3º Fase - Capítulo 22

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Os dias continuaram a seguir, Dulce e Christopher estavam mais próximos depois da conversa sobre Tânia, mas o clima era estranho entre eles. Dulce tinha medo de estar enganada sobre tudo que quase aconteceu, portanto não tocava no assunto, Christopher acreditava que para ela não houve importância, por isso não citava o quase ocorrido, então os dois se mantinham como dava, mas o clima já era percebido por todos que se fingiam de santos, mas sempre faziam uma piadinha deixando Dulce preocupada e perdida.

Já havia se passado onze dias da internação de Danna. Carmem tentou estar próxima sempre, mas seu corpo já estava cansado de Hospital, precisava de um descanso. No dia que esteve com a neta havia a prometido sempre estar por perto, conversou com Poncho sobre isso, não falaram de Danna embora os dois soubessem que esse assunto não seria silencioso para sempre. Carmem era uma boa pessoa, Poncho não se opôs que ela fosse ver a neta sempre que quisesse, mas não queria que Carmem levasse Malu até Danna, não importava a forma que ela estivesse. Carmem aceitou, sentia falta da neta, quando se viu naquele hospital, quando viu que a filha teria pouco tempo, percebeu também que sua única família seria Malu e então resolveu que esse laço merecia ser reforçado e foi com esse intuito que ela foi ver a neta a primeira vez depois de tudo e estava novamente indo atrás aquela noite.

Era sexta feira, já havia escurecido quando Carmem passou no quarto da filha logo depois de se trocar no banheiro do hospital, iria apenas lhe dar um beijo e sair, precisava, se sentia atraída a ir ver a neta. Danna parecia inerte em seu sono, sono esse que já durava os onze dias, a polícia permanecia do lado de fora do quarto cheio de aparelhos, era triste para Carmem ver o fim que se aproximava da filha. Carmem saiu sentindo os pés flutuando pelos corredores, caminhou pelas ruas da cidade até chegar quase quarenta minutos depois ao condomínio onde viveu por anos.

Ruth: Como estão as coisas? – questionou ao colocar a amiga sentada no sofá de casa.

Carmem: Não sei o que dizer – confessou com o olhar perdido – Eu sei que Danna fez muitas coisas ruins, mas... câncer é uma doença tão ruim – Ruth assentiu a entendendo, não diria que sentia por Danna, afinal tudo que ela fez na vida também foi tão ruim, mas sentia por Malu que andava triste e abatida pelos cantos e lamentava por Carmem que estava tão magra e abatida que até parecia outra pessoa.

Ruth: Raul conseguiu sair para vê-la? – questionou sabendo que Carmem tentou.

Carmem: Não segui com o pedido, Raul nunca foi um pai tão amoroso, para que ele saísse eu teria que contar a ele, mas eu não sei se aguentaria ir até lá depois de tudo – confessou ainda no mesmo estado e Ruth não sabia mais o que dizer, a situação era tão estranha, ela não sentia dó, não sentia nada, apenas pela amiga e mesmo assim não passava de compaixão.

Malu apareceu na sala logo depois, os cabelos molhados pelo banho recém tomado, sorriu ao ver a avó. Ruth saiu as deixando sozinhas e Carmem lhe presenteou com uma blusa tricotada por ela enquanto ficava ao lado da filha. Malu e Carmem falavam de tudo, inclusive de Danna, mas Carmem não gostava de deixar a neta triste então tocava pouco no assunto, apenas respondia o que a neta perguntava.

Aquela noite era especial, era uma noite cheia de encanto, uma noite cheia de surpresas e demonstrações de afeto. Poncho que agora trabalhava na empresa do pai, empresa essa que ambos recomeçaram, mas estava indo muito bem. Ele saiu apressado era sua grande noite com Anahí, ela não fazia ideia do que lhe esperava, ele tentou antecipar tudo, mas os últimos acontecimentos, adiou e finalmente aquela noite teria tudo que ela mais precisava.

Thissi viu a filha descer as escadas apressada, Julia assoviou ao ver como a mãe estava linda, recebeu um beijo estalado na testa causando risos em Miguel que estava no canto do sofá sendo cuidado pela irmã.

Maldito CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora