17 - P r o v o c a ç õ e s

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        Normani cumprimentou o porteiro do turno da noite e avistou Dinah ao lado do elevador, lhe esperando. Elas entraram quando o elevador estava no térreo. Do jeito que Dinah estava se sentindo, não achou que aguentaria ficar confinada ali com a noiva, sem deixar que as lágrimas banhasse sua face. A texana lhe fitou com ternura, diferente do olhar triste da polinésia.

— Segurem a porta! — Uma voz masculina interrompeu aquele clima tenso. Normani apertou o botão que mantinha as portas abertas e o rapaz adentrou de braços dados com sua avó​. Sorriu para elas e agradeceu, logo em seguida.

Chegando ao destino, Normani pegou a chave escondida dentro de um vasinho com flores, ao lado da porta e a abriu. Elas ainda estavam em silêncio. Um silêncio que parecia eterno.

A loira foi até a cozinha, abriu a geladeira e retirou uma bandeja com cubos de gelo, os colocando num saco plástico.

— Vêm aqui. — A loira chamou Normani, que andou calmamente até a mulher. — Deixe-me ver essa mão...

— Não está então ruim assim. — A jovem falou arrastado, esticando o braço e deixando que a noiva sondasse sua mão direita, notando o inchaço que tinha se formado.

— Vamos cuidar disso. — Dinah forçou o saco com gelo sobre o dorso da mão. — Desculpa. — Dinah fitou o chão por um momento.

— Pelo quê?

— Por tudo que está acontecendo. Você não merece nada disso.

— Ei... Não se culpe, aquele cara mereceu mais do que um simples soco. Ele falou muita besteira. — A mulher explicou, tentando lhe acalmar.

— Eu deveria ter me afastado, antes de você chegar. Eu não sei...

— Querida, aconteceu. Relaxa... Você, sem querer, acaba provocando isso nas pessoas. — Normani fez uma pausa encarando aqueles olhos castanhos. A loira continuava a apertar o gelo sobre sua mão. — Dinah, por que saiu da mesa quando Christina chegou? — Normani questionou, aproximando-se ainda mais da moça.

— E-eu... Eu só precisava beber mais um pouco. — Ela gaguejou. Dinah não era boa com mentiras. Não desde o Ensino Médio. Na realidade, naquela época, não haviam muitas mentiras, eram apenas omissões.

— Por que não me esperou?

— Você me pareceu bastante ocupada. — A polinésia respondeu, se arrependendo de suas palavras ao ver que uma sobrancelha perfeita da noiva se arqueou. Normani colocou uma de suas coxas entre as pernas dela, fazendo-a suspirar.

— Eu estava conversando com ela. Aquilo incomodou você?

Sim.
Muito.
Dinah pensou.

— Não. — Foi o que ela conseguiu dizer.

— Tudo bem.

— Você acha ela bonita? — A loira perguntou ligeiramente.

— Eu não reparei. — Ela disse com desdém.

— Você tirou fotos nuas dela e não reparou?

— Foram fotos seminuas dela... Mas não Dinah, eu só tenho olhos para você.

— Conta outra, Srta. Hamilton.

— Ah meu Deus, você está com ciúmes? — Normani balançou a cabeça, quando se deu conta de que era aquele o problema.

— Mas que porra, eu só estou perguntando.

— Que coisa feia, Srta. Hansen. Anjos não deveriam usar palavras sujas.

— Anjo? Quem disse que eu era? — Depois que ouviu aquilo, Normani passou seu polegar pelo maxilar e atrás da orelha da noiva, antes de deixar os dedos descerem pelo seu pescoço. — O que está fazendo?

— Eu só quero sentir seu cheiro. — Normani respondeu.

A polinésia queria dizer que ela devia parar. Que não podiam ir adiante. Aquilo só aumentaria a dor em sua mão. Mas sua cabeça se moveu, e aquilo era como um convite.
Hamilton suspirou bem na hora que seus lábios tocaram aquela pele macia. Sua língua quente subiu pelo pescoço da mulher, onde ela deixou uma mordida gentil ali, arrancando um gemido de Dinah.

Quando os lábios da noiva cobriram os seus, sequiosamente, a realidade deixou de importar. Aquele momento era o que realmente interessava.

A mão esquerda de Normani desceu e segurou uma das pernas da loira, a puxando para cima, fazendo Dinah se enroscar em torno de sua cintura fina.
Sua boca se abriu sobre a dela, e Dinah deu o que Normani estava querendo. Seus sabores se misturaram quando as línguas deslizaram uma sobre a outra. Hamilton enfiou os dedos nas madeixas douradas da noiva, precisava segura-lá ali. Não queria que aquilo terminasse.

— Por favor. — Dinah inspirou fundo, tirando sua língua da dela e a encarando. O desejo que pulsava em suas veias era forte, mas ela conseguiu se separar. — Você está com a mão machucada e está um pouco alterada, devido ao álcool. Não deveríamos...

— Deveríamos sim. — Sua voz era rouca e seu olhar provocante, convidando-a para ir além. A loira se controlou em não prosseguir, mas ela estava certa sobre uma coisa. Ela queria muito aquilo.

O resto da noite foi complicado para a mulher, que passou mal durante a noite. O gelo ajudou a desinchar a mão de Normani. A dor já não existia mais.
As duas só conseguiram pegar no sono as três da manhã do dia seguinte.

[...]

Remember me | Norminah   Onde histórias criam vida. Descubra agora