Capítulo 5

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Observei quieta a movimentação de Poe Dameron na locação que estávamos. Eu não sabia em que planeta estávamos, tampouco em qual prédio.

Poe Dameron andava de um lado para o outro mexendo em armários. Eu comia alguma coisa que ele me deu assim que chegamos.

Após juntar alguns objetos de primeiros socorros, Poe sentou bem na minha frente. Tão perto que eu me retraí, assustada.

– Eu vou só limpar seus ferimentos. – Falou diante do meu susto.

Assenti e não reclamei de dor quando ele passou algum remédio sobre a minha sobrancelha, no corte bem acima. Fiquei em silêncio e de olhos fechados durante a dor.

– Você ainda não disse o seu nome. – Ele falou baixo, como se fosse me assustar com uma exaltação maior. A voz dele era grave e rouca.

– Maya. – Sussurrei de volta.

– É um belo nome. – Ele comentou casualmente. Eu sabia que ele queria me distrair da dor, e justamente por isso não estava funcionando.

O silêncio voltou pois eu não queria ceder a uma conversa. Eu não o conhecia. Não confiava. Mas ele me deu comida e água, e está ajudando com os machucados. Depois se afastou um pouco e olhou nos meus olhos.

– Tem algum outro ferimento? – Perguntou. Refleti em silêncio, pensando se contaria a ele sobre a minha costela que latejava tanto que era como se os meus músculos pulsassem.

– A minha costela está quebrada. – Murmurei, fraca. Pensar na dor só a fazia aumentar.

– Deite-se ali, eu vou ver o que posso fazer. – Ele disse, apontando para uma maca no canto do cômodo.

Assenti pois eu estava sentindo muita dor para negar qualquer ajuda. Deitei e fiz o possível para não me exaltar quando senti as pontas dos dedos de Poe Dameron sobre a minha roupa. Eu apontei para ele o local e fiquei grata quando ele cortou o tecido apenas sobre o machucado, pois assim eu não precisaria tirar a parte superior da roupa. Mordi os lábios para não gritar de dor quando ele começou a espalhar um gel pela região ferida. Apesar disso, eu vi que ele percebeu a dor pois seu toque estava sendo muito suave e cuidadoso.

– Pronto. Isso vai aliviar por um tempo. – Ele disse enquanto eu me sentava e ele me trouxe um comprimido. Engoli o remédio aguardando o seu efeito imediato.

– Poe Dameron. – Eu o chamei. Ele se virou para me encarar. – Obrigado por tudo.

– Pode me chamar de Poe. E não precisa agradecer. – Ele disse.
Assenti em silêncio.

– Quer me contar o que aconteceu com você? Quem fez isso a você? – Ele perguntou enquanto guardava alguns objetos. Pensei por um tempo, se deveria pedir a ajuda dele. Eu queria contatar Kylo para saber se ele tinha alguma responsabilidade naquilo, se ele... Sentiu a minha falta.

– General Hux. – Eu murmurei. Poe ficou estático e chocado com a minha declaração.

– Como assim? – Ele se aproximou novamente e sentou próximo a mim.

– Eu era prisioneira na base da Primeira Ordem.

– O quê? Por quê? – Poe disparou.

– Eu não sei. – Franzi a testa. – Sabe o planeta que você me resgatou? Eu fui encontrada lá há um tempo, sem memória. Então eles me aprisionaram.

– Por que eles mantiveram você? Quero dizer, é normal para a Primeira Ordem executar o que não lhe é útil. – Poe argumentou.

– A primeira vez que eu saí da prisão, depois das torturas foi para exercer funções medicinais. – Eu disse. Vi a sua confusão e expliquei. – Por alguma razão, eu tenho memórias desse ofício. Funções médicas em humanos apenas. Mas então eles descobriram que não conseguiam acessar a minha mente.

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