20 - F r u s t r a ç õ e s

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Quando o torpor veio forte, Normani mergulhou nele. Precisava daquilo para continuar vivendo.
A dor agoniante que lhe consumia, era como um câncer avançado que se disseminava para outros órgãos, veementemente, sem qualquer tipo de escape. Fatal.

Ela tentou levantar, mas sentiu um líquido escorrer entre suas pernas. A mulher olhou para baixo, ainda com as mãos na barriga, tentando amenizar a cólica que chegava em demasiadas proporções, e notou um vermelhidão sobre suas pernas.

- Merda. O que é isso? - Ela suspirou e deu um gemido, logo que sentiu outra fisgada.

Hospital. Ela pensou.

O táxi que havia solicitado, a deixou na frente do lugar. Quando chegou, Normani ainda sentia as cólicas.
Uma enfermeira notou que a moça estava passando muito mal e preparou uma maca hospitalar.

A texana não conseguiu ficar acordada por muito tempo. Apagou logo que encostou suas costas no colchão.

O doutor a examinou, logo notou o sangramento e deu-lhe uma medicação forte contra a dor.

Normani finalmente acordou, ela sondou o local e percebeu estar em um quarto de hospital. Aquele lugar branco demais, estava lhe assombrando novamente.
Ela notou o doutor de plantão adentrar o quarto.

- O que aconteceu, Doutor? - Ela perguntou atônita.

- Eu sinto muito, você sofreu um aborto.

Normani o encarou, com os olhos horrorizados. Aquelas palavras lhe pegaram de surpresa.

- O quê? C-como assim? Eu não entendi, Doutor. Como assim eu sofri um aborto, eu não estava...

- Você estava com apenas oito semanas de gestação. Quando chegou aqui estava perdendo o bebê. Tentamos de tudo, mas infelizmente não resistiu.

...

- Já pensou em algum nome, Dinah?

- Eu não sei ainda... Estive pensando em alguns, mas acho melhor decidirmos quando estiver tudo certo. - A loira comentou, olhando fixamente a parede daquela clínica de fertilização.

- Eu estou ansiosa. - Normani confessou.

- Eu também, meu amor.

Depois de uma hora, Dinah foi levada para a coleta de óvulos, recebendo um tipo leve de sedação.

As duas queriam um filho, sempre sonharam com isso e aquele método permitiria que ambas tivessem participação no processo. Dinah cederia seu óvulo para que ele fosse fecundado e transplantado para o útero de Normani.

Se caso não desse certo, seria o contrário, já haviam planejado tudo.
A texana havia realizado a coleta e deixou no banco de óvulos, caso precisasse repetir o processo, porém com Dinah.

Alguns dias depois da retirado do óvulo, Normani foi até a clínica Hope&Life, para realizar a fecundação, o óvulo já havia passado pelo processo de amadurecimento.

Dinah se lamentou em não poder acompanhar sua amada, já que ela tinha feito uma viagem​ a trabalho, três dias antes. Mas estaria de volta, na mesma noite para que pudessem comemorar.

- Srta. Hamilton, você precisa voltar daqui à 12 dias, assim faremos o exame para detectar se houve sucesso no processo. Tudo bem? - O médico informou à ela.

- Estarei aqui. Obrigada Doutor.

Ela se despediu e segundos depois, saiu pela grandiosa porta de vidro, recebendo a brisa que soprou sobre seus cachos negros.

Remember me | Norminah   Onde histórias criam vida. Descubra agora