10 - E x p e r i m e n t a n d o

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— Eu não vou!

— O quê? Por que não?

— Não estou afim de ir a esse jantar, só isso. — Dinah respondeu.

— Dinah, por favor, não complique as coisas.

— Vá a esse jantar, Normani, e me deixe aqui. Não será a primeira vez que me deixará sozinha.

— Eu trabalho, Dinah. Ao contrário de você que largou mão de tudo, para ficar enfiada aqui dentro.

— Essa doeu. — Dinah apontou seu dedo na direção da noiva. — E por que é tão importante que eu vá?

— Não que seja importante, mas a família estará reunida... Eu quero que você vá.

— Então eu não sou importante? — A loira cruzou os braços, levantando um sobrancelha bem desenhada.

— Eu não disse isso...

— Vai nessa droga de jantar e me deixe aqui em paz.

— Está decidido, você vai comigo. — Normani falou convicta.

— Não, eu não vou!
     

        A porta da frente se abriu, e Rose, a empregada da família Hamilton, deu passagem para que elas entrassem no local.

— Aí estão vocês... — A mãe de Normani se aproximou. Uma expressão carinhosa formou em sua face, juntamente com um brilho caloroso que tomou conta de seus olhos. Ela estava impecavelmente arrumada, com um vestido azul bordado e sapatos combinando. — Fico feliz por vocês terem vindo. — Ela abraçou fortemente ambas, uma de cada vez.

Normani e Dinah adentraram no hall todo de assoalho de madeira, com tapetes, acompanhando a senhora. Foi inevitável os olhares sobre elas.

Camila logo se apressou em dar um abraço exagerado na loira, que ficou inexpressiva. A latina passou as mãos pelos cabelos e pelo rosto da polinésia. Era algo difícil de suportar, já que ser tocada por estranhos às vezes provocava uma reação de aflição.

— Senti sua falta, China.

E logo todos estavam a cumprimentando, como uma exibição de afetos supérfluos. A loira ficou aturdida com tantos rostos desconhecidos lhe beijando e abraçando como se ela os conhecesse.

— Você está linda. — Foi a vez de Lauren dar um abraço na polinésia.

— Obrigada. —  Dinah abaixou a vista, para notar suas vestes. Ela usava um casaco de comprimento mediano e os saltos pretos cravados.

— É bom te ver fora daquele hospital medonho. Você parece bem.

— Eu me sinto bem. — Ela confirmou e deu um sorriso sem graça.

— O jantar já vai ser servido, filhas. — A voz de Andrea foi ouvida, quando ela se aproximou. Dinah a olhou, como se ela dissesse um absurdo.

— Mãe, nós já vamos. — Normani avisou, ao notar a expressão de sua noiva. Ela esperou todos irem para a sala de jantar. — Você está bem, D?

— Eu... Olha Normani, eu nem queria vir, você me venceu pelo cansaço. Eu até achei que pudesse ser legal sair um pouco daquele apartamento, mas quando eu chego aqui, acontece isso? Um monte de pessoas desconhecidas me agarrando e me beijando como se eu as conhecesse. Isso é muito para a minha cabeça.

— Dinah, eu sei...

— Não, você não sabe. Você não sabe de nada! Eu estou confiando minha vida em você, estou acreditando que você pode me ajudar... Que possa me salvar, mas está difícil para mim, Normani.

Remember me | Norminah   Onde histórias criam vida. Descubra agora