8 - X a d r e z

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        Passaram-se duas semanas depois do primeiro dia que Dinah voltou para seu apartamento. Agora, Normani conseguia captar e lidar melhor com a loira. Apesar da mulher ainda não suportar receber sugestões da noiva ou quando ela desistia rapidamente da terapia de recuperação porque achava entediante.

O médico explicou que essas atitudes eram comuns dos pacientes que sofreram traumas cerebrais parecidos com o dela.

De tudo que a noiva passou, o pior era aguentar a rejeição de Dinah.

Ela não ajudava para que sua memória voltasse. Negou todas as opções que texana deu para reviverem os momentos que tiveram.

A conquista se tornou exatamente como um jogo de xadrez. Sutil nas mais diversas possibilidades. Como algumas palavras insinuantes, algumas carícias inocentes, porém atraentes. No mais, as coisas estavam evoluindo pacientemente, tudo estava indo conforme Normani queria.

— Por favor... — Dinah ergueu​ o quadril quando a mulher deu uma lambida por cima da calcinha.

A jovem puxou o tecido para o lado com os dentes e deixou em amostra aquela pele inacreditavelmente macia.

— Tão linda... — Normani sussurrou, soltando o hálito quente no sexo já molhado de Dinah, que elevou a buceta na direção de sua boca.

Mani envolveu a intimidade da mulher com seus opulentos lábios e começou a chupar. Aquela sensação da língua quente e úmida subindo e descendo por todo seu sexo, deixou Dinah em estado de êxtase.
Ao ouvir os gemidos da loira, Normani explorou ainda mais aquela área prazerosa, sugando seus lábios vaginais, puxando-os para si.

Sua língua perversa provocou o clitóris dela, afagando e pressionando, a fazendo dar mais gemidos roucos pelo quarto.

Sem mais demora, Normani a penetrou, entrando e saindo tentadoramente. A ferocidade das lambidas em seus tecidos mais sensíveis era algo enlouquecedor, mas apenas aquilo não bastava.

— Me fode, Mani... Me fode.

Normani deu um sobressalto, quando ouviu um barulho. Ela piscou várias vezes, e percebeu que estava sonhando. Ficou frustrada com suas próprias lembranças.

— Droga! — Ela resmungou, quando notou sua respiração ofegante.

Estava escuro na sala e a jovem se sentou no sofá onde estava deitada. Ela evitava dormir no quarto, deixando-o livre para Dinah.

A mulher pegou seu celular na mesinha de centro e conseguiu enxergar as horas. Eram 3:34 da manhã.

Alguns barulhos vindo da cozinha lhe chamou atenção novamente. Ela levantou sonolenta e caminhou na direção do cômodo.
Logo avistou Dinah debruçada, pegando cacos de vidro sobre o chão.

— Ei, o que está fazendo?

— E-eu deixei um copo cair. Desculpa. — Ela olhou para cima e viu Normani se aproximando para lhe ajudar.

— Não tem problema... Não é o primeiro e tenho certeza que não será o último copo que irá quebrar. — A texana soltou uma risada e começou a recolher os cacos com ela. — O que estava fazendo uma hora dessas?

— Acordei assustada e com muita sede. Desci para tomar água, mas não achava nenhum copo. — Ela fez uma pausa, quando suas mãos tocaram. Dinah logo afastou a sua mão e continuou explicando. — Quando finalmente achei um copo, eu o quebrei... Que ótimo. — Elas terminaram de recolher e jogaram os restos no lixo.

— Acordou assustada, por quê? — A noiva perguntou.

— Eu tive um pesadelo... Foi confuso, eu estava me afogando e estava sozinha. Depois apareceu alguém e me salvou, mas eu não pude ver o rosto.

— E depois?

— Eu acordei.

— Ah. — Normani abaixou a cabeça.

— Eu te acordei?

— Acordou e na melhor parte do sonho.

— Ah, me desculpe. Com o que estava sonhando? — Dinah questionou curiosa.

— Eu prefiro não falar, são coisas indecentes.

