltou no dia seguinte. Nem no próximo. Nem na outra semana. Nem nas outras semanas.
No dia seguinte ao meu turbulento encontro com Kylo, stormtroopers me levaram a uma sala, com o recado de que eu deveria trabalhar para ter alimento. Mal eles sabiam que eu trabalharia até de graça, qualquer coisa para acabar com meu ócio infeliz naquele quarto. Me deixaram no que parecia ser uma sala para feridos da Primeira Ordem. Eu tinha que executar as funções medicinais em humanos, assim como outros indivíduos de outras espécies, que cuidavam de suas respectivas espécies. Eles não gostavam de falar muito durante o trabalho, mas era inevitável no refeitório, lugar onde aconteciam as refeições durante os intervalos que tínhamos no dia.
No meu quarto dia, eu ouvi a fofoca do momento. A Primeira Ordem havia sofrido um ataque da Resistência, com muitas baixas, por isso as nossas salas de trabalho estavam cheias. Cortes, queimaduras e amputações, eram as principais coisas pelas quais eu passava no meu ofício.
Ouvi inclusive falarem (secretamente) de Kylo Ren. Falaram que ele era louco e agressivo, totalmente mimado (coisas que eu já sabia), e que ele nunca chegaria aos pés do Lorde Sith Darth Vader, que eu não sabia quem era. Então me explicaram brevemente vida de Darth Vader, antes de ser Sith era aprendiz Jedi e atendia por Anakin Skywalker, e Kylo era seu neto tentando continuar o seu legado. Eles não me explicaram muito, já que o nosso intervalo era muito curto e devíamos comer em vez de conversar. Todos levamos bronca quando os troopers nos viram conversar, por isso nosso tempo de intervalo foi reduzido a metade e ficou estritamente proibida a conversa, sob risco de voltar para a prisão (coisa que ninguém queria). Logo, depois desse fato, ocorrido no meu oitavo dia na função, ninguém mais falou, e eu não soube mais detalhes de Kylo e seu avô.
Quase um mês desde o meu primeiro encontro, Kylo apareceu novamente. Dessa vez ele não parecia arrogante, só cansado. A sua perna estava curada e o corte no seu rosto estava quase totalmente cicatrizado. Ele entrou na sala onde eu trabalhava e fez um gesto com a mão para me chamar. Deixei o que eu estava fazendo e o alcancei na porta.
- Me acompanhe. – Falou. Eu fui pois soou como um pedido não uma ordem, como ele sempre falava.
- Você não apareceu para me torturar. – Falei ironicamente enquanto andávamos pelo corredor.
- Eu estive estudando. – Respondeu. – Busquei todas as informações possíveis, em todos os lugares. Arquivos Sith, Livros Jedi, do Império Galáctico, e todos os registros que pude encontrar. Não há nada sobre imunidade à força. É... – Ele buscou uma palavra. Parou bem no lugar e me encarou nos olhos. – Intrigante.
O ódio que eu havia sentido dele há um mês, agora não parecia nada, apenas a lembrança de um sentimento passageiro. E eu podia barganhar, a minha liberdade, a minha chance de criar memórias e de recomeçar a minha vida. Se eu pudesse fazer algo por isso, eu faria.
- Olhe só, isso parece importante para você. – Suspirei. Cruzei os braços sem olhar nos olhos dele. – Eu vou ajudar você. Vamos fazer esses testes e estudos. Agora, se isso for apenas um defeito de DNA, e não for nada, você me deixa partir. Caso contrário, faremos o que você achar melhor. – Propus, fechando os olhos. Eu esperava que não fosse nada. Eu estava arriscando tudo, caso houvesse realmente um grande mistério por trás disso, eu estaria ferrada.
Encarei os olhos dele e percebi naquele tom castanho, um misto de surpresa e incredulidade.
- Por quê? – Indagou.
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Os Lados de Kylo Ren ✓
FanfictionKylo Ren se mostrou implacável na sua decisão de alcançar o Lado Sombrio, e terminar o que o seu avô, Lord Darth Vader, começou. Foi irrefutável ao assassinar friamente o próprio pai, Han Solo e abandonar de vez a identidade de Ben Solo. O plano de...