Uma nuvem escura e carregada, um ruído forte, o barulho do fogo consumindo o avião, os gritos em meio a mata, o breu, o medo, as peças do avião caindo por cima de suas cabeças, o desespero.
Xxx: Nãoooo - Gritou desesperada, suada se sentou na cama.
Antônia: Ei menina. Pesadelo outra vez? - questionou a senhora se aproximando da cama. - Olhe para mim Malu - a menina a encarou suada, respirando com dificuldades - Já passou meu bem - consolou a deixando chorar.
Malu: Meu pai ainda não voltou? - questionou quando mais calma.
Antônia: Ele foi a cidade menina, ele precisa resolver a situação de vocês, eu já disse que poderiam ficar, mas vocês querem ir - considerou agora de costas para Malu, em uma caneca de barro despejou um pouco de água e estendeu a ela - Eu acho que você deveria contar seu pesadelo, assim ele some - acariciado os cabelos da menina que já tinha como neta.
Malu: Não é só um pesadelo - tomou mais um pouco da água - aconteceu - Antônia a abraçou a confortando.
Antônia: Me conta - pediu e Malu sorriu.
Malu: Você já conhece toda a história - sorriu.
Antônia: Mas não contada por você - considerou ligando a lamparina para clarear a pequena casa de pescador onde vivia sozinha com a neta e agora dividia com Malu, Poncho e Ricardo o piloto.
Malu: Nos estávamos no avião...
(...)
Poncho: Malu, precisamos conversar - disparou assim que o avião decolou.
Malu: É sobre o porquê a vovó e o vovô não estão com a gente? - questionou querendo adivinhar.
Poncho: Também - respirou fundo, nunca imaginou que seria tão difícil – Filha, nós precisamos ir embora para sempre - Malu arregalou os olhos - Você sempre pediu para que fossemos morar só nos dois lembra? - tentou.
Malu: Mas então eu não vou ver mais ninguém? - perguntou pensando em Júlia, nos avós
Poncho: Por enquanto sim, por enquanto seremos apenas nos dois e você terá um novo nome, não podemos deixar que sua mãe nos encontre - considerou e viu a filha começar a chorar, a amiguinha, a escola, o condomínio, tudo ficaria esquecido - Eu também estou triste filha - considerou a colocando no colo.
Malu ficou pensativa por um bom tempo e Poncho sabia que teria que responder mais perguntas, logo ela dormiu e então escutou-se um barulho estranho.
Ricardo: Tem algo errado com o avião, já diminui a altitude - considerou abrindo a porta do avião e Malu que acordou assustada com o barulho. Poncho também assustado se abraçou a filha. - Só temos dois paraquedas, coloca um nela e coloco o outro em você - ordenou sério.
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Maldito Cupido
RomanceNem sempre temos o que queremos, a vida é cheia de nãos, mas como dizer ao coração que ele não pode se apaixonar assim pelo melhor amigo? Como dizer a ele que é melhor desejar que seus amigos sejam felizes mesmo que isso represente a própria infelic...