Dinah fixou seus olhos aos de Normani, que se sentiu exposta com aquele ato. Elas não desviaram o olhar, pela primeira vez em dias.
O ritmo respiratório começou a alterar, junto com ele as taxas hormonais e a frequência dos batimentos cardíacos.
A loira soltou um suspiro pesado ao notar os lábios entreabertos da noiva, que balançou a cabeça em negativo. Ela estava lutando contra suas próprias vontades.

A polinésia fez menção de se aproximar, mas parou no instante em que sentiu um pedaço de vidro, que estava sobre a pia, perfurar sua pele.

— Ai! — Dinah murmurou, balançando a mão rapidamente sobre o ar, sentindo seu dedo latejar. — Droga! Tira, tira... tira, Mani!

— Fique parada. — Ela se aproximou de Dinah e puxou sua mão, retirando o pedaço pequeno de vidro que estava no dedão. A loira resmungou com a dor. — Pronto... Vou pegar um curativo. Fique aqui.

— Tá.

        Alguns minutos depois, Dinah estava com um band aid em volta do dedo.
Destemida, Normani pegou a mão da mulher e beijou seu dedo. Ela notou que a polinésia ficou relutante tentando reprimir um arrepio e então percebeu que estava conquistando-a.

— Obrigada por cuidar de mim.

— Não agradeça. — A texana levantou se afastando de Dinah. — Vem, preciso colocar você na cama.

— A água... — Dinah faz um bico.

— Eu pego pra você. Vamos prevenir outro incidente. — Normani deu uma risada anasalada e se ergueu para pegar um copo no armário. Seu shorts subiu com o movimento e foi inevitável a loira não olhar para a bunda dela.

Calafrios começaram a subir pelas suas pernas e sua sede aumentou.
Dinah pegou o copo com água gelada das mãos da noiva e tomou um longo gole. Ela estava parada na pia, e fechou os olhos quando sentiu o líquido gelado aliviar sua garganta seca.

Uma gota caiu sobre a clavícula e escorreu pelo seio de Dinah. Ela olhou para a noiva, e a mulher virou o rosto, umedecendo os lábios.

— Você está bem, Normani?

— E-estou. — Ela gaguejou. — Tudo bem.

Tudo bem?
Já percebeu como essa expressão, às vezes, é o oposto do que deveria ser?
Quantas pessoas falam que está "tudo bem", quando na verdade não está. Ou quando o homem fala "tudo bem", para não entrar em uma discussão com sua esposa.

Nesse caso, a palavra foi usada para amenizar a realidade dos fatos.
Nada estava bem.
Tudo estava pegando fogo.

Dinah era difícil de lidar. Era impulsiva. Seus atos não eram pensados, mas ela adorava o que eles causavam.
Sabia denotar seus desejos e não pegava leve nas investidas.

— Terminou sua água? — Depois que Normani indagou, Dinah balançou a cabeça em positivo. — Então vamos dormir.

Subindo as escadas, Dinah se pegou contemplando novamente, para o traseiro volumoso da mulher. Ela respirou fundo ao notar aonde seus pensamentos a estavam levando.
Estava atordoada com seus sentimentos e desejos nos últimos dias.
Ela dizia não se sentir atraída por mulheres, mas aquela, em especial, estava tomando conta de seus devaneios.

Chegando ao quarto escuro, a loira se deitou e assistiu Normani se afastar.

— Ei... — Dinah chamou baixinho. A mulher se virou e ficou escorada na porta de madeira. — Deita comigo?

— Eu acho melhor não.

— Por favor. — Ela pediu.

— Tá bom... Até você dormir.

A cada passo de Normani, Dinah sentia uma eletricidade peculiar percorrer seu corpo.
Normani subiu na cama e ficou de frente para ela. Seus rostos estão próximos, suas cabeças compartilhavam o mesmo travesseiro.
A loira soltou sua respiração.

— Está tudo bem, Dinah?

— Tudo bem. — Ela respondeu baixinho.

Já sabemos o que essa frase significa, não é mesmo?

Remember me | Norminah   Onde histórias criam vida. Descubra agora