Capítulo 15

6.8K 745 168
                                    

Assim que chego ao apartamento e abro a porta um cheiro delicioso de molho de tomate invade minhas narinas.Coloco minhas coisas em cima do aparador e percebo que Patricia colocou uma música ambiente.

O apartamento onde estou ficando é do Leonardo, sempre que alguém da empresa precisa é aqui que fica hospedado, confesso que até prefiro, acho mais aconchegante do que ficar em um hotel. Como é de se esperar do Leonardo é tudo de excelente qualidade e muito bonito.

Entro na cozinha e me deparo com a seguinte cena: Patricia está vestida com uma camisa minha que chega até metade das suas pernas, descalça e seu cabelo longo e louro preso em um coque meio frouxo, confesso que está bem sexy. Ela está de costas enquanto mexe a panela do que imagino ser o molho.

- Vai ficar quanto tempo em silêncio bonitão? - Ela pergunta sem ao menos se virar para me olhar.

- Paty, essa roupa…

- Queria que eu jantasse com você cheirando a bife e alho? Isso é demais até pra mim. Tomei um banho e peguei uma de suas camisas, amanhã faço questão de mandar pra lavanderia e devolver.

- Sabe que não é isso Paty, é que… - Passo a mão pelos meus cabelos em um gesto nervoso, não sei como ser indelicado com ela, na verdade nem gostaria.

- Relaxa Nic - Ela se vira pra mim - se eu quisesse tentar algo teria te recebido nua - Diz simplesmente.

- Ok - dou um meio sorriso - Vou tomar um banho e desço pra jantarmos.

- Deixei um comprimido aí em cima na bancada para sua dor de cabeça.

- Obrigado. - Digo pegando um copo de água e engolindo o comprimido.

Saí da cozinha e me encaminhei para o quarto, aproveitei e tomei um banho relaxante.Decidi colocar apenas uma calça de moletom, sabia que Patricia não se importaria.

Assim que desci as escadas vi a mesa da sala de jantar posta para dois.

- Que bom que chegou. Fiz seu espaguete, filé mignon e uma salada de batatas, deixei o vinho pra que você escolhesse. - Ela diz sorrindo.

Caminho até a pequena adega refrigerada que o Leonardo mantém aqui e escolho o vinho, logo nos sentamos na mesa e começamos a conversar trivialidades.

- Como sempre maravilhosa Paty.

- Fico feliz que tenha pingado um pouco de alegria e descontração no seu dia. Está se sentindo melhor?

- Estava mesmo precisando, esses dias foram puxados.

- Te chamei pra sair, mas preferiu ficar trancado aqui dentro ou na empresa.

- Não estava com disposição.

- O que houve Nic? Faz quinze dias que você chegou e está distante, mergulhado no trabalho, não está cuidando de você.

- Está tudo bem Paty, era apenas uma questão de trabalho.

- Não era não. - Ela aumenta o tom de voz - Sou sua amiga e acho que precisa se abrir e falar. - Ela pede tocando a minha mão.

Bebo um gole de vinho e olhando no fundo dos seus olhos digo o que ela queria dizer.

- É uma mulher - Ela revira os olhos como se quisesse dizer ‘jura?’ - Eu a tinha machucado, não havia notado ela, depois me vi apaixonado, começamos a ficar, mas ela não queria que ninguém soubesse…

Começei a contar em detalhes tudo que havia acontecido e em momento nenhum Patricia me interrompeu. Pelo contrário, ela ouviu calada tudo que eu tinha pra dizer, sem esboçar nenhuma reação.

Artimanhas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora