4 - O d e s a b a r

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Flashback OFF

(Presente)

Hospital Health System NY.
13 DE OUTUBRO DE 2016
Nova York.

— Ah, você está aí. — O médico encontrou a mulher escorada sobre a parede do corredor gélido e estreito.

— Doutor, ela não se lembra de mim. Não sabe quem eu sou. Que droga está acontecendo?

— Se acalme... Alguns medicamentos usados na sedação realmente causam amnésia. Muitas vezes, as lesões corporais não são tão graves quanto as cerebrais... — Ele fez uma pausa, sondando as expressões da jovem. E então continuou. — Normani, houve uma movimentação da massa cerebral no período do choque que ocorreu a concussão, isso também pode ter ocasionado essa perda de memória temporária... Então, é algo comum.

— Ela vai ficar bem, não vai?

— É claro que vai... Vamos mante-lá em observação durante alguns dias.

— E se ela não voltar ao normal... Se ela não lembrar de mim? — Normani falava fugaz, contendo as lágrimas relutantes querendo banhar sua delicada face.

— Faremos o possível para que tudo fique bem. — O médico colocou a mão sobre o ombro de Normani, tentando acalma-lá. — Você não vai avisar à família da paciente?

— Eu sou a família dela, Doutor.

— Eu digo pelos pais da moça. Eles deveriam saber do ocorrido. — O profissional proferiu, a fazendo refletir em suas palavras.

— Eu não sei... Ela não fala com eles há quase cinco anos. Preciso pensar.

[...]

— Ei... — Dinah chamou Normani, a cutucando. A mulher estava dormindo na poltrona ao lado da cama, com um livro nas mãos. — Moça! — A loira insistiu, fazendo a Srta. Hamilton acordar.

— Ah... Oi? — Mani se ajeitou sobre a poltrona e encarou a jovem. — Tudo bem, Dinah? Está com algum problema?

— Não... Eu só queria conversar com você.

— Claro. O que quer conversar?

Há alguns dias vinha fazendo terapia ocupacional e consultas com neurologista. Essas consultas iriam facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo, que estava contra e não a seu favor.

As escoriações nos braços e na clavícula de Dinah já estavam bem cicatrizadas. Os hematomas estavam quase desaparecendo e agora ela conseguia deitar em algumas posições sem sentir nenhum tipo de dor intensa.

A polinésia estava confusa, recebeu notícias as quais ficou incrédula. Era tudo insólito, como se os últimos anos fossem apagados, ou não vividos por ela. Isso a abalou muito. Ficou dois dias sem falar com ninguém, mas agora estava disposta a tentar entender algumas coisas.

— Certo... É estranho para mim tudo isso. Eu lembro de ter um namorado e morar no Bronx. Agora eu descubro que moro em Manhattan e que tenho uma noiva, que por sinal eu nem sei o nome... Primeiro, eu queria saber qual seu nome? — Dinah perguntou.

— Normani Hamilton.

— E o meu nome é...

— Dinah Jane Milika Ilaisaane Hansen... É, eu sei disso, sou sua noiva. — Ela falou.

— Okay... Como isso aconteceu?

— Isso o quê? — Normani indagou confusa.

— Eu, você... Esse relacionamento. Eu não sou lésbica e nem gosto de meninas...

Remember me | Norminah   Onde histórias criam vida. Descubra agora