Epílogo

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Poe se questionava com mais frequência do que jamais admitiria. Mas não entendia, simplesmente não sabia por quê Maya insistia em se manter perto de Kylo Ren.

Estava novamente conversando com BB-8 enquanto lavava sua X-Wing, quando recebeu o chamado de Maya. O dispositivo estava sobre uma mesa, e Poe nunca teve reais esperanças de que ela desistiria de seguir com Kylo, apesar de querer muito.

Com o dispositivo em mãos, Poe Dameron saltou em uma nave, acompanhado de seu fiel Droid. Não estava em sua X-Wing, já que precisava de uma nave com espaço para Maya. Se ela havia fugido em uma nave da Primeira Ordem, seria facilmente rastreável. Ele observou por todo o caminho como o rastreador de Maya se movia constantemente, indicando que ela provavelmente estava se movendo também. Poe acreditou que ela estava fugindo, afinal ela não o chamaria se não fosse extremamente necessário.

Pilotando pelo espaço, ele aguardou alguns instantes até que Maya parasse de se mover. Quando ela o fez, parecia estar em Tatooine novamente.

Após saltar no hiperespaço, Poe adentrou a órbita de Tatooine e avançou para dentro do planeta. Assim que se aproximou do local onde o rastreador indicava que Maya estava, ele visualizou uma nave teleguiada da Primeira Ordem. A máquina estava pousada no chão desértico de mau jeito, como se tivesse caído, boa parte dela pegava fogo e o piloto sentiu desespero ao pensar que Maya pudesse estar lá dentro ainda.

Poe aterrissou de qualquer jeito e removeu o capacete, saindo da sua nave apressado. Ele correu acompanhado de seu Droid, até estar perto da sucata da outra nave. A porta estava emperrada, então Poe a chutou até que ela cedesse. Uma grande cortina de fumaça saiu, mas o piloto avançou dentro da nave.

– Maya! – Ele chamou, sentindo seus olhos e garganta arderem pela fumaça dos danos na nave. BB-8 o avisou que era perigoso ficar lá, havia combustível vazando e a nave poderia explodir a qualquer momento. – Maya!

Ouviu um som baixo e foi até lá. Maya estava caída no chão, semi consciente. BB-8 o avisou que precisavam sair imediatamente. Poe a pegou nos braços, e seguiu às pressas com ela para fora.

Foram breves segundos em passos apressados para fora da nave, quando ela explodiu, fazendo Poe tropeçar e cair com o impacto. Assim que colocou Maya deitada no chão, ele viu que ela estava em um estado muito mais grave do que ela imaginava. Havia uma injúria enorme um pouco acima do lado direito de seu peito, sangue escorria fraco, por que parte do buraco estava cauterizado.

– Maya! O quê...? O que é isso? – Poe indagou atordoado. Maya estava extremamente pálido e o piloto se preocupou ainda mais.

– Eu... Cometi um erro. – Maya falou, entre abrindo os olhos.

– O que acon... – Poe se interrompeu ao reconhecer aquele tipo de machucado. Era de sabre. Apenas aquela arma era capaz de cortar e queimar ao mesmo tempo. – Kylo Ren fez isso.

– Eu confiei na pessoa errada. – Maya usou a pouca força que tinha para pousar uma mão no rosto de Poe, que fechou os olhos recebendo o breve carinho. – E isso foi um erro só meu. Culpa minha. Eu demorei demais para perceber que eu amava sozinha. – Sua voz era frágil e baixa, exigindo que Poe se aproximasse para ser capaz de ouvir.

– Podemos dar um jeito. A Resistência possui médicos e tecnologia para te ajudar.

Maya piscou devagar, nas suas íris azuis, Poe viu o que ela tinha certeza. Não havia jeito.

– Desde a hora que Kylo me feriu, até a hora que Stormtroopers me colocaram na nave e me jogaram aqui para morrer... Eu perdi sangue demais. – Maya explicou. Seu peito ardia, e não era só a dor física. – Eu estou aqui em Tatooine. Onde o meu pai me entregou ao Luke Skywalker. Onde o Luke me deixou e fui capturada. Onde Hux me jogou para morrer, mas eu conheci você. Parece que eu estou fadada a voltar a esse planeta. O fim da minha história é aqui.

Os lábios de Maya tremeram conforme ela permitia que o nó em sua garganta se desfizesse. Sua vista, que até então focava nos olhos de amêndoa do piloto, embaçou e foi um breve segundo até suas lágrimas escorrerem pela sua têmpora. Poe sentiu um peso em seu peito que ele só havia sentido com a perda de sua mãe. Era forte e dolorido.

– E agora... Eu só fico pensando... Se tudo fosse diferente, onde nós estaríamos agora. – Ela concluiu. – Me perdoe.

Poe pegou a mão livre de Maya com a sua, ela estava gelada. Os sóis em Tatooine começavam a se pôr, fazendo a temperatura começar a baixar.

– Não se desculpe. O que eu posso fazer por você? – Poe quis saber, puxando Maya para perto, segurando seu tronco junto ao seu.

– Não conte a ninguém sobre mim. A minha história merece ser esquecida. Diferente de você, Leia, Luke... Eu não sou uma heroína. Eu agi pelo meu egoísmo e só me importei comigo mesma e os meus sentimentos.

– Eu jamais esqueceria de você. – Poe garantiu. Maya conseguiu sorrir, brevemente.

– Só estou triste por não ver a Resistência derrotar a Primeira Ordem, e você ser um grande herói.

– Fico feliz por você me ter em tão alta estima, mas não sou tudo isso. – Poe disse, um pouco desconfortável.

– Você é. Mesmo que ainda não saiba. – Maya usou ambas a mãos para segurar o rosto do piloto, encarando seus olhos com a maior certeza da Galáxia. – Você, Poe Dameron, é a fagulha, que vai acender o fogo, que vai queimar a Primeira Ordem.

Poe assentiu, sentindo seus olhos marejando. Ele olhou para BB-8, que estava ali perto, quieto. Os planetas, estrelas, luas e constelações começavam a aparecer no céu que escurecia.

– Obrigado, Maya Kenobi.

– Me conte algo bom, Poe. – Maya fechou os olhos, se aconchegando ainda mais perto do piloto. Ela sentia frio.

– Quando eu era criança, gostava de ver as estrelas e estudar todos os planetas da Galáxia. – Poe começou a contar. Era uma lembrança que ele particularmente gostava. Maya olhou para os pontos luminosos no céu, aceitando a voz aveludada de Poe e o abraço quente dele. – Acho que eu sempre quis ser o melhor piloto da Galáxia...

...

Ver a vida se esvair do corpo de Maya foi uma das coisas mais dolorosas que Poe já fez.

Mais do que cobri-la e dar a ela um funeral de Jedi.

Mais do que vê-la queimar.

Mais do que deixá-la para trás, em Tatooine.

Poe estava em seu alojamento na base da Resistência, tentando não pensar nos seus últimos momentos com Maya.

Batidas na porta interromperam sua solidão. Poe levantou e abriu, dando de cara com Rose.

– Um cruzador da Primeira Ordem está orbitando sobre nós. A base é o alvo.

Poe pegou seu capacete e chamou BB-8, correndo até a sala de comando.

– Precisamos distraí-los para efetuar a evacuação. – Poe disse para todos. – Eu vou primeiro, e tento destruir seus canhões.

Poe seguiu para sua X-Wing, pronto para ser a fagulha que vai destruir a Primeira Ordem.

*****

Desculpem toda a demora pra sair o epílogo, estava com problemas!

Agora eu posso falar, shippei #Moe #Poya desde sempreeeee!

Então, vocês querem um final alternativo? Se sim, comentem aqui!

Comentem, beijo no core!

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