Capítulo 8

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A expressão de Poe foi tomada por choque, assim como a minha. Dizer o que eu achava em voz alta era irreal.

Poe continuou parado lá, perdido. Eu tomei uma inspiração de coragem e saí do quarto. Atravessei os corredores andando com desespero. De alguma forma eu sabia, que se encontrasse Leia, eu encontraria Luke Skywalker.

Meus passos ecoavam no chão conforme eu andava para um lado e para o outro, cada vez mais perdida.

– Maya. – Era Poe, atrás de mim. Toda a confusão que eu havia deixado eu sua expressão minutos antes, tinha evaporado e agora, ele parecia tão determinado quanto eu. – Eu sei onde ele está.

Segui Poe por alguns corredores até alcançar um corredor mais longo e sem portas na sua extensão. Apenas uma porta de ferro nos recebeu no final do corredor. Eu a abri e entrei sem cerimônia. Acabei interrompendo uma discussão acalorada entre Leia e Luke. Os dois me encararam em choque mas Luke parecia muito mais abalado com a minha presença ali. Seus olhos azuis pareciam cansados, mas ele me reconhecia.

– Eu preciso saber de tudo. – Eu exigi, olhando bem nos olhos dele.

– Eu não posso. – Ele respondeu pausadamente.

– Essa é a minha vida. Eu tenho direito de saber tudo o que aconteceu antes daquele dia no deserto. – Eu falei, já sentindo meus olhos encherem de água. – Eu preciso saber se eu tenho família, a origem dessa cicatriz, – Murmurei ao erguer a manga da camisa e expor para os três naquela sala a cicatriz no meu antebraço. – Por que eu não lembro de nada, e por quê você me deixou naquele lugar sozinha. Eu não aguento mais esse vazio na minha cabeça.

– É perigoso! – Ele rebateu, angustiado.

– Mais perigoso do que me abandonar no deserto para ser capturada e torturada por stormtroopers? – Eu sorri, amarga. Luke me encarou surpreso, aposto que isso não estava nos seus planos. – Eu preciso de respostas! – Gritei e as luzes piscaram naquele momento. Luke, Leia e Poe olharam com certo receio para as luzes. – Por favor... – Sussurrei, suplicante. – Você é meu pai?

Luke suspirou, se dando por vencido. Ele coçou o queixo com a mão que não era robótica, refletindo. Ele deu alguns passos para trás, enquanto uma onda de impaciência subia progressivamente pelo meu corpo. As luzes piscaram outra vez, chamando a atenção de Luke.

– Eu vou contar, Maya. Mas não é uma história feliz. – Ele avisou.

– Eu pareço feliz, pra você? – Eu não conseguia relevar a paciência quando ele dizia tudo o que eu já imaginava. Enquanto ele prolongava a minha espera.

Eu tomei um assento entre Leia e Poe, após Luke me pedir para fazê-lo. Luke pareceu procurar forças para começar a falar.

– Eu não sou seu pai. – Luke murmurou, seus olhos azuis atingiram em cheio os meus. Eu até gostaria de dizer que ele parecia triste com aquela constatação. – Seu nome é Maya-Lyn Kenobi.

Murmúrios de surpresa escaparam sem pudor pelos lábios de Leia e Poe. Eu não entendi por que daquilo, mas permaneci atenta a Luke.

– Você é filha de Jay Kenobi. Neta de Obi-Wan Kenobi. – Murmurou Luke. – Ainda é um mistério para mim que Obi-Wan tivesse um filho. Já que, bem, ele era um Jedi. Seu pai, Jay, cruzou o caminho com o meu há muito tempo, ele era contrabandista. Ele me disse que você havia começado a desenvolver poderes, a Força.

Dessa vez, eu, Poe e Leia expressamos nossa surpresa. Eu tinha a Força? Eu realmente era como Kylo Ren? Nem mesmo tive tempo de dizer qualquer coisa quando Luke continuou o relato.

– Foi assim que eu descobri que ele era filho de Obi-Wan. Jay me contou que ao longo de sua vida ele nunca manifestou a Força, mas com você, foi diferente. Eu contei a ele da escola de Jedi que eu havia fundado, para o treinamento dos Padawan. – Luke fez uma careta, como se sentisse dor. – Ele me entregou você, Maya. Eu a levei para o treinamento. Você era só uma garotinha assustada.

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